Mau tempo: Governo acciona fundos de emergência para minimizar prejuízos estimados em 15 milhões de

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O Governo decidiu hoje accionar os fundos de emergência municipal, do PRODER e do Instituto de Gestão e Tesouraria para fazer face aos prejuízos provocados na tarde de terça-feira, 7 de Dezembro, pelo mau tempo nos distritos de Santarém e de Castelo Branco. As medidas do executivo foram anunciadas pelo ministro da Administração Interna, Rui Pereira, no final do Conselho de Ministros.

No que respeita aos prejuízos por concelho, cujo balanço provisório global é para já na ordem dos 15 milhões de euros, o ministro da Administração Interna disse ter indicações que atingiram os 9,4 milhões de euros em Tomar, 2,5 milhões de euros em Ferreira do Zêzere e entre 2,5 a três milhões na Sertã.

A resolução prevê também o recurso ao fundo bonificado por parte das empresas, o que envolve Ministério da Economia, e accionar, “se necessário, os fundos do PRODER”, dispositivo gerido pelo Ministério da Agricultura e que se aplica a exploração agropecuárias eventualmente atingidas. “Concedem-se subsídios para a recuperação de equipamentos sociais (ponto na órbita do Ministério do Trabalho) e acciona-se a conta de emergência aberta junto do Instituto de Gestão e de Tesouraria do Crédito Público e que é titulada pela Autoridade Nacional de Protecção Civil”, apontou o ministro da Administração Interna.

Em relação à operacionalização dos apoios, Rui Pereira adiantou que o executivo montou uma estrutura de “coordenação e de acompanhamento” para receber as candidaturas e “para verificar se essas mesmas candidaturas estão em condições de ser acolhidas”. Segundo o ministro da Administração Interna, para obterem apoios do Estado serão aceites candidaturas que se reportem a “prejuízos comprovados e avaliados com todo o rigor”, bem como que exista “uma comprovada incapacidade dos sinistrados de suportarem os prejuízos pelos seus próprios meios, incluindo o accionamento”.

Ao nível do Ministério da Economia, haverá também em breve uma reunião com as empresas atingidas, tendo em vista verificar qual a forma de accionar os apoios de forma expedita.

Segundo o ministro da Administração Interna, Rui Pereira., em termos pessoais, as consequências da intempérie de terça-feira “não foram muito graves – 17 adultos e 19 crianças entre os feridos ligeiros”.

Já em relação aos prejuízos materiais, os governos civis de Santarém e de Castelo Branco, em coordenação com as câmaras municipais, fizeram uma avaliação “rápida e provisória” dos danos sofridos. “Essa primeira avaliação já foi feita. Embora ainda não seja uma avaliação definitiva, aponta-se para um conjunto de prejuízos na ordem dos 15 milhões de euros”, referiu Rui Pereira.

Os prejuízos atingem equipamentos municipais – sobretudo no concelho de Ferreira do Zêzere – empresas e bens patrimoniais de pessoas singulares (habitações e viaturas).

 

Tomar: 9,4 milhões de prejuízos

 

Em Tomar, os prejuízos causados pelo tornado que atingiu o concelho foram em 9,4 milhões de euros, anunciou o vereador da Protecção Civil na Câmara Municipal. “Trata-se de uma primeira estimativa do município, que foi feita a pedido do ministro da Administração Interna, para ser analisada em Conselho de Ministros”, explicou Luís Ferreira.

Segundo o vereador, as situações particulares contabilizadas – que dizem respeito a danos em habitações e viaturas – rondam os 6,5 milhões de euros. “É importante levar em linha de conta que os danos pessoais, muito deles serão cobertos por seguros, quer ao nível das habitações, quer das viaturas”, disse o autarca.

Já no âmbito empresarial, a destruição causada pelo tornado está estimada em 1,65 milhões de euros, sendo que um terço desta fatia reporta-se a apenas uma empresa, na freguesia de Casais, onde mais de 200 casas ficaram sem telhas. Ao nível das estruturas municipais, o tornado provocou prejuízos que se cifram em 1,25 milhões de euros, acrescentou o responsável.

Venda Nova, na freguesia de Casais, e a Rua de Leiria, na freguesia de São João Batista, na cidade de Tomar, foram os lugares com mais danos contabilizados pelos técnicos, respectivamente 2,5 e 1,25 milhões de euros. Segundo Luís Ferreira, o número de casas que sofreram danos devido ao tornado nesta primeira estimativa é de 380 e o número de viaturas destruídas superior a cem. “No que diz respeito às empresas, foram 11 as que viram a sua actividade parcial ou totalmente destruída devido aos danos”, acrescentou o vereador da Protecção Civil. Entre as estruturas municipais que mais prejuízos têm estão o jardim-escola João de Deus, o muro que circunda a Mata Nacional dos Sete Montes e a escola do 1.º ciclo de Venda Nova, além de diversas vias de comunicação.

 

Ferreira do Zêzere: Prejuízos de 2,5 milhões

 

O presidente da Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere estimou em 2,5 milhões de euros os prejuízos causados pelo tornado no concelho. “É uma estimativa que será muito realista”, disse à Agência Lusa Jacinto Lopes, adiantando que cerca de 180 casas foram danificadas pela intempérie, mas nenhuma ficou “totalmente destruída”.

O autarca esclareceu que das famílias desalojadas apenas a uma foi dada transitoriamente uma habitação, um apartamento do município, referindo que outras terão conseguido resolver a situação através de familiares e amigos.

Segundo o presidente do município, oito estruturas municipais, como as piscinas ou o cine teatro, ficaram também danificadas, a que acrescem nove armazéns agro-pecuários, havendo ainda sete empresas que também sofreram prejuízos. Jacinto Lopes adiantou que estão ainda contabilizadas cerca de 120 viaturas que foram atingidas pelo tornado.

 

Sertã: Seis milhões em estragos

Já no concelho de Sertã, os prejuízos ascendem a seis milhões de euros, segundo o autarca local. A maioria dos prejuízos calculados na Sertã diz respeito à destruição de uma fábrica de recolha e gestão de resíduos com danos que podem chegar aos três milhões de euros. O restante diz respeito a reparações nos telhados de mais de 100 habitações. “Os telhados requerem muita mão-de-obra o que encarece as obras necessárias”, sublinhou José Nunes Farinha, apontando para um valor médio entre 2000 e 2500 euros por casa.

Ao valor estimado, “haverá ainda que subtrair o valor das casas cobertas por seguro”, situação que está a ser apurada. Há ainda prejuízos em equipamento municipal, nomeadamente sinalização, limpeza e desobstrução de vias e espaços públicos. São “factos que estavam a passar despercebidos e que estamos a avaliar”, destacou José Farinha Nunes. O tornado afectou povoações em três das 14 freguesias do concelho: Palhais, Sertã (sede de concelho) e Troviscal.

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