Uma associação portuguesa que há dois anos faz a ligação entre Portugal e Malaca desafiou o Governo a oficializar um acordo diplomático que facilite a aproximação à comunidade que mantém o legado luso na Malásia. A Associação Cultural Coração em Malaca gostaria de assinalar, em 2011, os 500 anos da chegada dos portugueses àquele porto do Sudeste asiático com a oficialização de um acordo de cooperação, amizade e cultura entre Portugal e a Malásia.
Em declarações à Agência Lusa, a presidente da associação, Luísa Timóteo, lamentou que, apesar de cinco séculos de história em comum, não exista aproximação institucional. Segundo disse, cada vez que um membro da associação se desloca a Malaca por um período superior a 30 dias “tem de ir pedir um visto a Paris porque não existe uma embaixada da Malásia em Portugal”, e vice-versa.
Luísa Timóteo decidiu visitar a cidade quando esteve numa comissão portuguesa de cooperação com Timor-Leste e diz que ouviu os portugueses de Malaca queixaram-se de que “estavam abandonados”. “Eles fizeram-me imensas queixas: que estavam abandonados, já nem padre lá tinham e, naquele abandono, pediram-me que, quando chegasse a Portugal, desse um recado ao Governo: que eles ainda lá estavam e queriam ser sempre portugueses de Malaca”, contou.
Regressada a Portugal, escreveu ao então Presidente da República Jorge Sampaio e com um grupo de amigos fundou, em Torres Vedras, a Associação Cultural Coração em Malaca, que no português arcaico local, o cristang, se diz «Korsang di Melaka». Com 470 sócios e uma delegação aberta em Kuala Lumpur, a associação não quer “deixar morrer esta nossa identidade”, como destacou Luísa Timóteo. O Instituto Camões ofereceu uma bolsa de 500 euros a um dos seus membros, Cátia Candeias, uma jovem de 27 anos que há oito meses está a ensinar português moderno aos menos de três mil habitantes do bairro português de Malaca. O projecto ganhou o nome de «Povos Cruzados, Futuros Possíveis» e mereceu já a renovação da bolsa por mais oito meses e um patrocínio adicional de 200 euros da empresa de plásticos Logoplast, a única portuguesa a operar naquela zona. Outro apoio com que tem contado a associação é o da Fundação Oriente.
O governo local de Malaca criou duas salas de aulas onde Cátia ensina português a mais de 20 crianças, 23 jovens e mais de 30 adultos. A jovem criou também um blogue sobre esta experiência com os portugueses de Malaca, cujas origens se manifestam também na religião católica que praticam e nas festas e rituais, como as comemorações dos santos populares. Mas a jovem precisa de ajuda, como disse à Lusa a mãe, Florisa Candeias, também membro da associação, que espera em breve contar com o apoio dos politécnicos portugueses, que, afirmou, vão enviar para Malaca um professor de português.
Nas comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses, a associação pretende também promover um intercâmbio de grupos de folclore, já que as danças tradicionais são também uma das heranças que esta comunidade preserva.
Em declarações à Agência Lusa, a presidente da associação, Luísa Timóteo, lamentou que, apesar de cinco séculos de história em comum, não exista aproximação institucional. Segundo disse, cada vez que um membro da associação se desloca a Malaca por um período superior a 30 dias “tem de ir pedir um visto a Paris porque não existe uma embaixada da Malásia em Portugal”, e vice-versa.
Luísa Timóteo decidiu visitar a cidade quando esteve numa comissão portuguesa de cooperação com Timor-Leste e diz que ouviu os portugueses de Malaca queixaram-se de que “estavam abandonados”. “Eles fizeram-me imensas queixas: que estavam abandonados, já nem padre lá tinham e, naquele abandono, pediram-me que, quando chegasse a Portugal, desse um recado ao Governo: que eles ainda lá estavam e queriam ser sempre portugueses de Malaca”, contou.
Regressada a Portugal, escreveu ao então Presidente da República Jorge Sampaio e com um grupo de amigos fundou, em Torres Vedras, a Associação Cultural Coração em Malaca, que no português arcaico local, o cristang, se diz «Korsang di Melaka». Com 470 sócios e uma delegação aberta em Kuala Lumpur, a associação não quer “deixar morrer esta nossa identidade”, como destacou Luísa Timóteo. O Instituto Camões ofereceu uma bolsa de 500 euros a um dos seus membros, Cátia Candeias, uma jovem de 27 anos que há oito meses está a ensinar português moderno aos menos de três mil habitantes do bairro português de Malaca. O projecto ganhou o nome de «Povos Cruzados, Futuros Possíveis» e mereceu já a renovação da bolsa por mais oito meses e um patrocínio adicional de 200 euros da empresa de plásticos Logoplast, a única portuguesa a operar naquela zona. Outro apoio com que tem contado a associação é o da Fundação Oriente.
O governo local de Malaca criou duas salas de aulas onde Cátia ensina português a mais de 20 crianças, 23 jovens e mais de 30 adultos. A jovem criou também um blogue sobre esta experiência com os portugueses de Malaca, cujas origens se manifestam também na religião católica que praticam e nas festas e rituais, como as comemorações dos santos populares. Mas a jovem precisa de ajuda, como disse à Lusa a mãe, Florisa Candeias, também membro da associação, que espera em breve contar com o apoio dos politécnicos portugueses, que, afirmou, vão enviar para Malaca um professor de português.
Nas comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses, a associação pretende também promover um intercâmbio de grupos de folclore, já que as danças tradicionais são também uma das heranças que esta comunidade preserva.