“Estamos profundamente agradecidos a todos os imigrantes, mas sentimos um especial interesse e atenção por parte da comunidade portuguesa”, disse à Lusa o secretário-geral de governo de Sucre, Arturo Hurtado.
Segundo referiu, os portugueses têm estado sempre prontos a colaborar “não apenas no desenvolvimento económico” local, mas “conseguindo integrar-se de uma maneira significativa nos aspetos sociais” e restantes atividades da comunidade.
Hurtado dirigiu “uma saudação muito afetiva e solidária” a Portugal “esse grande país irmão”, acrescentando que os portugueses “são acolhidos nesta terra como filhos”.
No seu entender, os portugueses constituem uma comunidade desde há muitos anos enraizada no Estado de Sucre. “Estão integrados na nossa comunidade a tal ponto que é difícil distinguir entre portugueses e venezuelanos”, afirmou, defendendo que seria importante “fazer um intercâmbio cultural, económico e social” com Portugal, para beneficiar da experiência da comunidade lusa em matérias nas quais os venezuelanos estão agora a iniciar-se.
Situada a mais de 530 quilómetros a leste de Caracas, Carúpano é uma histórica cidade costeira de Sucre, um Estado venezuelano onde residem milhares de portugueses.
Anzoátegui quer contributo de portugueses
Já as autoridades do estado venezuelano de Anzoátegui esperam que os novos emigrantes portugueses que se radiquem na região possam aproveitar as potencialidades existentes e contribuam para o desenvolvimento local.
“Devido a essa grande crise europeia, que se dispersa pelos países capitalistas, algumas pessoas estão a voltar a emigrar para o nosso país, ainda que não na proporção de há 50 anos, mas são muito bem-vindos”, disse o secretário do Governo de Anzoátegui.
Rafael Vegas falava à Agência Lusa à margem da realização de um programa de televisão, numa emissora local, sobre a comunidade portuguesa, as suas autoridades, cultura, gastronomia e folclore.
“Para nós é uma alegria contar com uma imigração de Portugal, que estava desativada até há dois anos e consideramos que nos vai ajudar muito”, frisou.
O responsável disse que os portugueses que, desde a década de 1950 se radicaram na região são “uma comunidade que deu muito impulso económico ao nosso Estado e também muito impulso ético e moral”.
“Há uma revolução dos ricos na Europa que está esmagando as reivindicações sociais dos trabalhadores. Estão alongando o tempo de trabalho, cortando as pensões aos trabalhadores e trabalhadoras, deixando a juventude sem trabalho e evidentemente que América Latina se oferece como uma referência de luta”, frisou.