De Oliveira de Frades a Águeda por caminhos de Albergaria e Sever

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A VOLTA A PORTUGAL desta semana seguiu a sugestão do nosso amigo João André Nogueira, que reside em Manaus, no Brasil, e foi visitar o concelho de Albergaria-a-Velha, de onde João é natural. Pelo meio aproveitámos e demos também um salto às localidades de Oliveira de Frades, de Sever do Vouga e de Águeda.

Oliveira de Frades é uma terra antiquíssima. São os vestígios de um passado remoto que mais chamam a atenção no concelho, rico em arte rupestre e em construções pré-históricas. Exemplo disso são o Dólmen da Arca e o Dólmen de Antelas.
O património mais valioso deste concelho rural, situado numa zona verdejante atravessada pelo rio Vouga, será talvez a deslumbrante paisagem, caracterizada por serras, vales profundos e abundância de cursos de água.
Não é pois de estranhar que proporcione excelentes condições para as mais variadas actividades ao ar livre, desde percursos pedestres, a pesca e canoagem, à escalada, ao rappel e a outros desportos de montanha e aquáticos.
Excelentes obras de engenharia encontram-se ao longo do percurso de outros dois eixos viários estruturantes do concelho: a estrada Nacional 16, sucessora da Estrada Real, com o seu traçado sinuoso, em ziguezague constante, e a linha de comboio do Vale do Vouga, desactivada na década de 80 do século passado.
Também o património arquitectónico é rico, encontrando-se disseminados por todo o concelho notáveis edifícios. Solares e casas apalaçadas, casas do Brasileiro e casas de matriz rural beirã reflectem influências diversificadas que marcaram diferentes épocas.
Espalhados pelo concelho, no interior das povoações, em lugares isolados, ao longo de caminhos, em propriedades particulares, encontram-se diversos edifícios e monumentos de cariz religioso, como igrejas, capelas, cruzeiros, estelas funerárias e alminhas. De todos os edifícios religiosos, reveste-se de especial importância a  Igreja de Souto de Lafões, pelos vestígios românicos do exterior e pela riqueza artística da talha dourada, das pinturas e dos frescos medievais.
Reflexo da religiosidade das populações locais, às festas religiosas e romarias acorrem muitos fiéis em busca de ajuda divina. A devoção à Senhora Dolorosa ultrapassou as fronteiras da freguesia de Ribeiradio e a sua romaria é das mais concorridas da região.

SEVER DO VOUGA

O concelho de Sever do Vouga orgulha-se de magníficas e variadas paisagens, desde as margens bucólicas do rio Vouga às vistas imponentes que podem ser admiradas do alto das serras do Arestal e das Talhadas, ao encanto das pequenas aldeias com casario de pedra e às maravilhas naturais como a Cascata da Cabreira, em Silva Escura, onde a água proveniente do rio Mau se precipita por um declive rochoso.
Sever do Vouga oferece boas condições e locais para a prática de desportos de aventura, e o visitante pode optar entre canoagem, marcha, passeios de bicicleta, escalada ou a construção de jangadas, entre outras actividades.
Todos os anos, ao longo da última semana de Julho, realiza-se a festa da vila “Ficavouga”. O evento, que já se realiza desde dos anos 90, tem sido ao longo dos anos um ponto de encontro entre os severenses, incluindo muitos emigrantes que regressam à terra que os viu nascer, e visitantes que aproveitam os dias de festa para conhecer o que de melhor o concelho tem para oferecer.
A promoção da gastronomia é outra das vertentes do FicaVouga,  que apresenta o Festival Gastronómico “Comeres de Se Ver”, onde participam os restaurantes da região. Pretende-se promover os sabores e os saberes tradicionais de uma cozinha rica em história. Na gastronomia de Sever do Vouga, o destaque vai para a vitela assada à moda de Sever com arroz no forno, para a lampreia em arroz, para os rojões com grelos e para várias iguarias de peixe do rio em escabeche.

ALBERGARIA-A-VELHA

A história do concelho começa em 1120, quando D. Teresa, rainha de Portugal e mãe de Afonso Henriques, do-ou ao fidalgo Gonçalo Eris vastas terras. Como contrapartida, o fidalgo com prometeu-se a manter aberta uma Albergaria para acolher os viajantes pobres.
Albergaria-a-velha é percorrida pelos rios Vouga, Caima e Filveda, que constituem fonte de vida e de sustento da sua população. A sua beleza natural abre caminho a passeios inesquecíveis nas suas freguesias ribeirinhas, como Angeja, Frossos, S. João de Loure e Alquerubim. As estações do ano provocam profundas alterações na paisagem, enchendo-se de flores e perfumes quando chega a Primavera.
O concelho de Albergaria-a-Velha possuiu um património histórico e artístico muito rico que merece ser conhecido. Visite os miradouros e aprecie as belas vistas da região, atente nas variadas e ricas casas senhoriais, ou opte por um passeio à beira-rio. Em Frossos, por exemplo, encontra um pelourinho digno de nota. A cidade mantém também diversas casas senhoriais dignas de relevo, como a Casa do Outeiro, a Casa da Fonte e a Casa de Santo António.
Vouga, Caima e Filveda são os rios de Albergaria-a-velha, e oferecem óptimos locais para desfrutar dos prazeres da pesca, uma óptima forma de relaxar. Entre os melhores miradouros do concelho estão o do Monte da Senhora do Socorro, o do Monte de S. Julião, na Branca, e o da Vila Nova de Fusos, em Vale Maior.

ÁGUEDA

Águeda, cidade do distrito de Aveiro, fica localizada junto ao rio e é atravessada pelas principais vias de comunicação que ligam os pontos cardeais do país. Zona de ocupação muito antiga, como é confirmado por diversos monumentos megalíticos e por vestígios da presença romana, a sede do concelho desenvolveu-se e tornou-se um centro industrializado, nomeadamente devido a uma rica tradição artesanal de trabalhar o ferro.
Hoje, Águeda é uma cidade em franco desenvolvimento económico e social, estando no centro de uma das zonas mais industrializadas do país. No património local, destaque para o Convento de Sérem.
Nas festas locais, realce para a Festa do Leitão à Bairrada, que inclui a Mostra de Artesanato e Gastronomia. Para além de promover turisticamente a terra e a região, promove também as riquezas e potencialidades do concelho. Nesta festa pode-se apreciar o deli-cioso leitão assado à Bairrada, regado com um espumante das caves da região. Esta  festa permite também promover a gastronomia regional.
O Leitão assado à Bairrada é de certeza o mais famoso pitéu das redondezas, mas não fica muito à frente da doçaria: pastéis de Águeda, barriga de freira, fuzis e sequilhos, para além das empadas da Veiga, são também dignas de gula. Outros pratos, como a chanfana, os rojões, a carne de carneiro, a cabra à lampantana ou a caldeirada de peixe completam a gastronomia local, acompanhados pelos vinhos e espumantes das caves da Bairrada.

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