Num extenso artigo de quatro páginas, publicado em julho, Seth Sherwood, do jornal norte-americano The New York Times, mostra um lado mais alternativo da costa algarvia. O jornalista garante que esta zona do país tem, afinal, um lado mais tradicional e tranquilo do que aquele que, habitualmente, os turistas encontram.
Seth viajou pela costa algarvia onde teve oportunidade de descobrir “praias escondidas nas rochas, aldeias de pescadores e castelos medievais”, tudo acessível através das carreiras dos autocarros da rede EVA.
O jornalista começou por descrever os encantos da cidade histórica de Tavira, desde os vestígios romanos e fenícios, às salinas e às “inúmeras igrejas do Renascimento”, como o Convento das Bernardas e o Palácio da Galeria. Seth Sherwood revela que foi em Tavira que aprendeu o “melodioso” som do “Bom dia” português mas teve, sobretudo, a oportunidade de explorar “furiosamente” a gastronomia da região, até porque a visita coincidiu com o Festival de Gastronomia do Mar. Atum, carapaus, polvo, amêijoas e mexilhão foram apenas algumas das iguarias no menu.
Depois de Tavira, a visita prosseguiu para a Praia da Rocha, “a típica zona algarvia” e a “mais frequentada pelos turistas”. Ali, fala num ponto de encontro entre as “maiores tragédias” e, ao mesmo tempo, “os maiores triunfos” da costa algarvia, onde a beleza das “areias douradas” contrasta com os hotéis e condomínios. A pouca distância de Portimão, encontrou a cidade de Silves, fortemente marcada pela influência árabe e andaluz, onde está o “maior e o mais bem preservado castelo” do Algarve. Fascinado pela história da cidade, que lhe foi desenvendada pela arqueóloga Maria Gonçalves, Seth garante que Silves “ficou para sempre no seu coração”.
O roteiro terminou em Pedralva, aldeia que há poucos anos era “fantasma e em ruínas”, mas que foi recuperada sendo hoje em dia um empreendimento de ecoturístico tranquilo onde os visitantes podem “fugir da rotina das grandes cidades”.
Sem rede no telemóvel, sem internet, nem televisão, o jornalista rendeu-se “às estrelas e ao som dos grilos e das corujas” que ecoam pelo vale da Pedralva. “Os sons de um Algarve que ainda está preservado”, conclui Seth Sherwood.