O incêndio no Caramulo levou à evacuação de algumas casas por precaução, segundo confirmou à Renascença fonte do comando no local.
Quem ali vive e trabalha tem passado dias muito difíceis como contou à rádio Renascença a proprietária de um café em Guardão, no Caramulo. “Há pessoas das aldeias que estão apavoradas: está difícil respirar e está tudo a arder “, descreve Nazaré Duarte, acrescentando que ninguém dormiu porque o fogo reacendeu e as pessoas têm medo. “Está um vento horrível que leva tudo à frente”, sublinhou.
O presidente da Câmara de Tondela disse hoje à agência Lusa que o vento “brutal” está a dificultar o combate ao incêndio no Caramulo, mas que tem sido possível proteger até ao momento as povoações, bens e pessoas. “Para já tem-se conseguido proteger as populações, sobretudo no concelho de Tondela e de Oliveira de Frades (distrito de Viseu), mas a situação está muito difícil por causa do vento. É a maior dificuldade, é uma coisa enormíssima e brutal. Entretanto, já começaram a funcionar os meios aéreos, o que pode vir a ajudar a resolver alguns dos problemas que temos”, adiantou Carlos Marta.
O autarca informou que existe apenas informação de uma habitação que foi atingida pelas chamas em Oliveira de Frades, e assinalou que o fogo está a avançar em direção a Agadão, no concelho de Águeda, já no distrito de Aveiro. “Se o vento não parar, vai ser muito complicado”, sublinhou, acrescentando que neste momento “ninguém faz previsões” quanto a um eventual epílogo deste incêndio, que na última noite atravessou várias zonas habitadas.
“Já atravessou várias populações, grande parte dos meios dos bombeiros esteve na proteção das habitações, que são várias espalhadas por toda a serra”, afirmou à Lusa o Comandante Distrital de Operações de Socorro de Viseu, António Ribeiro. O comandante explicou que na Serra do Caramulo há uma grande dispersão de habitações, aldeias e pequenas aldeias e algumas casas isoladas, sendo que a situação está mais calma, mas os bombeiros continuam a defender as povoações.
O fogo, que tem duas frentes activas, passou do concelho de Tondela para o de Águeda. A combatê-lo estão 499 operacionais, apoiados por 156 veículos e cinco meios aéreos, entre os quais quatro aviões bombardeiros pesados. “Atravessou várias populações, grande parte dos meios dos bombeiros esteve na protecção das habitações, que são várias espalhadas por toda a serra”, afirmou o Comandante Distrital de Operações de Socorro, António Ribeiro.