O Penafiel e o Desportivo das Aves, ambos da II Liga de futebol, afastaram da Taça de Portugal os primodivisionários Marítimo e Paços de Ferreira, respetivamente, em encontros dos oitavos de final. Seguem também para os quartos de final a Académica, o Benfica, o FC Porto, o Rio Ave, o Sp. Braga e o Estoril-Praia.
O Marítimo entrou melhor na partida, assumindo claramente as rédeas do jogo. Contudo, os penafidelenses viram-se a perder e, face à eficácia revelada, deram rapidamente a volta ao marcador. Depois de, uma semana antes, “verde-rubros” e durienses terem empatado (0-0), para a Taça da Liga, o jogo de agora foi diferente, notando-se um empenhamento extra por parte das duas equipas.
O golo na própria baliza de Fábio Ervões, que permitiu ao Marítimo colocar-se em vantagem, aos 12 minutos, não fazia prever o desfecho final, mas a verdade é que o Penafiel deu volta ao marcador ainda antes do intervalo.
No tento da igualdade, Aldair cruzou na esquerda e Gabi marcou, para, no segundo, Aldair surpreender o guarda-redes José Sá com um remate de muito longe.
Em vantagem ao intervalo, o Penafiel passou a jogar mais confiante, enervando o adversário. Tanto assim foi que, aos 56 minutos, Rafael Lopes fez o terceiro tento, aproveitando a debilidade defensiva do seu adversário.
O Marítimo viu-se a perder por duas bolas de diferença e as entradas de Nuno Rocha e Fidélis melhoraram a prestação global da equipa.
Ato seguido, a equipa madeirense pressionou mais no ataque, obrigando ao recuo do adversário. Com isso, o Marítimo reduziu para 3-2, com um golo do cabo-verdiano Heldon, um dos mais batalhadores e inconformado da equipa. A pressão dos insulares junto da baliza contrária foi demolidora, mas o Penafiel, bem organizado defensivamente, inviabilizou as intenções do adversário.
O Desportivo das Aves também brilhou ao bater o Paços de Ferreira com destaque para o avançado Jaime Poulsen que os pacenses emprestaram precisamente ao Aves. Com golos aos 72 e 83 minutos, Poulsen “respondeu” ao tento inaugural de Bebé (43) e vingou a falta de oportunidades na Mata Real.
Benfica e FC Porto seguem sem dificuldades
Benfica e FC Porto qualificaram-se com grande facilidade para os quartos de final, no dia do “herói” Bruno Lopes, o brasileiro do Estoril que fez um “póquer” em 20 minutos.
Em vésperas de se encontrarem para a 15ª da I Liga, na Luz, “encarnados” e “azuis e brancos” resolveram tudo muito cedo, respetivamente nas receções a Gil Vicente (4-0) e ao secundário Atlético (6-0).
Frente a um conjunto que só tinha batido por 2-1 para o campeonato e graças a dois golos nos descontos, o Benfica resolveu tudo na primeira parte, com dois tentos do internacional espanhol de sub-21 Rodrigo (3 e 38 minutos) e um do sérvio Markovic (16).
No segundo tempo, a formação “encarnada” jogou bem mais pausadamente, mas, ainda assim, chegou à goleada, com dois golos de Lima, aos 58 minutos, de grande penalidade, e aos 92 minutos.
Por seu lado, o FC Porto, com um “onze” bem mais longo do que o habitual do que o apresentado pelo Benfica, também encaminhou a eliminatória antes do intervalo, com tentos dos “mal-amados” Silvestre Varela (24 minutos) e Steven Defour (37 minutos).
A segunda parte começou com Marinheiro a “meter água”, com um tento na própria baliza (47 minutos), e ainda houve tempo para mais três golos, um de Varela, o segundo (73 minutos), outro de Otamendi (75 minutos) e um último, muito festejado, de Kelvin (90 minutos), embora irregular, já que o brasileiro partiu em fora de jogo.
Melhor do que a primeira parte de Benfica e FC Porto, foi a do Estoril-Praia, mais propriamente do avançado Bruno Lopes: em 20 minutos (11, 23, 28 e 30) marcou quatro golos, no que será, certamente, um dos “pókers” mais rápidos da história.
“Foi uma tarde perfeita”, resumiu o avançado do Estoril, equipa que ainda marcou um quinto golo, aos 90+2 minutos, por Gerso, este já depois de, aos 76, Mailo ter marcado o golo de honra dos locais, o Leixões, vencedor da Taça em 1960/61.
No único encontro equilibrado do dia, o Rio Ave recebeu e eliminou o Vitória de Setúbal, graças a uma grande penalidade apontada por Ukra já em período de descontos, aos 92 minutos.
Os “oitavos” completaram-se com o Sporting de Braga a conquistar o último “bilhete” ao receber e vencer o Arouca por 2-0. O colombiano Pardo, aos cinco minutos, e Rafa, aos 78, apontaram os tentos dos “arsenalistas”, vencedores da competição em 1965/66 e detentores da Taça da Liga.
Por seu lado, o agora secundário Beira-Mar (1998/1999) e a Académica (1938/1939 e 2011/2012) defroraram-se em Aveiro, num jogo entre ex-vencedores da prova.
Duas grandes penalidades defendidas por Ricardo e um golo de Magique permitiram aos estudantes vencer por 1-0 no reduto do secundário Beira-Mar e qualificar-se.
Magique selou o triunfo dos “estudantes”, com um golo aos 25 minutos, mas, na segunda parte, os anfitriões tiveram duas soberanas ocasiões, só que Ricardo deteve os castigos máximos apontados por Luiz Gustavo (63 minutos) e André Nogueira (82).
Os “estudantes” foram os primeiros a criar perigo e estiveram próximos de inaugurar o marcador aos 22 minutos, por intermédio de Marcelo, que, na marcação de um livre, atirou à barra da baliza defendida por Rui Rego.
Três minutos depois, a “Briosa” não falhou e marcou o único tento do encontro, por Magique, numa jogada de Djavan que o avançado, natural da Costa do Marfim, concluiu de cabeça.
No reatar do encontro, ao minuto 46, André Sousa aproveitou uma desatenção de Ricardo e rematou com perigo à baliza dos visitantes, mas o guarda-redes ainda conseguiu recuperar o lance a tempo de impedir o empate para o Beira-Mar.
A turma de Aveiro pode queixar-se da falta de pontaria, pois, aos 63 minutos, desperdiçou uma grande penalidade, que castigou falta de Reiner Ferreira na área dos aveirenses.
Na conversão, o central Luiz Gustavo atirou com pouca força e permitiu a defesa fácil de Ricardo.
A Académica respondeu ao minuto 70, na conversão de um pontapé de canto, em que Ivanildo atirou com efeito e Rui Rego defendeu mesmo em cima da linha de golo.
Ao minuto 82, o Beira-Mar voltou a beneficiar de grande penalidade, assinalada por mão na bola de Reiner Ferreira, na sequência de um remate de Aleksei Kuchuk na área.
O defesa central viu segundo amarelo e terminou a partida mais cedo, deixando a Académica a jogar com 10 elementos.
Na conversão, o Beira-Mar voltou a desperdiçar, desta vez por André Nogueira, que permitiu a defesa apertada de Ricardo para fora e não conseguiu impedir o triunfo dos “estudantes”.