Exposição em Banguecoque divulga património português

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Inaugurada a 10 de Maio em Banguecoque, a exposição «The Portuguese Historical Heritage Throughout The World and the Calouste Gulbenkian Foundation» integra as comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Sião (actual Tailândia). Organizada pela Fundação Calouste Gulbekian com o apoio da Missão Comemorações Ásia, Embaixada de Portugal e Instituto Camões, reúne enormes painéis com fotografias e textos relativos a intervenções realizadas ou patrocinadas pela Fundação em monumentos do património português no mundo.

Criada em 2011, a exposição «The Portuguese Historical Heritage Throughout The World and the Calouste Gulbenkian Foundation», de que é curadora Maria Fernanda Matias, do serviço internacional da Fundação, já foi mostrada em Paris, Bilbau, Barcelona e também em Portugal.
Alvo de uma actualização constante, a exposição não é sempre mostrada na mesma configuração – como agora acontece para se enquadrar no projecto da Missão Comemorações Ásia.
“A mostra compreende enormes painéis com fotografias e textos relativos a intervenções efectuadas ou patrocinadas ao longo dos anos pela FCG, entidade que também é responsável pela edição de uma obra monumental em três, dirigida pelo historiador José Mattoso, em que é feito um levantamento exaustivo do património português no mundo até ao século XX”, explica uma nota divulgada pelo Instituto Camões, parceiro nesta iniciativa.
Luísa Dutra, responsável do Centro Cultural Português/Instituto Camões (CCP/IC) de Banguecoque, sublinha que a mostra é “a primeira iniciativa em que colaboram instituições dos dois países: a Fundação e o IC e, da parte tailandesa, o Fine Arts Department (FAD) organismo dependente do Ministério da Cultura, e o National Museum de Banguecoque”.
A colaboração entre o FAD e a Gulbenkian iniciou-se nos anos 80, quando a Fundação financiou as escavações arqueológicas no Baan Portuguet («Campo Português»), onde se situava a antiga feitoria – estabelecida depois o tratado de amizade e comércio de 1516 entre Portugal e o Sião – e três igrejas de Ayutthaya, a capital do reino tailandês até ao século XVIII. “As escavações permitiram a descoberta de um cemitério com inúmeros esqueletos de adultos e crianças, portugueses e siameses, bem como objectos diversificados (moedas, medalhas, crucifixos)”, recordou Luísa Dutra. “Na fase seguinte procedeu-se à reabilitação do sítio. As ruínas da Igreja de São Domingos e parte do cemitério podem hoje ser visitados pelo público”, acrescentou. Concluída em 1995, a obra contemplou também a construção de um pavilhão para albergar as ossadas encontradas e um cais para permitir o acesso fluvial a partir de Banguecoque.
Parte do incontável património arquitectónico e artístico construído pelos portugueses no mundo tem sido objecto obras de recuperação realizadas com a contribuição da Fundação Calouste Gulbenkian. É o trabalho desenvolvido desde 1956 na África oriental e na Ásia, que vai ser mostrado numa exposição itinerante neste último continente.
Na Tailândia, a exposição está patente até 2 de Junho e é a primeira etapa de um périplo que a levará a Jacarta e Macau.
O Museu Nacional de Banguecoque (Phrothat Road, perto do Grand Palace) está aberto de terça a domingo, entre as 9 e as 16 horas.


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