Tomou posse a nova Direcção da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVRLx) em cerimónia no Ministério da Agricultura, no Terreiro do Paço, em Lisboa, com a presença do Ministro da Agricultura, António Serrano. O Presidente do Conselho Geral da CVRLx, José Luís Oliveira da Silva deu posse à nova Direcção, presidida por Vasco d’Avillez, que terá como vogais, pela produção José Bernardo Nunes, e pelo comércio Carlos João Pereira da Fonseca e ao Conselho Fiscal, José Pedro Leitão tendo como vogais António Mendes Lopes e José Manuel da Silva.
A CVRLx exerce a sua acção de entidade certificadora na região vitivinícola que se estende de Lisboa a Pombal, pela orla costeira. Esta região contém uma área total de vinha de aprox. 27.000ha, produzindo anualmente cerca de 100 milhões de litros de vinho. A CVRLx certifica no seu conjunto, mais de 20 milhões de garrafas. Estas repartem-se por Vinhos Regionais Lisboa, Vinhos Regionais Licorosos Lisboa, Vinho Leve Regional Lisboa e DOC’s Lourinhã (aguardentes), Carcavelos (generoso), Colares, Bucelas, Torres Vedras, Arruda, Alenquer, Óbidos e Encostas d’Aire. O valor total da produção de vinho da região é de cerca de 80 milhões de Euros, cabendo aos vinhos certificados metade desse valor.
O vinho da Região Lisboa tem vindo a registar um sucessivo incremento no volume comercializado, principalmente para os mercados externos, tendo a exportação uma quota superior a 50% desse total. Os principais destinos são a Escandinávia, Alemanha, EUA, Canadá, Reino Unido, Angola e Brasil de um conjunto de mais de quarenta países. Este sucesso deve-se ao esforço dos produtores da região, às suas extraordinárias condições naturais para a produção de vinhos, e reflecte-se nos resultados obtidos nos principais concursos nacionais e internacionais, que no ano de 2010 somaram: 51 medalhas de ouro, 106 de prata e 36 de bronze. Há a acrescentar 23 “recomendações” 3 “troféus” e outras distinções.
Na cerimónia no salão nobre do ministério no Terreiro do Paço, perante uma plateia de cerca de 50 convidados, o Ministro da Agricultura António Serrano lembrou que as exportações do sector vão ultrapassar os 600 milhões de euros em 2010, mas considerou que ainda “são precisos dar passos enormes para ganhar maior dimensão nos mercados internacionais”. Para isso, “temos de estar todos juntos”, defendeu referindo-se à estratégia de marketing que o Governo tem desenvolvido, criando, nomeadamente a marca “Vinhos de Portugal”.
António Serrano referiu que este não é o único setor agricola que tem vindo a modernizar-se, mas é o que está já a apresentar melhor resultados porque começou a sua reestruturação há mais tempo. ”O sector do vinho tem feito um grande esforço e mostrado grande vitalidade, trabalhando em conjunto no mercado internacional”, disse o ministro, salientando que o Governo também ajudou criando a marca e disponibilizando 75 milhões de euros (entre 2009 e 2025) para ajudar a promover os vinhos de qualidade a nível internacional. Vasco d´Avillez, o novo presidente com larga experiência neste sector, e que presidiu à ViniPortugal refere que a as grandes apostas da direçcão para o triénio são manter toda área de certificação, dar mais atenção ao mercado internacional que ainda não conhece os vinhos da região de Lisboa, em particular o Brasil, Angola e Moçambique.
Aumento certificações
A Comissão Vitivinícola Regional (CVR) de Lisboa, aumentou em 15% os vinhos da região certificados, correspondendo a um aumento da qualidade, refere Vasco D´Avillez. “De 2009 para 2010 certificámos mais dois milhões de garrafas num total de 20 milhões, pelo que 15% do vinho produzido pela região é certificado”. Além da certificação de vinhos, a nova direcção vai apostar na promoção externa dos vinhos, no sentido de aumentar as exportações. Vasco Avillez adianta que a Polónia tem sido um dos mercados para onde os vinhos de Lisboa têm sido exportados, após a adesão do país à União Europeia. No plano das exportações, Angola é o principal mercado, absorvendo cerca de 40% do volume das exportações, com 2,5 milhões de garrafas vendidas e sete milhões de euros facturados, seguindo-se Escandinávia, Alemanha, EUA, Canadá, Inglaterra e Brasil.
A Estremadura, que detém a segunda maior área de vinhas do país (30 mil hectares), factura por ano 80 milhões de euros, metade dos quais oriundos da venda de vinhos certificados, e exporta já mais de metade da sua produção. Os vinhos de Lisboa vão estar este ano a ser promovidos em Fevereiro no SISAB – Salão Internacional do Vinho, Pescado e Agro-alimentar, uma das maiores mostras dos produtos nacionais que se realiza em Lisboa, com a presença de um grande número de compradores estrangeiros, e em Abril, no Brasil.
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