O conselho de ministros aprovou hoje a reprivatização da TAP – Transportes Aéreos Portugueses, uma operação que irá integrar duas fases: uma através de aumento de capital e outra através de venda de ações.
O Governo refere no comunicado do conselho de ministros que, com este processo de reprivatização, ser “relevante privilegiar a manutenção” do pendor característico da TAP “enquanto ‘companhia de bandeira'” por estar em causa “uma empresa que apresenta forte ligação ao país, ligação essa que importa manter”.
A privatização irá incidir sobre o capital social da própria sociedade gestora de participações sociais do Grupo TAP, assentando “numa estratégia integrada de alienação, que se considera especialmente adequada a potenciar a maximização do valor da TAP”.
Segundo o Executivo, o modelo adotado para esta operação “visa potenciar a participação e o investimento de um ou mais interessados que venham a tornar-se acionistas de referência no capital social da TAP – SGPS, S.A”, sendo que o processo de reprivatização vai integrar duas fases.
A primeira será constituída por uma ou mais operações de aumento de capital da TAP- SGPS, “a subscrever por um ou mais investidores, bem como pela alienação de ações representativas do capital social da TAP – SGPS a um ou mais investidores”. A segunda será através de uma oferta pública de venda de ações representativas do capital social da TAP – SGPS. Ambas as operações “podem ser efetuadas total ou parcialmente, numa ou mais vezes, simultaneamente ou em momento anterior ou posterior entre si”.
O Governo adianta ainda que as operações realizadas no âmbito da fase de reprivatização da TAP seguem, em primeiro lugar, “a modalidade de venda direta a um ou mais investidores que, em resultado da mesma, venham a tornar-se acionistas de referência da TAP- SGPS”. A fase de reprivatização referida em segundo lugar realiza-se mediante oferta pública de venda de ações representativas do capital social da TAP – SGPS, “reservadas para aquisição por parte dos trabalhadores”.
O Diário Económico noticia hoje que uma equipa do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, viajou para a Alemanha e Turquia para promover a privatização da TAP e da ANA. Segundo o jornal, na lista de contactos de Álvaro Santos Pereira consta a Turkish Airlines, que já em junho havia confirmado estar interessada na compra da companhia aérea portuguesa, apesar dos eventuais entraves regulatórios.
Já na Alemanha, o ministro ter-se-á encontrado com responsáveis da Lufthansa, um dos potenciais interessados na privatização da TAP, e com os dirigentes da Fraport, empresa que gere o aeroporto de Frankfurt, assim como com a Flughafen München GmbH (FMG), que gere a infraestrutura de Munique.
Na edição de ontem, o Jornal de Negócios noticiou que o Estado poderá encaixar mais de mil milhões e meio de euros com a venda da TAP e da ANA.