Portugal será mais visível quanto maior for o poder dos políticos luso-eleitos

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Que papel podem desempenhar os eleitos políticos de origem portuguesa, na promoção de Portugal nos países onde exercem os seus mandatos? Esta questão foi debatida por cerca de 40 portugueses e luso descendentes que exercem variados cargos políticos no Canadá, Estados Unidos, África do Sul, França e Luxemburgo, durante o I Encontro Mundial de Luso-Eleitos.

«A importância dos luso-eleitos na promoção do Portugal moderno» foi u tema debatido durante o I Encontro Mundial de Luso-Eleitos, que decorreu em Cascais, Portugal. Os luso-eleitos defenderam uma maior articulação de Portugal com as forças políticas de origem portuguesa que existem no estrangeiro, pois “o papel da promoção do Portugal moderno, cabe aos dois lados do Atlântico”, como afirmou um dos participantes.
Moderado por Carlos Morais, administrado de «O Emigrante/Mundo Português», o painel foi apresentado por Manuela Aguiar, ex-deputada pela Emigração e presidente da Associação Mulher Migrante, Hermano Sanches Ruivo, vereador na Câmara de Paris e António (Tony) Cabral, senador no Senado Estadual de Massachusetts, Estados Unidos.
Afirmando que há muitas formas de «regressar» a Portugal, Manuela Aguiar disse que o Encontro integra-se no que denomina de “políticas de reencontro dos portugueses com Portugal”. “O regresso geográfico pode ser impossível, mas é sempre possível o regresso à cultura portuguesa, que pode passar pela língua, mas também a ultrapassa”, afirmou, para defender que “é muito importante para este regresso, a imagem que Portugal dá e si próprio”. “E nenhuma melhor imagem poderá Portugal dar de si próprio, do que os eleitos que são portugueses ou descendentes e que se afirmam como tal. É esta força que se espera de um encontro deste género”, desejou.
Hermano Sanches Ruivo considerou ser “muito importante” a participação dos luso-eleitos na promoção do Portugal moderno, mas salientou que mas salientou que é fundamental que estejam cada vez mais cada vez mais inseridos nas sociedades onde atuam. “Quanto mais franceses formos, mais poderemos apoiar Portugal. Quanto maior for o nosso poder, cada vez será maior a nossa capacidade de dizer «aqui, eu quero Portugal»”, afirmou.
Luis Miranda, presidente da Câmara de Anjou, no Canadá, concordou que os luso-eleitos tenham um papel a desempenhar na promoção de Portugal nos países onde estão. Mas afirmou que esse papel poderia ser mais preponderante em países como o Canadá, onde há um número considerável de portugueses. “São raros os políticos de origem portuguesa, porque os portugueses não se implicam na política”, afirmou o autarca, que foi eleito pela primeira vez em 1989, sendo o luso-eleito com mais tempo de política naquele país.
Opinião que foi de encontro às palavras proferidas pelo secretário de Estados das Comunidades Portuguesas, no discurso de boas-vindas aos participantes. Recordando que “ter este número de conselheiros, deputados, senadores e presidentes de Câmara era impossível há anos atrás”, José Cesário defendeu a necessidade de se “fomentar a participação” política nesses países, mesmo “sabendo que o povo português é avesso a essa participação política”.
António (Tony) Cabral, senador no Senado Estadual de Massachusetts sublinhou que o papel da promoção do Portugal moderno “cabe aos dois lados do atlântico”. “O governo português tem um papel a desempenhar na promoção do país, o nosso será o de facilitar essa promoção nos países onde estamos”, afirmou o senador, defendendo a necessidade de se trabalhar para a existência de uma comunidade luso-americana “mais forte, politica e economicamente”. “Será assim que iremos ajudar a promover Portugal”, disse, lembrado que “Portugal tem ainda muita «publicidade» a fazer do país”.
Opinião idêntica expressou Alexandra Mendes, presidente do Partido Liberal no Quebeque, Canadá, que lamentou a “enorme falta de promoção turística de Portugal” na América do Norte. “Há muita divulgação de Portugal na Europa, não há nenhuma na América do Norte. O Canadá foi um dos países que atravessou a crise nos últimos anos razoavelmente bem, e tem um potencial de turistas bastante grande, que não aproveitamos”, explicou.
Quanto ao papel que poderão desempenhar os luso-eleitos, Hermano Sanches Ruivo afirmou porém que o lóbi político “é fundamental”. “Se eu conseguir explicar aos meus 37 pares do executivo na Câmara de Paris porque a cultura portuguesa também deve estar presentes nos eventos, se conseguir explicar porque Lisboa, Porto, etc, devem integrar as ações e intercâmbio ligadas à juventude que organizam, eu estarei a colocar Portugal no mapa da Câmara”, defendeu. Para Cristela de Oliveira, conselheira municipal e Adjunta do presidente da Câmara de Corbeil-Essones, para além dos laços políticos, “é importante desenvolver as ligações económicas com Portugal”. “Todos nós temos cargos de responsabilidade nos nossos países e podemos apoiar Portugal também no campo económico”, sublinhou.

Ana Grácio Pinto
apinto@mundoportugues.org

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