Depois de um Natal em que nem as promoções foram suficientes para ultrapassar as vendas alcançadas em 2009, o comércio inicia terça-feira um período de saldos sem grandes expectativas, disseram hoje à Lusa responsáveis de associações de comerciantes.
“Este Natal foi menos positivo que o do ano anterior”, disse à agência Lusa Nuno Camilo, presidente da Associação de Comerciantes do Porto, numa opinião corroborada pela União das Associações do Comércio e Serviços (UACS) de Lisboa.
Para o presidente da UACS, Vasco Mello, as vendas ficaram este ano “um pouco abaixo” do registado em 2009, ainda que a quebra não tenha sido uma surpresa para o responsável.
Num inquérito publicado em Setembro, “os empresários já previam uma diminuição das vendas relativamente ao ano anterior”, explicou.
Nuno Camilo lembra que, precisamente, a pensar na contenção dos consumidores numa conjuntura de crise, os lojistas optaram por fazer “promoções bastante competitivas” na época natalícia com o objectivo de gerar receitas para investir em novas colecções.
“Com a falta de poder de compra dos portugueses, os comerciantes fizeram o sacrifício de fazer promoções de 40 e 50 por cento de maneira a escoar os stocks”, acrescentou.
Quanto aos saldos, Nuno Camilo considera que “os preços já estão tão esmagados” que “dificilmente haverá grandes reduções”.
Também o presidente da UACS, Vasco de Mello, está na “expectativa” quanto à época de saldos tendo em conta que as promoções deste ano foram mais agressivas. “Tiveram mais vigor do que as de anos anteriores”, diz.
Esta terça-feira, 28 de Dezembro, começam os saldos de inverno, que se estendem ao longo de dois meses, terminando a 28 de Fevereiro.