Desenvolvido ao longo dos últimos quatro anos conta com a participação de 17 parceiros, entre os quais a Universidade de Coimbra. O projeto europeu «HeartCycle» foi lançado a pensar nos doentes que sofram de alguma doença ligada ao coração, como a insuficiência cardíaca. E foi uma equipa de 10 investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia daquela universidade, que criou a “parte inteligente” do protótipo que já foi testado com resultados positivos em ambiente hospitalar.
O «HeartCycle» foi materializado numa camisola composta por um conjunto de sensores têxteis para recolher os resultados do eletrocardiograma e o cardiograma de impedância, sensores com dois microfones que realizam a auscultação do coração e percebem tudo o que ocorre no órgão, e por um dispositivo eletrónico que recolhe toda a informação. À equipa portuguesa coordenada pelos professores Paulo de Carvalho, Jorge Henriques e Rui Paiva, coube a elaboração da “parte inteligente” do protótipo: o software com os algoritmos que permite aos sensores fazerem as análises ao coração.
“O «HeartCycle» permite ao doente medir diariamente duas variáveis fundamentais: o débito cardíaco (quantidade de sangue que o coração consegue bombear por minuto) e a resistência periférica (a resistência que as artérias fazem à circulação do sangue)”, explicou Paulo de Carvalho ao MUNDO PORTUGUÊS. Este controlo da atividade do coração e das artérias feito em tempo real, dá tanto ao médico como ao paciente a informação terapêutica que possibilita o ajuste diário da medicação. E ainda detetar qualquer sinal de descompensação que surja no funcionamento do coração e evitar que aconteça, como explicou o professor e diretor do Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC. “Todos os dias, o paciente levanta-se de manhã, veste a camisola e começa a fazer as medições, o que gera automaticamente a medicação a tomar”, acrescentou Paulo de Carvalho.
O protótipo já foi testado com sucesso em pacientes no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, conhecido como Hospital dos Covões e validado clinicamente. “Usamos o nosso sistema em simultâneo com o aparelho de ecocardiograma e concluímos que as variáveis do protótipo são equivalentes às do ecocardiograma”, revelou. O teste foi feito em 38 pacientes com problemas cardíacos, mas também em 33 pessoas que não apresentam nenhuma patologia cardíaca, porque os investigadores pretendiam saber “se funcionava em pessoas saudáveis”.
Os investigadores sustentam que com o envelhecimento da população, a aposta deve ser numa política preventiva da doença de forma a evitar tratamentos agressivos e internamentos prolongados dos doentes que geram grandes custos económicos e sociais. Num comunicado divulgado pela UC, Paulo de Carvalho frisava que “atualmente, o sistema está muito centrado no hospital e, por isso, os pacientes só recebem feedback em consultas médicas, ou na presença de sintomas”. O «HeartCycle» irá permitir o acompanhamento diário da situação do paciente e sem que este tenha que ir ao hospital.
Desenvolvido ao longo dos últimos quatro anos, no âmbito de uma investigação de nível europeu (http://www.heartcycle.eu/) coordenado pela Philips – líder em equipamentos para cuidados de saúde – o projeto teve um orçamento global de cerca de 22 milhões de euros e tem duas patentes internacionais em fase de submissão. Além da Universidade de Coimbra, contou com a participação de 17 parceiros, incluindo empresas de topo mundial na área das comunicações, hospitais e universidades. No Hospital de Coimbra, a equipa trabalhou com o cirurgião Manuel Antunes, diretor do Centro de Cirurgia Cardiotorácica.
O próximo desafio passa pela comercialização do «HeartCycle», mas antes de chegar ao mercado o protótipo terá que ser transformado num produto com design industrial adequado e passar por testes práticos, como escolher o tecido ideal para um «camisola» que terá de ser lavada. “Depois será preciso que (o consórcio) descubra um modelo de negócio que permita a sua comercialização”, sublinha Jorge de Carvalho, acrescentando que poderá ser vendido dentro de três a quatro anos.
Ana Grácio Pinto
apinto@mundoportugues.org
“O «HeartCycle» permite ao doente medir diariamente duas variáveis fundamentais: o débito cardíaco (quantidade de sangue que o coração consegue bombear por minuto) e a resistência periférica (a resistência que as artérias fazem à circulação do sangue)”, explicou Paulo de Carvalho ao MUNDO PORTUGUÊS. Este controlo da atividade do coração e das artérias feito em tempo real, dá tanto ao médico como ao paciente a informação terapêutica que possibilita o ajuste diário da medicação. E ainda detetar qualquer sinal de descompensação que surja no funcionamento do coração e evitar que aconteça, como explicou o professor e diretor do Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC. “Todos os dias, o paciente levanta-se de manhã, veste a camisola e começa a fazer as medições, o que gera automaticamente a medicação a tomar”, acrescentou Paulo de Carvalho.
O protótipo já foi testado com sucesso em pacientes no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, conhecido como Hospital dos Covões e validado clinicamente. “Usamos o nosso sistema em simultâneo com o aparelho de ecocardiograma e concluímos que as variáveis do protótipo são equivalentes às do ecocardiograma”, revelou. O teste foi feito em 38 pacientes com problemas cardíacos, mas também em 33 pessoas que não apresentam nenhuma patologia cardíaca, porque os investigadores pretendiam saber “se funcionava em pessoas saudáveis”.
Os investigadores sustentam que com o envelhecimento da população, a aposta deve ser numa política preventiva da doença de forma a evitar tratamentos agressivos e internamentos prolongados dos doentes que geram grandes custos económicos e sociais. Num comunicado divulgado pela UC, Paulo de Carvalho frisava que “atualmente, o sistema está muito centrado no hospital e, por isso, os pacientes só recebem feedback em consultas médicas, ou na presença de sintomas”. O «HeartCycle» irá permitir o acompanhamento diário da situação do paciente e sem que este tenha que ir ao hospital.
Desenvolvido ao longo dos últimos quatro anos, no âmbito de uma investigação de nível europeu (http://www.heartcycle.eu/) coordenado pela Philips – líder em equipamentos para cuidados de saúde – o projeto teve um orçamento global de cerca de 22 milhões de euros e tem duas patentes internacionais em fase de submissão. Além da Universidade de Coimbra, contou com a participação de 17 parceiros, incluindo empresas de topo mundial na área das comunicações, hospitais e universidades. No Hospital de Coimbra, a equipa trabalhou com o cirurgião Manuel Antunes, diretor do Centro de Cirurgia Cardiotorácica.
O próximo desafio passa pela comercialização do «HeartCycle», mas antes de chegar ao mercado o protótipo terá que ser transformado num produto com design industrial adequado e passar por testes práticos, como escolher o tecido ideal para um «camisola» que terá de ser lavada. “Depois será preciso que (o consórcio) descubra um modelo de negócio que permita a sua comercialização”, sublinha Jorge de Carvalho, acrescentando que poderá ser vendido dentro de três a quatro anos.
Ana Grácio Pinto
apinto@mundoportugues.org
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