Português vai ligar por mar todos os países lusófonos

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Assinalar os quinhentos anos da ligação marítima da Europa à Ásia pelos navegadores portugueses, ligando de veleiro e pela primeira vez, todos os países e territórios de língua oficial portuguesa. Esse é o objetivo a que se propõem o português João Gomes e a sua mulher Nae, de origem tailandesa. A partida está prevista para janeiro de 2014 e Timor-Leste será o primeiro ponto de paragem. A viagem vai terminar em 2016 “onde tudo começou há mais de cinco séculos” – Portugal…

“Promover a cultura e os laços que ligam todos os países e territórios de língua oficial portuguesa” e “fomentar os laços de amizade” entre esses países são outros dos objetivos da viagem de João Gomes.
Nesta aventura, o português de 40 anos, natural de Mira (distribo de Coimbra) vai ter a companhia da mulher Nae, trailandesa, 31 anos, da filha Maria, de um ano e do cão da família. São eles os passageiros do veleiro «Dee» (segundo nome da filha do casal), que, em janeiro próximo, vai iniciar uma volta ao mundo com paragens em todos os países lusófonos ou ligados aos Descobrimentos portugueses.
A aventura luso-tailandesa vai prolongar-se por quase três anos. O barco está atualmente ancorado na República Dominicana, onde terá início a viagem. Custou cerca de 100 mil dólares e obrigou a um investimento semelhante para o dotar de radar, sistemas de localização, ar condicionado, aquecimento, velas, telefone via satélite e outras necessidades para uma longa viagem com muitas paragens.
“O primeiro país lusófono a visitar será Timor-Leste, seguindo-se o território de Macau, Goa, Damão e Diu, Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Brasil e Portugal”, onde deverão chegar em 2016, explicou João Gomes.
Ao longo da viagem, o casal vai contar as aventuras no blogue sailingdeept.blogspot.pt e fará reportagens para o semanário católico de Macau «O Clarim», bem como para uma revista de Hong Kong e outra da Tailândia, prevendo-se ainda a preparação de uma série de televisão, num conjunto de iniciativas que tentam “colmatar a ausência de grandes apoios financeiros e que irão ajudar a pagar as despesas mensais”. “Sempre que chegarmos a um ponto da ‘lusofonia’ vamos parar e realizar algumas ações culturais que visem também assinalar os 500 anos das ligações marítimas da Europa à Ásia pelos navegadores portugueses”, apontou.
A viagem, que a família tentará fazer sobretudo ao longo do dia, terá, contudo, etapas mais longas em vários mares e oceanos, altura em que João Gomes espera ter a companhia de vários amigos também apaixonados pelo mar. “Já temos alguns percursos combinados com amigos que nos vão acompanhar em etapas mais longas, mais exigentes por demorarem mais tempo em alto mar e porque nestas alturas toda a ajuda é importante”, acrescentou João Gomes, ao salientar que “todas as rotas conhecidas como sendo de potencial perigo serão evitadas, como é o caso da região da Somália”. Até janeiro, a família de João Gomes espera ainda conseguir angariar apoios humanitários que seriam enviados para os países ou regiões de destino em contentores e depois distribuídos nas paragens do veleiro.
“Queremos juntar todas as vertentes a esta viagem e esperamos conseguir apoios nesse sentido, porque, além do desafio pessoal e do objetivo de querermos realizar a viagem, atribuímos a esta aventura a componente cultural de celebração da amizade entre os povos da lusofonia e a de ajuda aos mais necessitados através da doação de bens”, concluiu.

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