O Governo aconselhou hoje os portugueses residentes na Costa do Marfim a abandonarem o país.
Recomenda ainda que se evitem viagens àquela nação africana, por considerar que “pode haver violência em maior escala”.
“Se a sua presença (dos portugueses) não for necessária, é melhor que saiam do país. A quem quiser viajar, que não o faça neste momento, porque a situação é de grande precariedade e de grande instabilidade política”, disse o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho.
O Governo português vê a situação na Costa do Marfim “com enorme preocupação” e considera que os resultados foram claros ao darem a vitória ao candidato Ouattara e a derrota ao actual Presidente da República Laurent Gbagbo. “Nestas circunstâncias a receita é simples: um tem de sair e o outro tem de entrar. A comunidade internacional, a esse respeito, não pode ter qualquer tipo de hesitação”, afirmou.
Para Portugal, o vencedor da eleição presidencial da Costa do Marfim é o candidato da oposição, Alassane Ouattara.
Sublinhando que houve “um reconhecimento generalizado por parte da comunidade internacional da vitória de Ouattara”, Gomes Cravinho defendeu que “agora há que ter coerência” de manter durante o período de transição a força de estabilização das Nações Unidas para “assegurar que essa transição ocorra”.
O governante falava à Agência Lusa no final da assinatura do protocolo entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Embaixada de Cabo Verde para a criação da Casa da Cultura de Cabo Verde.
De acordo o gabinete do secretário de Estado das Comunidades, António Braga, residem oficialmente na Costa do Marfim sete portugueses, seis dos quais registados antes de 2008. Portugal não tem representação diplomática em Abidjan, sendo representado pelo cônsul de Espanha naquela cidade ou pela Embaixada de Portugal em Dakar.