Na África do Sul onde a Comunidade Portuguesa tem forte a sua presença, há cada vez mais casos de pessoas a entrar em situação de grave carência social e financeira entre a comunidade portuguesa radicada na África do Sul. São sobretudo idosos, a quem a vida trocou as voltas num dado momento.
Na África do Sul, país que acolhe, milhares de portugueses e regista a maior comunidade emigrante madeirense, o problema da pobreza assume contornos preocupantes. Em Joanesburgo, a principal cidade do país e sua capital económica, são cada vez mais os portugueses, particularmente os mais idosos, emigrantes de primeira geração, a recorrer a ajudas da sociedade civil e a requerer apoio ao Estado português, como alertou recentemente, em declarações à Agência Lusa, a responsável pelos serviços sociais do Consulado-geral de Portugal em Joanesburgo, Madalena Páscoa.
Muitos destes emigrantes carenciados, alguns em situação desesperada, são vítimas das novas realidades sócio-económicas sul-africanas e não necessariamente da crise financeira global, segundo explicou a mesma fonte.
Para Portugal, a realidade da pobreza entre emigrantes é um fenómeno que ainda está por conhecer, segundo admitiu o secretário de Estado das Comunidades, António Braga, embora tenha sublinhado que os casos de carência económica e social na diáspora constituem, “felizmente uma pequena minoria”.
O governante lembrou que foi efectuado um reforço do programa de apoio social a idosos carenciados, o qual determina a atribuição de um apoio financeiro a pessoas com mais de 65 anos, sem rendimentos, e que residam em países com reconhecidos sistemas de segurança social e de saúde carentes, ou que não possuam acordos de reciprocidade com Portugal.
Silvério Silva, conselheiro eleito pela Comunidade Portuguesa (CP) de Joanesburgo refere que “todas as comunidades têm os seus problemas e se alguns colegas meus na Europa tentam minimizar essas dificuldades, nós, na África do Sul, somos transparentes”, assegura . Diz que já chama a atenção, “há mais de dez anos”, para o facto de “a nossa comunidade não estar só a envelhecer como também a empobrecer”, o conselheiro não se sente inibido em falar nas dificuldades que atingem os idosos. “Cada vez se vê mais idosos a viver abaixo do nível da possibilidade”, diz, desde os negócios que correram mal, o trabalho que faltou, a partida dos filhos (emigraram) ou a impossibilidade destes em ajudar os pais, ou outros porque ficaram dependentes de pensões de baixo valor e não conseguem entrar para lares de terceira idade. A tudo isto junta-se o facto de muitos não terem efectuado descontos para seguros sociais e de saúde.
O Estado português disponibiliza apoios financeiros para emigrantes em situações de carência financeira, através dos consulados. Mas, segundo Silvério Silva, a procura por parte dos interessados não tem sido grande. “Embora sejam avisados para concorrerem a esses fundos, acho que, por vergonha, muitos não o fazem”, diz.
A conselheira da CP pela Cidade do Cabo, Lígia Fernandes, também afirma que os casos de compatriotas “carenciados estão a aumentar dia-a-dia”. Há cerca de 12 anos, lembra, os representantes da comunidade começaram a pedir ajuda. Muitas pessoas passaram a receber uma pensão pelo tempo de trabalho que realizaram em Portugal antes de emigrarem. E outras começaram a ser beneficiadas com suplementos devido às parcas reformas que auferiam pelo trabalho na África do Sul, onde o Estado Social é praticamente inexistente.
Contudo, Lígia Fernandes chama a atenção para o facto de os bancos cobrarem comissões elevadas sobre pequenas quantias, pelo que os beneficiários acabam por receber “muito menos do pouco que já iam receber”. Uma situação que, atendendo à influência que a Caixa Geral de Depósitos detém na África do Sul, podia ser minimizada, bastando as transferências passarem por este banco.
No outro lado do Atlântico a comunidade da Venezuela, que durante décadas se sentiu esquecida, tem gozado nos últimos anos de uma atenção especial por parte do Governo de José Sócrates. A rede consular tem sido ampliada a outras zonas do país, com a criação de novos consulados honorários, e os serviços dos consulados gerais foram reformulados por forma a dar resposta aos anseios e necessidades dos emigrantes, mais isso por si só não chega e nem tudo está bem. Ainda recentemente, através I Encontro da Comunidade Portuguesa na Venezuela sobre Inclusão Social e Combate à Pobreza, que se realizou entre 13 e 14 de Novembro, no Centro Português, em Caracas, foram denunciados problemas nestas áreas que urge resolver.
O regresso destes portugueses ao seu país – Portugal – não irá acontecer, massivamente; pois muitos não tem cá bens, outros família e outros tem a vergonha de não terem tido sucesso e, pensar virem a ser mesmo mal recebidos na sua própria terra.
Muitos destes emigrantes carenciados, alguns em situação desesperada, são vítimas das novas realidades sócio-económicas sul-africanas e não necessariamente da crise financeira global, segundo explicou a mesma fonte.
Para Portugal, a realidade da pobreza entre emigrantes é um fenómeno que ainda está por conhecer, segundo admitiu o secretário de Estado das Comunidades, António Braga, embora tenha sublinhado que os casos de carência económica e social na diáspora constituem, “felizmente uma pequena minoria”.
O governante lembrou que foi efectuado um reforço do programa de apoio social a idosos carenciados, o qual determina a atribuição de um apoio financeiro a pessoas com mais de 65 anos, sem rendimentos, e que residam em países com reconhecidos sistemas de segurança social e de saúde carentes, ou que não possuam acordos de reciprocidade com Portugal.
Silvério Silva, conselheiro eleito pela Comunidade Portuguesa (CP) de Joanesburgo refere que “todas as comunidades têm os seus problemas e se alguns colegas meus na Europa tentam minimizar essas dificuldades, nós, na África do Sul, somos transparentes”, assegura . Diz que já chama a atenção, “há mais de dez anos”, para o facto de “a nossa comunidade não estar só a envelhecer como também a empobrecer”, o conselheiro não se sente inibido em falar nas dificuldades que atingem os idosos. “Cada vez se vê mais idosos a viver abaixo do nível da possibilidade”, diz, desde os negócios que correram mal, o trabalho que faltou, a partida dos filhos (emigraram) ou a impossibilidade destes em ajudar os pais, ou outros porque ficaram dependentes de pensões de baixo valor e não conseguem entrar para lares de terceira idade. A tudo isto junta-se o facto de muitos não terem efectuado descontos para seguros sociais e de saúde.
O Estado português disponibiliza apoios financeiros para emigrantes em situações de carência financeira, através dos consulados. Mas, segundo Silvério Silva, a procura por parte dos interessados não tem sido grande. “Embora sejam avisados para concorrerem a esses fundos, acho que, por vergonha, muitos não o fazem”, diz.
A conselheira da CP pela Cidade do Cabo, Lígia Fernandes, também afirma que os casos de compatriotas “carenciados estão a aumentar dia-a-dia”. Há cerca de 12 anos, lembra, os representantes da comunidade começaram a pedir ajuda. Muitas pessoas passaram a receber uma pensão pelo tempo de trabalho que realizaram em Portugal antes de emigrarem. E outras começaram a ser beneficiadas com suplementos devido às parcas reformas que auferiam pelo trabalho na África do Sul, onde o Estado Social é praticamente inexistente.
Contudo, Lígia Fernandes chama a atenção para o facto de os bancos cobrarem comissões elevadas sobre pequenas quantias, pelo que os beneficiários acabam por receber “muito menos do pouco que já iam receber”. Uma situação que, atendendo à influência que a Caixa Geral de Depósitos detém na África do Sul, podia ser minimizada, bastando as transferências passarem por este banco.
No outro lado do Atlântico a comunidade da Venezuela, que durante décadas se sentiu esquecida, tem gozado nos últimos anos de uma atenção especial por parte do Governo de José Sócrates. A rede consular tem sido ampliada a outras zonas do país, com a criação de novos consulados honorários, e os serviços dos consulados gerais foram reformulados por forma a dar resposta aos anseios e necessidades dos emigrantes, mais isso por si só não chega e nem tudo está bem. Ainda recentemente, através I Encontro da Comunidade Portuguesa na Venezuela sobre Inclusão Social e Combate à Pobreza, que se realizou entre 13 e 14 de Novembro, no Centro Português, em Caracas, foram denunciados problemas nestas áreas que urge resolver.
O regresso destes portugueses ao seu país – Portugal – não irá acontecer, massivamente; pois muitos não tem cá bens, outros família e outros tem a vergonha de não terem tido sucesso e, pensar virem a ser mesmo mal recebidos na sua própria terra.