Com um volume de negócios de 6 mil milhões de euros e responsável por 80 por cento de toda a produção primária, a Agricultura é fundamental no sector primário português. No que diz respeito à exportação, o sector Pesca Marítima foi quem mais contribuiu para as vendas internacionais com quase 90 milhões de euros. As conclusões são da ES Research e têm como base os dados do INE.
Se dividirmos por sectores de actividade, o estudo da Espírito Santo Research conclui que a Pesca vale 627 milhões de euros e contribui com 8 por cento para a produção primária; a Silvicultura é responsável por uma fatia de 935 milhões de euros para o volume de negócios do sector primário e 12 por cento da produção; a Agricultura é a que mais contribui para o sector primário com um volume de negócios de 6 milhões de euros e 80 por cento de toda a produção primária.
A Agricultura, que vale 6 mil milhões de euros, abrange a Produção Vegetal (3,2 mil milhões de euros é o volume de negócios referente às frutas, hortícolas, cereais, vinho e azeite); a Produção Animal (cujos 2,4 mil milhões de euros dizem respeito à produção de animais, leite, ovos etc.) e outros que rendem 287 milhões de euros.
Pescas dominam exportações agrícolas
Ainda de acordo com o estudo da ES Research (com dados do Instituto Nacional de Estatística), o sector primário, que abrange Agricultura, Silvicultura e Pesca, resultou, em 2012, num Valor Acrescentado Bruto de 2,1 por cento, sendo o mais baixo se comparado com outros sectores de actividade: Outras Actividades de Serviços (29,9 por cento), Comércio e Reparação de Veículos, Alojamento e Restauração (19,8 por cento), Actividades Financeiras de Seguros e Imobiliárias (15,8 por cento), Indústria (13,9 por cento), Transportes e Armazenagem, Actividades de Informação e Comunicação (8,9 por cento), Construção (6,1 por cento) e Energia, Água e Saneamento (3,4 por cento).
Relativamente ao comércio internacional, e tendo como consideração as importações e exportações primárias entre 2006 e 2011, as exportações do sector primário situam-se nos 2,2 mil milhões de euros (5,2 por cento das exportações totais), sendo que o Alentejo contribui com 12,4 por cento para as exportações totais, de acordo com números do INE.
O ‘Top 5’ do volume de exportação do sector agrícola por CAE, em 2011, permitiu perceber que a Pesca Marítima contribuiu com 89,9 milhões de euros (peso de 31,4 por cento nas exportações agrícolas); as Culturas de Produtos Hortícolas, Raízes e Tubérculos são responsáveis por vendas internacionais no valor de 45,2 milhões de euros (15,8 por cento de peso nas exportações agrícolas). A Viticultura exportou 25 milhões de euros em 2011, um peso de 8,7 por cento nas exportações agrícolas.
A Avicultura registou vendas para o exterior de 22,9 milhões de euros em 2011 e teve um peso nas exportações agrícolas de 8 por cento enquanto a Agricultura e Produção Animal Combinadas vendeu 21,1 milhões de euros para o estrangeiro tendo um peso de 7,4 por cento no total das exportações agrícolas.
Quanto aos países de destino das empresas exportadoras do sector agrícola em 2011, podemos perceber neste estudo da ES Research que a Suíça é responsável por 7,8 por cento das importações de produtos do sector primário.
O Brasil surge como o segundo país que mais compra ao sector primário (7 por cento), logo seguido dos Estados Unidos da América (5,9 por cento), Espanha (5,5 por cento) e Canadá (5,4 por cento).
O Valor Anual Bruto (VAB) do ramo agrícola em Portugal significa 1,4 por cento do VAB nacional. Se compararmos o VAB agrícola com os valores referentes ao sector espanhol, é possível aquilatar que o país vizinho apresentou um Valor Anual Bruto de 2,4 por cento em 2011.
Vinho e Azeite com balança positiva
Tal como refere o estudo da ES Research, tomando como referência dados do INE, a balança comercial do sector agrícola é tradicionalmente deficitária e em 2011, Portugal produzia cerca de 70 por cento das necessidades de consumo. Assim, os frutos apresentavam, em 2011, uma balança deficitária de 147,5 milhões de euros, sendo que também é deficitária a balança dos Vegetais e Produtos Hortícolas (défice de 68,7 milhões de euros). Em 2011, o vinho foi dos poucos produtos agrícolas a apresentar um resultado positivo, com 570 milhões de euros.
Os cereais apresentam-se como produção vegetal mais deficitária com um défice de 573 milhões de euros, enquanto o azeite tem uma balança comercial positiva de 29,6 milhões de euros. A produção vegetal do sector agrícola é dominada pelos Frutos, Vegetais, Hortícolas, Vegetais Hortícolas e Vinho, sendo que a maior taxa de crescimento é registada no azeite.
Nos dados que se referem à repartição da produção vegetal do sector agrícola em Portugal, é possível verificar que os Frutos ocupam a maior fatia com 36 por cento e os Vegetais e Produtos Hortícolas ocupam a segunda maior taxa de produção com 31 por cento. O Vinho é a terceira produção vegetal do sector agrícola português (11 por cento), as Plantas Forrageiras são responsáveis por 8 por cento e os Cereais fecham a tabela das produções vegetais mais significativas com um valor de 6 por cento.