O filme «Até ver a luz», a primeira longa-metragem do realizador luso-suíço Basil da Cunha, estreou no final de agosto em Portugal. Depois de realizar três curtas-metragem multipremiadas (nomeadamente em Cannes), «Até Ver a Luz», desenrola-se no bairro da Reboleira, concelho da Amadora, para onde o jovem cineasta foi viver há seis anos.
«Até Ver a Luz» é a estreia de Basil da Cunha nas longas-metragens, depois de ter rodado três curtas-metragens.
«A Côté» (em2009), foi selecionada para o Festival de Locarno e eleita Melhor Curta Nacional no Curtas Vila do Conde.
Seguiram-se «Nuvem» (2011) e «Os Vivos Também Choram» (2012), ambas selecionadas para a Quinzena dos Realizadores de Cannes, tendo a última recebido uma Menção Especial do Júri, e, no Curtas Vila do Conde, o prémio de Melhor Curta Nacional.
Nascido na Suíça, filho de portugueses, Basil da Cunha, 28 anos, começou a fazer curtas-metragens de forma autodidata, aos 10 anos, quando os pais lhe ofereceram uma câmara.
“Quando entrei para a Haute École d’Art et de Design de Genebra já tinha feito uma dezena de filmes”, recordou numa entrevista ao «Jornal de Letras». Foi no decorrer do curso que realizou «A Côté».
O realizador diz que não se sente muito próximo do cinema português e que o que lhe interessa é o ato de filmar.
“O cinema faz-se na rodagem, o momento da liberdade”, afirmou à agência Lusa. Em «Até Ver a Luz», Basil da Cunha faz um retrato social de uma personagem que está à margem de um bairro marginal.
O filme foi feito com um grupo de atores não profissionais que Basil da Cunha conheceu há seis anos, quando foi morar para a Reboleira, concelho da Amadora, depois de ter vivido grande parte da vida na Suíça.
O realizador diz que filmou um “samurai dos tempos modernos”, referindo-se à personagem Sombra, um traficante que, acabado de sair da prisão, se vê numa encruzilhada no bairro degradado onde vive, perseguido pelo líder de um gangue. Sombra volta à sua vida de dealer (traficante de drogas) na Reboleira.
Entre o dinheiro emprestado que não consegue recuperar e aquele que deve, uma pequena vizinha sempre por perto e um chefe de gang que duvida da sua boa fé, Sombra começa a pensar que, de facto, mais valia ter ficado na cadeia.
O personagem, interpretado por Pedro Ferreira, “está à margem, dentro da margem que é o bairro”, explica Basil da Cunha, acrescentando que este é “um samurai dos tempos modernos, que só vive de noite, um estranho que não consegue escapar ao destino dele”.
Apesar da violência e do crime retratados, o realizador – que também escreveu o guião – olha as personagens a partir de dentro, do universo onde habitam, sem os reduzir a “maus da fita”.
“Os que vêm de baixo são heróis. Eu vejo personagens a sublimar, com profundidade”, define.
“Escrevi e filmei «Até Ver a Luz» em estreita colaboração com os moradores do bairro. É um filme sobre essas pessoas, construído com essas pessoas, e tenta ser uma espécie de reinterpretação da vida delas. As pessoas transformam-se em personagens, a ficção permite sublimar o real, por mais duro ou absurdo que seja. Trata-se de traduzir a complexidade do real, mas também a sua beleza”, explica o realizador Basil da Cunha na página do filme na internet.
«A Côté» (em2009), foi selecionada para o Festival de Locarno e eleita Melhor Curta Nacional no Curtas Vila do Conde.
Seguiram-se «Nuvem» (2011) e «Os Vivos Também Choram» (2012), ambas selecionadas para a Quinzena dos Realizadores de Cannes, tendo a última recebido uma Menção Especial do Júri, e, no Curtas Vila do Conde, o prémio de Melhor Curta Nacional.
Nascido na Suíça, filho de portugueses, Basil da Cunha, 28 anos, começou a fazer curtas-metragens de forma autodidata, aos 10 anos, quando os pais lhe ofereceram uma câmara.
“Quando entrei para a Haute École d’Art et de Design de Genebra já tinha feito uma dezena de filmes”, recordou numa entrevista ao «Jornal de Letras». Foi no decorrer do curso que realizou «A Côté».
O realizador diz que não se sente muito próximo do cinema português e que o que lhe interessa é o ato de filmar.
“O cinema faz-se na rodagem, o momento da liberdade”, afirmou à agência Lusa. Em «Até Ver a Luz», Basil da Cunha faz um retrato social de uma personagem que está à margem de um bairro marginal.
O filme foi feito com um grupo de atores não profissionais que Basil da Cunha conheceu há seis anos, quando foi morar para a Reboleira, concelho da Amadora, depois de ter vivido grande parte da vida na Suíça.
O realizador diz que filmou um “samurai dos tempos modernos”, referindo-se à personagem Sombra, um traficante que, acabado de sair da prisão, se vê numa encruzilhada no bairro degradado onde vive, perseguido pelo líder de um gangue. Sombra volta à sua vida de dealer (traficante de drogas) na Reboleira.
Entre o dinheiro emprestado que não consegue recuperar e aquele que deve, uma pequena vizinha sempre por perto e um chefe de gang que duvida da sua boa fé, Sombra começa a pensar que, de facto, mais valia ter ficado na cadeia.
O personagem, interpretado por Pedro Ferreira, “está à margem, dentro da margem que é o bairro”, explica Basil da Cunha, acrescentando que este é “um samurai dos tempos modernos, que só vive de noite, um estranho que não consegue escapar ao destino dele”.
Apesar da violência e do crime retratados, o realizador – que também escreveu o guião – olha as personagens a partir de dentro, do universo onde habitam, sem os reduzir a “maus da fita”.
“Os que vêm de baixo são heróis. Eu vejo personagens a sublimar, com profundidade”, define.
“Escrevi e filmei «Até Ver a Luz» em estreita colaboração com os moradores do bairro. É um filme sobre essas pessoas, construído com essas pessoas, e tenta ser uma espécie de reinterpretação da vida delas. As pessoas transformam-se em personagens, a ficção permite sublimar o real, por mais duro ou absurdo que seja. Trata-se de traduzir a complexidade do real, mas também a sua beleza”, explica o realizador Basil da Cunha na página do filme na internet.