A Confraria da Cerveja organizou a 8ª entronização solene, na cidade de Setúbal, em que o evento serviu para entronizar novos confrades, e alertar o governo para a importância deste sector. A Confraria passou a contar, entre outros com D. Duarte Pio de Bragança, Francisco Pinto Balsemão e Rui Nabeiro. O administrador do jornal “O Emigrante/Mundo Português”, Carlos Morais, foi de igual forma entronizado, recaindo a sua escolha, de acordo com a confraria “por editar o jornal em língua portuguesa lido em todo o mundo e que promove a língua e cultura portuguesa, o amor por Portugal, jornal que este ano comemorou 40 anos de publicação”…
Vinte e um confrades mestre, 11 confrades protectores e 34 confrades de honra passaram a pertencer a esta importante confraria representativa de um sector que, segundo Pires de Lima, “produz 800 milhões de litros de néctar precioso, que utiliza matérias primas como a cevada cultivada em Portugal, assim como lúpulo, e destes 800 milhões, 200 milhões de litros são exportados, acompanhando a diáspora e língua portuguesa”,.
Considerando que a “Pátria da cerveja é a língua portuguesa”, Pires de Lima referiu ainda no seu discurso que “Portugal é o sexto maior exportador de cerveja da União Europeia” e aproveitou a cerimónia e a presença do Secretário de Estado do Turismo, agora novo confrade de honra, para apontar o dedo ao Governo por considerar excessivos os impostos pagos pela indústria cervejeira portuguesa. António Pires de Lima afirmou repetidamente a importância da indústria para o país, em termos de produção e emprego.
O presidente da Unicer afirmou que “este é um sector que cria riqueza, trabalho e valor, fundamentalmente em Portugal, e que contribui com uma fatia muito generosa para as receitas fiscais”. Calculando em mil milhões de euros o montante que a industria paga em impostos ao Estado, o grão-mestre sugeriu a Bernardo Trindade, que “se recordasse desse número quando acompanhar a discussão sobre o Orçamento de Estado de 2011”.
Emprego a 75 mil famílias
O Grão- Mestre refere ainda que “é preciso ter cuidado quando se fala e se mexe com as práticas da indústria cervejeira, pois é uma indústria que é responsável pelo emprego de mais de 75 mil famílias e representa um por cento do PIB”. E defendeu que “a cerveja e o café são os dois principais produtos que alimentam e sustentam o tecido comercial da hotelaria, restauração e dos cafés, composta por cerca de oitenta mil pequenas e médias empresas”.
A nível de matérias primas, Pires de Lima revelou que das cem mil toneladas de cevada consumida, setenta a 80 por cento é cultivada em Portugal, no Alentejo e Ribatejo, assim como o vidro das garrafas que é produzido em Portugal por empresas portuguesas ou multinacionais aqui sediadas. O milho e lúpulo de igual modo são produzidos em Portugal, sendo que o lúpulo é cultivado no distrito de Bragança, informou. “É um sector que cria riqueza” sublinhou, considerando que, “tendo em conta a população e a dimensão do país, é um feito que a indústria cervejeira tenha tido a competência e a capacidade para fazer de Portugal o sexto maior exportador da União Europeia”.
Já D. Duarte de Bragança diz-se “um consumidor moderado de cerveja” porque “cada coisa tem o seu lugar e o seu momento” e a única função solicitada foi a de “prestigiar a cerveja”. O duque de Bragança revela ainda uma segunda causa: “é que a nossa cerveja utiliza cevada portuguesa, usa lúpulo vindo de Trás-os-Montes e também o vidro utilizado para as garrafas é feito em Portugal. Ao todo, falamos em mais de 90 mil postos de trabalho ligados a um sector que também exporta bastante”, explicou D. Duarte. O chefe da Casa Real junta-se a confrades como António Saraiva, presidente da Confederação da Indústria Portuguesa e António Nunes, presidente da ASAE, entre outros. Após a cerimónia seguiu-se um cortejo a pé até à praça do Bocage, com a declamação de poemas alusivos e foi feita a foto da “família da confraria”.
António Freitas
afreitas@mundoportugues.org