OCDE prevê que recessão portuguesa em 2013 será mais profunda

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A economia portuguesa deverá ter uma recessão mais profunda este ano, de 2,7% do PIB, crescer menos em 2014 que o esperado pelo Governo e pela «troika». A previsão é da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e consta do relatório «Economic Outlook», divulgado hoje.

 

No documento publicado duas vezes por ano e que contém as perspetivas globais da instituição, a OCDE prevê que a recessão seja maior em 0,4 pontos percentuais face à última estimativa do Governo e da «troika» (composta pelo Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) que previam um recuo de 2,3%.

A organização espera também que a economia cresça menos que o esperado em 2014, mesmo após a queda mais profunda este ano, também aqui menos 0,4 pontos percentuais que na estimativa da «troika» e do Governo. A OCDE espera um crescimento marginal na ordem dos 0,2%, enquanto o Governo, no Documento de Estratégia Orçamental apresentado no mês passado, previa um crescimento de 0,6%.

Para esta queda deverão contribuir as perspetivas mais negativas da organização para a procura interna, onde a OCDE espera uma contração de 5,1% este ano (contra 4,1% da previsão do Governo) e de -1,5% em 2014 (contra -0,1% esperados pelo Governo).

A organização espera também um quadro muito mais negativo para o investimento, esperando uma contração de 10,6% este ano (contra 7,6% esperados pelo Governo) e de 0,7% em 2014 (Governo espera -0,1%).

Este cenário mais pessimista surge apesar de a OCDE esperar um crescimento das exportações mais expressivo que o esperado pelo Governo, mais 0,6 pontos percentuais este ano para 1,4% e igual valor em 2014, para 5,1%.

Já as expectativas quanto à taxa de desemprego são praticamente iguais ao que o Governo espera desde o final do mês passado, atingindo os 18,2% este ano e 18,6% no próximo ano, mais 0,1 pontos percentuais que na projeção do executivo.

 

Défice acima dos 130% em 2014

 

A OCDE espera ainda que a dívida pública supere a barreira dos 130% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, 8,4 pontos percentuais acima do limite máximo esperado pelo Governo.

De acordo com o «Economic Outlook», a dívida pública deverá continuar numa trajetória de crescimento este ano e no próximo, ao contrário do esperado pelo Governo no Documento de Estratégia Orçamental conhecido no final do mês passado. O Governo espera que o nível de dívida pública caia este ano para os 122,3% do PIB, mas a OCDE espera um agravamento para os 127,7%.

Já no próximo ano, quando o Governo esperava que este valor subisse para apenas 123,7%, o mais alto das previsões incluídas no DEO (até 2017), a OCDE espera um valor substancialmente mais alto, na ordem dos 132,1% do PIB um valor historicamente alto. Este rácio é influenciado por várias diferenças nas previsões da OCDE face ao que o Governo espera.

Desde logo o défice orçamental esperado para 2013 e 2014 pela OCDE é mais elevado que as metas acordadas (revistas recentemente) com a «troika». A organização espera um défice de 6,4% para este ano (quando a meta acordada é de 5,5%,) e de 5,6% para o próximo ano (meta de 4%).

 

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