Brasil: Rio importa mestres de Lisboa para revitalizar calçada portuguesa

Data:

A má conservação das famosas calçadas em pedra portuguesa que embelezam ruas e avenidas do Rio de Janeiro, Brasil, poderá ter os dias contados. A Câmara Municipal da cidade está a importar conhecimento de Portugal para resolver o problema.

No dia 8 de Novembro 60 alunos iniciaram no Rio de Janeiro, o Curso de Formação de Mestres Calceteiros, noticia o diário brasileiro «O Globo». As aulas sobre a técnica de fixar as pedras portuguesas nos passeios públicos, são dadas por cinco mestres calceteiros que trabalham em Lisboa. A turma é formada por calceteiros que durante três semanas aprendem técnicas como a preparação das pedras e dos instrumentos correctos para esse fim, preparação do solo-material – pó de areia, dimensão das camadas para colocação das pedras entre outros procedimentos, simulação da execução de uma calçada, restauração de calçada e criação de calçada.

Profissão quase extinta

O desafio é revitalizar uma profissão que está quase extinta. Neste mês de novembro, cinco mestres portugueses de Lisboa estiveram no Rio de Janeiro para formar uma turma de 20 calceteiros que irão replicar o conhecimento para outros que se querem formar na profissão.
“Podemos dizer que as calçadas portuguesas são um pedacinho de Portugal espalhado pelo mundo”, disse à Lusa o fiscal de obras da Câmara de Lisboa, Fernando Fernandes, o responsável que coordena os mestres portugueses que foram ajudar na formação dos calceteiros brasileiros.
 “Essa profissão no fundo é uma arte, a arte de trabalhar a pedra. De facto, é uma profissão que corre o risco de extinção, não só cá no Brasil como em Portugal. É uma arte muito dura pela posição do trabalho e o partir a pedra é um trabalho duro também. Hoje em dia infelizmente não é muito bem remunerado”, ressaltou Fernandes.
Segundo o secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos da cidade do Rio de Janeiro, Carlos Roberto Osório, a cidade do Rio é “uma grande cidade portuguesa na América do Sul”. Porém, “ao longo dos anos, foi perdendo a arte de assentamento das pedras portuguesas”, destaca Osório. “Existe uma especialidade, uma técnica que precisa ser recuperada. E o nosso projecto é que nós possamos formar uma nova geração”. Entre as principais vantagens deste tipo de piso, acrescenta Osório, está a facilidade de absorção de água de infiltração, principalmente numa cidade tropical com fortes volumes de chuva, além de não acumular calor pois o calcário de cor branca reflecte.
O carioca Gedião Azevedo, de 47 anos, fez parte da primeira turma de calceteiros na década de 90 e hoje está a reciclar o conhecimento. “Os meus colegas estão super animados. Em relação ao trabalho, o mestre português mesmo falou que evoluímos muito”, disse à Lusa. “A paixão da minha vida é a pedra portuguesa, não nasci português, mas sou apaixonado pela pedra portuguesa”, destaca.
O Rio de Janeiro possui 1,218 milhão de metros quadrados de calçada em pedras portuguesas. Muitas áreas do Rio são classificadas, como o desenho em curvas da enorme calçada de Copacabana, criação do paisagista e arquitecto Burle Max, inspirada na obra histórica da Praça do Rossio, em Lisboa, que usa o padrão “Mar Largo”. Em Março de 2011, a Câmara do Rio de Janeiro passará a realizar o curso regularmente para os interessados em aprender este ofício.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Share post:

Popular

Nóticias Relacionads
RELACIONADAS

Compal lança nova gama Vital Bom Dia!

Disponível em três sabores: Frutos Vermelhos Aveia e Canela, Frutos Tropicais Chia e Alfarroba e Frutos Amarelos Chia e Curcuma estão disponíveis nos formatos Tetra Pak 1L, Tetra Pak 0,33L e ainda no formato garrafa de vidro 0,20L.

Super Bock lança edição limitada que celebra as relações de amizade mais autênticas

São dez rótulos numa edição limitada da Super Bock no âmbito da campanha “Para amigos amigos, uma cerveja cerveja”

Exportações de vinhos para Angola crescem 20% desde o início do ano

As exportações de vinho para Angola cresceram 20% entre janeiro e abril deste ano, revelou o presidente da ViniPortugal, mostrando-se otimista quanto à recuperação neste mercado, face à melhoria da economia.

Área de arroz recua 5% e produção de batata, cereais, cereja e pêssego cai 10% a 15%

A área de arroz deverá diminuir 5% este ano face ao anterior, enquanto a área de batata e a produtividade dos cereais de outono-inverno, da cereja e do pêssego deverão recuar 10% a 15%, informou o INE.