O que 2011 reserva aos portugueses

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Nestes primeiros dias de 2011, os portugueses podem começar a fazer contas ao preço a pagar pela entrada no novo ano, que trará cortes salariais, redução de benefícios fiscais e aumento dos preços, impulsionado pela subida do IVA.
Em Outubro, e no âmbito da aprovação do Orçamento do Estado para 2011, foi anunciada uma nova revisão deste imposto: a 1 de Janeiro de 2011, o IVA aumentou para 23 por cento, mais 7 pontos percentuais desde que entrou em vigor, em 1986.
Já no primeiro dia do ano, os utilizadores dos transportes públicos estão a pagar mais 3,5 por cento nos passes e mais 4,5 por cento no global das tarifas. O bilhete simples de uma zona do Metro de Lisboa, por exemplo, aumenta cinco cêntimos, passando a custar 90 cêntimos, anunciou a empresa em comunicado.
Os aumentos também penalizam quem não usa os transportes públicos, já que a Brisa, gestora de várias auto-estradas, vai aumentar os preços, em média, em 0,6 por cento. Nos combustíveis, apesar de não haver preços finais, é certo que o sector vai também reflectir o aumento do IVA, podendo o preço do gasóleo aumentar 4 cêntimos por litro já em Janeiro. Certo é também o aumento do imposto sobre veículos em 2,2 por cento.
As más notícias surgem também na área da saúde, com as taxas moderadoras dos serviços e exames no Serviço Nacional de Saúde a aumentar a partir de 1 de Janeiro, e com as isenções a serem limitadas aos desempregados e pensionistas que ganhem até ao valor do salário mínimo.
O preço da electricidade também irá pesar no orçamento familiar, na medida em que estão previstos aumentos de 3,8 por cento nas tarifas dos consumidores domésticos, correspondentes a um aumento anual de 18 euros, segundo a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
O aumento do IVA também terá um impacto nas telecomunicações, com um impacto no preço das chamadas efectuadas. As ligações deverão registar uma subida de 2,2 por cento, em linha com a inflação esperada.
Na alimentação, para além da passagem da tributação da taxa reduzida – 6 por cento – para a normal – agora a 23 por cento – da categoria dos refrigerantes e sumos e dos leites enriquecidos, também as categorias das margarinas, conservas de carnes, frutos e hortícolas e óleos alimentares serão afectadas, com a passagem de 13 por cento para 23 por cento de IVA.
No pão, um dos mais tradicionais alimentos portugueses, o preço também deverá aumentar, muito por culpa do custo da farinha, que disparou 40 por cento, mas os industriais da panificação preferem não assumir esse aumento, que poderá chegar aos 12 por cento na factura do consumidor final.

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