Exposições de presépios construídos nos mais variados tipos de materiais, desde folhas de tabaco até madeira passando por miolo de figueira ou basalto, constituem um dos principais elementos do cartaz de iniciativas de Natal nos Açores.
Embora as luzes de Natal se acendam nas ruas dos principais centros urbanos do arquipélago alguns dias antes, as festividades só arrancaram formalmente nas ilhas a 8 de Dezembro, quando os católicos celebram a Imaculada Conceição.
A partir desse dia, marcado por concursos destinados a premiar as melhores montras nos centros históricos de várias cidades açorianas, multiplicam-se as iniciativas de animação promovidas por autarquias e associações de comerciantes.
Este ano, a juntar às exposições de presépios, comuns às principais câmaras dos Açores, o município de Ponta Delgada programou a realização de espectáculos de rua com palhaços e tunas universitárias, além de concertos musicais e de coros.
Em Angra do Heroísmo, a autarquia promove ao longo de toda a quadra sessões de cinema e teatro para crianças, concertos de coros, animação de rua com tunas académicas e diversas provas desportivas.
Com um cartaz de acções semelhantes, a Horta organiza sexta-feira uma prova de atletismo denominada Grande Prémio de Natal.
Centrado nas figuras do ‘Menino’, da Virgem e de S. José, o presépio concentra, porém, as atenções da população do arquipélago ao longo de toda a quadra natalícia.
Em várias localidades do arquipélago promovem-se concursos para distinguir os melhores presépios entre os que a maioria das famílias monta nas suas casas, assistindo-se a autênticas peregrinações aos locais públicos de exposição.
Na Lagoa, em S. Miguel, continua activa a produção dos bonecos de barro que povoam alguns dos presépios das ilhas, com replicas em algumas cidades dos EUA e Canadá para onde emigraram milhares de açorianos, mas é na Ribeira Grande, segunda cidade micaelense, que se localiza o presépio mais visitado do arquipélago.
Classificado como Imóvel de Interesse Municipal, o Presépio Movimentado do Prior Evaristo Carreiro Gouveia integra numerosas peças, muitas delas executadas em barro e madeira pelo bonequeiro lagoense Luís Gouveia, sobrinho do padre que o fundou, reproduzindo cenas da vida quotidiana dos ribeira-grandenses, nos seus aspectos religiosos e profanos e nas suas tradições seculares.
Entre as peças que o compõem figuram também miniaturas de edifícios públicos como o da sede do município.
Instalado no Museu Municipal da Ribeira Grande, o presépio do ‘Senhor Prior’, cujo movimento é assegurado por um complexo mecanismo eléctrico, vai estar aberto até 06 de Janeiro, disputando público aos presépios vivos que podem ser vistos em várias povoações de S. Miguel.