De Almodovar a Cuba: Um passeio alentejano

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A vila de Almodôvar situa-se entre a Serra do Caldeirão e a dourada planície alentejana, marcando a transição entre o Alentejo e o Algarve. Almodôvar é uma vila caracteristicamente alentejana, pacata, histórica e tradicional, marcada pela típica calmaria desta região.
A Igreja Matriz, do século XVIII, é o mais imponente monumento, na simplicidade das suas colunas toscanas, na riqueza dos altares laterais e na sumptuosidade do altar-mor, mandado construir por D. João V.
A cultura e a sua perpetuação são importantes em Almodôvar, pelo que foi criado o Museu da Escrita do Sudoeste de Almodôvar. Todos os anos, desde 1996, realiza-se nesta localidade a Feira de Artes e Cultura.
Na área da cultura, destaque também para o Museu Etnográfico e Arqueológico de Santa Clara-a-Nova, que tem como principal objectivo divulgar as tradições, profissões e actividades rurais e tradicionais locais. Com efeito, numa visita ao museu podemos observar a actividade económica principal da freguesia, a agricultura, através dos objectos e processos agrícolas, e também as profissões tradicionais da freguesia, tais como o abegão, a tecedeira, o sapateiro, o ferreiro, o barbeiro, o latoeiro e o alfaiate. Por outro lado, podemos também encontrar a venda/taberna, a escola, a casa do povo, a cozinha tipicamente alentejana e o forno, bem como o processo de fabrico do pão.
Encontra-se também no museu de Santa Clara-a-Nova uma sala dedicada à arqueologia, com algum do espólio encontrado na Estação Arqueológica das Mesas do Castelinho. As acessibilidades e a existência de uma boa rede de transportes são um ponto estratégico para o desenvolvimento deste concelho, que possui  características totalmente agrícolas. A região  produz maioritariamente cortiça, mel, queijo de cabra e aguardente de medronho silvestre.
A gastronomia local reflecte esse gosto e apresenta uma deliciosa açorda de perdiz e uma saborosa sopa de lebre, mas há também especialidades típicas do Alentejo, como o suculento ensopado de borrego.

Aljustrel

Povoada desde tempos remotos, a localidade de Aljustrel adquiriu grande importância quando a sua riqueza em pirites se tornou conhecida. As minas já eram exploradas no século I a.C. pelos romanos.
A paisagem do concelho é caracterizada pelas extensas planícies onduladas do Alentejo, excepto na zona agrícola de Ervidel, onde os campos férteis são irrigados pela Barragem do Roxo, que também proporciona ao visitante os prazeres da pesca e dos desportos náuticos, para além de um agradável parque de merendas. Ervidel, de atmosfera vincadamente rural, é também conhecida pelo bom vinho e pelas típicas tascas.
Aljustrel é um concelho rico em valores naturais e culturais. Decorrem em Aljustrel alguns eventos de âmbito não local e que, por si só, poderão ser motivo para visitar este concelho, como por exemplo a Feira do Campo Alentejano, que decorre no Parque de Feiras e Exposições no terceiro fim-de-semana de Maio. Esta é uma feira de actividades económicas de âmbito regional com um vasto programa de ani-mação que inclui espectáculos musicais, exposições, colóquios, demonstrações, animação e restauração.
Em termos de património edificado, destaque para a Ermida de Santa Maria do Castelo, considerada um verdadeiro ex-libris da povoação, que vem referida na visitação da Ordem de Santiago de 1482, sendo a sua denominação alterada, a partir de 1510, para Nossa Senhora do Castelo. Desde sempre, esta Ermida esteve ligada à fé das populações do concelho, a ela se associando vários milagres e lendas.
A Ermida e a área envolvente, que inclui as ruínas do Castelo islâmico, foi classificada como Imóvel de Interesse Público em 1992.

Alvito

Alvito é uma pacata vila onde se respira paz de espírito e tranquilidade, por entre o seu casario branco de faixa amarela ou azul. A presença humana nesta região data de longínquos tempos, existindo mesmo vestígios de ocupação desde o neolítico.
A vila como que se desenvolve em redor do seu bonito Castelo, do século XV, onde hoje em dia funciona a Pousada de Alvito. Conhecida como uma vila marcadamente Manuelina, possui nas suas ruas pormenores curiosos que o atestam, como arcos de recorte manuelino, sendo mesmo no Alvito que se pode encontrar a maior concentração de portais manuelinos de todo o baixo Alentejo.
Uma das grandes atracções desta vila situa-se por baixo da Praça do Rossio: as chamadas Grutas do Alvito, um conjunto de galerias subterrâneas resultantes da exploração de pedra desde o século XII.
Bem perto do Alvito é digno de registo o Palácio de Água de Peixes, um edifício medieval cuja construção remonta ao século XII. O Palácio é um edifício simples, não sofrendo alterações ao longo do tempo, com uma planta quadrangular, distribuído por dois largos pisos, que emolduram um pátio central ajardinado.
Outra atracção é o Castelo. Em 1475, D. Afonso V outorgou o titulo de barão de Alvito a João Fernandes da Silveira, funcionário régio cujos descendentes viriam a ser titulados como marqueses. Poucos anos mais tarde, em 1482, o soberano concedeu ao barão e a sua esposa o direito de aí construírem um castelo, outorgando-lhes o senhorio da vila e dos povoados vizinhos.
Em Alvito pode saborear açorda de cação, migas, ensopado de borrego. Na doçaria regional, destaque para os pastéis de chila e grão, os licores e os enchidos da Baronia.

Cuba

Conquistada aos mouros por D. Sancho I, no século XII, a vila ostenta um nome que alguns pensam dever-se ao facto de terem sido encontradas ali muitas cubas (vasilhas para guardar o vinho), enquanto outros consideram que tem uma origem ainda mais antiga e provém da palavra “coba” (torre, em árabe).
Esta é uma localidade tipicamente alentejana, rodeada de olivais, onde as casas são caiadas de branco e as janelas e portas surgem emolduradas de faixas azuis e ocres, possuindo quase todas um pequeno quintal nas traseiras com laranjeiras, limoeiros e figueiras. As janelas e aberturas são pequenas para as protege-em do calor tórrido do verão alentejano.
O artesanato é a expressão de um povo, e em Cuba procuram-se transmitir na sua forma mais simples as tradições, os seus usos e os seus costumes, muitos deles já perdidos no tempo.
A gastronomia é outro dos cartões de visita da região. Os queijos de cabra e de ovelha, os presuntos e enchidos, o pão de trigo, com o qual se juntam ervas aromáticas como os coentros, os poejos, ou a hortelã e se elaboram as deliciosas migas, açordas e ensopados, são uma delícia. Gaspacho, ensopado de borrego, carne do alguidar, sopa da panela, sopa de beldroegas, sopa de cação e açorda de alho com bacalhau são alguns dos pratos eleitos, mas há mais, há as favas guisadas, as ervilhas com ovos, o cozido de grão e ainda os pratos de caça.
Na doçaria a excelência é para os doces conventuais como o pão de rala ou as trouxas de ovos, mas as popias, os nógados ou os pastéis de grão são também uma tentação.

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