Suíça: Comunidade em Genebra quer integração do português no ensino pós-obrigatório

Data:

A comunidade portuguesa em Genebra lançou, pela primeira vez, uma petição que visa recolher 4000 assinaturas para que o português integre o grupo das línguas de opção do ensino pós-obrigatório naquele cantão suíço. A petição foi lançada pela Associação dos Encarregados de Educação de Genebra e por outra associação de cultura e expressão portuguesa de Genebra para quem a integração do português no ensino pós-obrigatório significa mais reconhecimento e valorização do idioma que é a terceira língua europeia mais falada no mundo.

 

A petição terá que reunir 4000 assinaturas para que possa ser discutida no parlamento do cantão de Genebra. No texto que a acompanha, as duas associações lembram que o conhecimento de várias línguas é “uma mais-valia” num mundo “onde a mobilidade é constante e os espaços económicos emergentes registam taxas de crescimento elevadas” e defende que o português “representa um património cultural e económico com um valor acrescido, por ser a terceira língua europeia mais falada no mundo”.
Os peticionários sublinham ainda que naquele cantão vive uma grande comunidade portuguesa em idade escolar, “que representa cerca de 10 por cento da população escolar de Genebra”, sendo que “mais da metade” frequenta os cursos de língua e a cultura de origem oferecidos pelo Estado Português. “A integração do português como idioma de opção no ensino pós-obrigatório significa mais reconhecimento e valorização” de uma língua que pode ser “um recurso adicional num mundo cada vez mais globalizado e que obriga por vezes, à procura de oportunidades profissionais” em novos horizontes.
É por este conjunto de razões que a comunidade portuguesa que reside no cantão de Genebra pede a introdução do português como língua de opção no ensino pós-obrigatório naquela região.

“Implicação da comunidade”

A iniciativa foi destacada pelos deputados Carlos Gonçalves (PSD) e Paulo Pisco (PS) que estiveram presente na apresentação da petição.
“Existem dois pontos essenciais: primeiro, é a primeira vez que há uma iniciativa legislativa de cidadãos portugueses residentes na Suíça junto das instituições locais suíças, porque já haviam feito em Portugal mas nunca fizeram lá. Deve haver uma implicação da nossa comunidade na defesa dos seus próprios interesses na Suíça. É um sinal claro, é pioneiro”, disse hoje em declarações à Lusa o deputado social-democrata.
“Este é o ponto mais relevante, ou seja a implicação cívica da nossa comunidade através da Associação dos Encarregados de Educação de Genebra e de outra associação de cultura e expressão portuguesa de Genebra”, sustentou.
“A segunda questão, inerente a esta, é que a própria petição trata de uma matéria que é muito importante para mim, que é a integração da língua portuguesa nos currículos oficiais locais, seja ele qual for o nível, e neste caso é para a região de Genebra”, referiu ainda.
O deputado considera importante a integração da língua portuguesa num país onde vivem várias centenas de milhares de portugueses, já que é uma língua que tem expressão mundial, associada a uma cultura e que representa oportunidades de negócio.

Envolvimento das autoridades

Já o deputado socialista Paulo Pisco, que também esteve presente em Genebra, optou por frisar à Lusa a necessidade de envolvimento das autoridades portuguesas nesta iniciativa, promovida pela associação de expressão cultural portuguesa e pela associação portuguesa de pais e encarregados de educação de Genebra.
“Defendo-a e espero que o nosso Governo e o nosso embaixador na Suíça se envolvam diretamente para dar projeção e fazer com que os objetivos dos peticionários possam ser atingidos”, referiu, acrescentando que esta é uma iniciativa “de enorme importância que gostaria que chegasse a bom porto”, defendendo que para tal, “o envolvimento do Estado português é essencial”.
Paulo Pisco também destacou a importância da comunidade portuguesa no cantão de Genebra, “a mais importante, entre mais de uma centena de comunidades que aí existem”, e recordou que já existem línguas de outros países, como a espanhola ou árabe, com comunidades menos expressivas mas que já estão incluídas nos currículos do ensino pós-obrigatório.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Share post:

Popular

Nóticias Relacionads
RELACIONADAS

Compal lança nova gama Vital Bom Dia!

Disponível em três sabores: Frutos Vermelhos Aveia e Canela, Frutos Tropicais Chia e Alfarroba e Frutos Amarelos Chia e Curcuma estão disponíveis nos formatos Tetra Pak 1L, Tetra Pak 0,33L e ainda no formato garrafa de vidro 0,20L.

Super Bock lança edição limitada que celebra as relações de amizade mais autênticas

São dez rótulos numa edição limitada da Super Bock no âmbito da campanha “Para amigos amigos, uma cerveja cerveja”

Exportações de vinhos para Angola crescem 20% desde o início do ano

As exportações de vinho para Angola cresceram 20% entre janeiro e abril deste ano, revelou o presidente da ViniPortugal, mostrando-se otimista quanto à recuperação neste mercado, face à melhoria da economia.

Área de arroz recua 5% e produção de batata, cereais, cereja e pêssego cai 10% a 15%

A área de arroz deverá diminuir 5% este ano face ao anterior, enquanto a área de batata e a produtividade dos cereais de outono-inverno, da cereja e do pêssego deverão recuar 10% a 15%, informou o INE.