A Indústria Agro-alimentar portuguesa será um dos pilares de crescimento da economia nacional. É a indústria transformadora com maior volume de negócios (14 mil milhões de euros) e uma das que mais gera empregos: estima-se que seja responsável por 16 por cento do emprego nacional, directa e indirectamente. São conclusões de um estudo da Deloitte sobre um sector que já vale 4,5 por cento do PIB nacional.
Em relação a outros sectores ligados directamente à indústria agro-alimentar, o estudo da Deloitte estima que o Sector Primário (produção agrícola, pecuária e pescas) resulta num VAB de pouco mais de 2.500 mil milhões de euros e 415 mil empregos. Já o Sector da Distribuição (distribuição e comercialização de produtos alimentares / bebidas) representa pouco mais de 8 mil milhões de euros e 450 mil postos de trabalho.
Indústria transformadora líder
De acordo com a análise da Deloitte, a Indústria Agro-alimentar em Portugal assume uma relevância estratégica no contexto nacional, pela essencialidade dos bens que produz e pelo valor e emprego que gera. Relativamente à contribuição económica, e no que diz respeito às indústrias transformadoras em Portugal, a Indústria Agro-alimentar é a que mais contribui para a economia nacional em Volume de Negócios (14 mil milhões de euros) e VAB (3 mil milhões de euros).
Numa altura em que tão procurada a fórmula “mágica” para a geração de emprego, esta indústria transformadora contribui directa e indirectamente para um total de 16 por cento do emprego nacional correspondente a 110 mil empregos directos e 500 mil empregos indirectos. No que concerne ao equilíbrio da balança comercial, a Indústria Agro-alimentar tem contribuído para este equilíbrio, registando desde 2006 um crescimento das exportações cerca de duas vezes superior ao das importações.
Agro-alimentar vale 4,5% do PIB
Com 14 mil milhões de euros de Volume de Negócios e 3 mil milhões de VAB (Valor Acrescentado Bruto), a Indústria Agro-alimentar em Portugal é de longe a indústria transformadora com maior contribuição para a economia nacional. Esta contribui de forma directa para 4,2 por cento do Volume de Negócios e 3,5 por cento do VAB do país, estimando-se que contribua directa e indirectamente para cerca de 4,5 por cento do PIB nacional.
As conclusões deste estudo da Deloitte tiveram como base os números do INE (referentes a 2009) e em termos de volume de negócios, a Metalurgia é a segunda indústria transformadora que mais se aproxima da Indústria Agro-alimentar com 7,6 mil milhões de euros, Têxteis (7,2 mil milhões de euros), Equipamentos Electrónicos (7,1 mil milhões de euros), Químicos e plásticos (6 mil milhões de euros), Madeira e papel (5,3 mil milhões de euros), Equipamento de transporte (5,2 mil milhões de euros), Minerais não metálicos), Outras (2,8 mil milhões de euros), Mobiliário e colchões (1,4 mil milhões de euros) e Suportes gravados (1,3 mil milhões de euros).
Indústria que mais investe
Tal como consta deste estudo da Deloitte, a Indústria Agro-alimentar tem conseguido manter a sustentabilidade da sua produção num contexto económico adverso, sendo a indústria transformadora que mais investe em Portugal. Entre 2006 e 2011, a produção da indústria transformadora contraiu cerca de 15 por cento sendo que a Indústria Agro-alimentar assegurou a sustentabilidade da sua produção, registando um crescimento médio de cerca de 1 por cento. O estudo citado confirma que a Indústria Agro-alimentar é a indústria transformadora que mais investe em Portugal, registando em 2009 cerca de 660 milhões de euros na Formação Bruta de Capital Fixo, de acordo com dados do INE.
16% do emprego nacional
No que diz respeito à criação de emprego, a Indústria Agro-alimentar é a segunda indústria transformadora que mais emprega em Portugal com 110 mil empregos contabilizados em 2009, sendo apenas suplantado pela indústria têxtil que continua a ser a que mais recruta no nosso país com 191 mil postos de trabalho activos. A Indústria Agro-alimentar é assim responsável pela criação directa de 110 mil postos de trabalho, representando cerca de 2,9 por cento do emprego nacional. Esta indústria transformadora é composta por mais de 10 mil empresas, sendo a terceira indústria transformadora com maior tecido empresarial. No ‘Top 3’ das indústrias transformadoras portuguesas surge a Metalurgia com perto de 99 mil empregos gerados.
A Indústria Agro-alimentar assume relevância no desenvolvimento do tecido empresarial e geração de emprego em zonas menos desenvolvidas do país.
De acordo com este estudo da Deloitte, esta indústria transformadora gera directa e indirectamente cerca de 16 por cento do emprego total do país e estima-se que seja responsável, indirectamente, por 500 mil empregos, fundamentalmente no sector primário na distribuição alimentar e em outros sectores de serviços. Desta forma, a Indústria Agro-alimentar alavanca o emprego regional, promovendo o desenvolvimento da respectiva indústria primária.
Aumento das exportações
A Indústria Agro-alimentar tem contribuído para o equilíbrio da balança comercial, registando desde 2006 um crescimento das exportações superior ao das importações. As exportações desta indústria transformadora registaram um crescimento médio percentual duas vezes superior ao das importações. As exportações da Indústria Agro-alimentar aumentaram 16 por cento desde 2008, face ao aumento de 4 por cento das importações. O estudo da Deloitte estima que 2.500 empresas desta indústria portuguesa estão presentes em mercados externos.
Comparada com congéneres europeias, a Indústria Agro-alimentar nacional revela um potencial de crescimento dos seus níveis de produção e volume de negócios. A produção per capita desta indústria transformadora portuguesa está cerca de 43 por cento abaixo da média das realidades congéneres.
Portugal importa cerca de 31 por cento do seu consumo de produtos alimentares transformados e a Indústria Agro-alimentar nacional exporta cerca de 18 por cento da sua produção. Países como Irlanda e Alemanha exportam 46 por cento e 25 por cento respectivamente.
De acordo com dados da Eurostat, citados neste estudo da Deloitte, o Volume de Negócios da Indústria Agro-alimentar portuguesa representa 1.429 euros por habitante; na Irlanda o mesmo valor chega aos 5.375 euros e na Holanda perto de 3.700 euros.
Deixe um comentário