É no norte da Europa que estão os países mais felizes do mundo. Esta é a conclusão do Relatório Mundial sobre Felicidade 2013, elaborado pela Universidade de Columbia para a Organização das Nações Unidas, e que volta a colocar a Dinamarca, Noruega e Suíça nos primeiros três lugares do ranking. País ocupa 85ª posição, menos 12 que no ano passado. A ‘culpa’ é da instabilidade económica…
Em 2012, Portugal teve uma avaliação de média de felicidade de 5,4. Um ano depois, essa média caiu 0,305 para 5,1, o que concluiu que os portugueses mantêm-se num estado de bem-estar moderado onde as incertezas provocadas pela instabilidade económica impedem uma variação mais positiva da felicidade. A queda de 12 lugares deve-se ao “impacto da crise na zona euro”, que afectou de forma idêntica a Grécia, Itália e Espanha, refer o estudo. Apesar de o “mundo se ter tornado ligeiramente mais feliz e generoso nos últimos cinco anos”, o relatório concluiu que problemas económicos e políticos comprometeram a felicidade em alguns países. É o caso de Portugal. Colocado lado-a-lado com a Grécia (70º lugar no ranking), Espanha (38º) e Itália (45º) é um dos países mais afectados pela crise na zona euro onde foram registadas descidas significativas de felicidade devido à redução do poder económico. Quando analisados países que sofreram grandes perdas económicas nos períodos de 2005-2007 a 2010-2012, Portugal está em 20.º lugar, Itália em oitavo, Espanha em sexto e Grécia em segundo. Os portugueses apresentaram o desemprego como a causa para a descida na média de bem-estar.
O Relatório Mundial sobre Felicidade de 2013 vem reforçar que o bem-estar deve ser um “componente crítico para a forma como o mundo mede o seu desenvolvimento económico e social”. O director do Instituto da Terra da Universidade de Columbia e conselheiro especial para o secretário-geral da ONU, Jeffrey D. Sachs, um dos responsáveis que assina este relatório, sublinha que “existe, neste momento, uma exigência crescente de que a política esteja mais alinhada com o que realmente importa às pessoas”, acrescentando que “cada vez mais os líderes mundiais falam sobre a importância do bem-estar como um guia para as suas nações e para o mundo”.
O relatório defende a importância de “equilibrar medidas económicas para o progresso social com medidas de bem-estar para garantir que o progresso económico leva a grandes melhorias em vários domínios da vida, e não apenas uma maior capacidade económica”.
A saúde mental é apontada no relatório realizado a pedido da ONU como um dos factores prioritários a apoiar, mesmo nos países desenvolvidos. “As pessoas podem estar infelizes por muitas razões, desde a pobreza ao desemprego ou a crise familiares e doenças físicas”, sublinha o documento. “Se queremos um mundo mais feliz, precisamos de um novo acordo sobre a saúde mental”, reforça.