A Autoridade Anti-dopagem considerou o seleccionador nacional de futebol, Carlos Queiroz, culpado de perturbar um controlo anti-doping à selecção. Analisados os factos e as circunstâncias atenuantes, o treinador foi suspenso por um período de seis meses.
A Autoridade Antidopagem de Portugal ditou a suspensão por seis meses do seleccionador português de futebol, Carlos Queiroz, e contestou fortemente a decisão do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, que tinha aplicado uma suspensão de um mês.
O documento, assinado pelo presidente do Instituto do Desporto de Portugal, Luís Sardinha, pelo facto de Luís Horta, presidente da ADoP, se ter declarado impedido, conclui que o CD “não enquadrou correctamente o comportamento do seleccionador nacional Carlos Queiroz e, igualmente, não apreciou devidamente a prova produzida”.
Ao contrário da ADoP, o CD, que suspendeu Queiroz por um mês por insultos dirigidos contra a brigada da ADoP, visando Luís Horta, arquivou o processo referente à violação da lei antidopagem, absolvendo o treinador do ilícito disciplinar por obstrução à realização dos controlos.
Reiterando a “especial obrigação” que recai sobre o seleccionador “de não dificultar ou impedir a realização de um controlo de dopagem”, a ADoP contra-ria a deliberação do CD da FPF e sublinha que “o que resulta do processo, de forma clara, é que o arguido perturbou a recolha das amostras”, com o “ambiente hostil em volta da operação de controlo”.
No documento divulgado no sítio oficial da ADoP na Internet a autoridade considera que o “CD da FPF deu como não provado” que Queiroz ou o médico da selecção nacional, Henrique Jones, “tenham em algum momento falado aos médicos da ADoP sobre a necessidade de os jogadores despertarem nesse dia mais tarde”.
“Se lhes tivesse sido pedido para esperar mais um pouco para fazer o controlo, teriam esperado mais um pouco antes de fazer o controlo”, assegurou João Magalhães Marques, médico da ADoP, citado no Acórdão.
Para a ADoP, Queiroz questionou a legitimidade do controlo, recuperando as expressões usadas pelo seleccionador: “Um controlo anti-doping? À selecção nacional? O Dr. Luís Horta quer é visibilidade”, seguindo-se a expressão: “Por que é que estes gajos não vão fazer controlo na c… da mãe do Luís Horta?”.
A ADoP considera ainda “falaciosa e irrelevante” a conclusão do CD da FPF de que, “no futebol, usa-se com frequência o calão”, e contesta ainda a defesa de Queiroz, que justifica a expressão com o “vernáculo” decorrente da “sua cultura e raízes africanas”.
Queiroz, que incorria numa pena mínima de dois anos de suspensão, viu o castigo reduzido para seis meses, beneficiando de cinco factos atenuantes: o de o controlo anti-doping ter sido feito, o de Queiroz nunca ter violado o regime anti-dopagem, ter prestado relevantes serviços ao desporto, o currículo profissional e por “ter sido agraciado, quer pelo Estado Português quer pela FPF, com diversas condecorações”.
Os factos remontam a 16 de maio, dia em que uma brigada da ADoP se dirigiu à Covilhã, ao local de estágio da selecção portuguesa de preparação para o Mundial2010, para efetuar uma operação de controlo antidoping.
Apesar de a pena mínima em que incorria Carlos Queiroz ser de dois anos e de a ADoP ter tido em conside-ração atenuantes, o seleccionador não se conformou e anunciou a intenção de recorrer para o Tribunal Arbitral do Desporto.
A suspensão da ADoP implica que Carlos Queiroz falhe os primeiros quatro jogos de Portugal no Grupo H de apuramento para o Euro2012, nos quais a equipa das quinas será liderada por Agostinho Oliveira.
Entretanto, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto rejeitou em conferência de imprensa que Carlos Queiroz tenha sido suspenso por “justiça governamental”, acusando o seleccionador português de futebol de querer “desviar as atenções do fundamental”.
“Justiça governamental, não. O que há é apenas a aplicação e fiscalização do cumprimento da lei. É uma tentativa sem êxito de procurar desviar as atenções do fundamental”, contestou Laurentino Dias.
O fundamental para o secretário de Estado “é saber se houve ou não perturbação da acção de controlo anti-do-ping”, que Laurentino Dias considerou ter existido.
“Há uma justiça só. Este processo que está aqui em cima (da mesa) respeita de uma ponta à outra ao quadro legal de combate ao doping”, observou o governante, contrariando as denúncias de Carlos Queiroz, que disse estar a ser vítima de justiça governamental, em entrevista à SIC.
Laurentino Dias defendeu que a ADoP, que suspendeu o seleccionador por seis meses, agiu “no uso legítimo dos seus direitos e das suas obrigações”, ao avocar o processo à Federação Portuguesa de Futebol, cujo Conselho de Disciplina tinha suspenso Carlos Queiroz por apenas um mês.
“A decisão foi tomada pela ADoP em total independência. Concordo com ela e acho que se ajusta ao que se encontra nos autos”, assinalou Laurentino Dias, rebatendo o argumento do seleccionador, que se queixou de não ter sido ouvido pela ADoP.
No seguimento deste caso, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto exigiu à Federação Portuguesa de Futebol e ao seu presidente “coragem para tomarem decisões”, pedindo-lhes para não entrarem “em piloto automático”.
“Isto não se faz em piloto automático. É preciso coragem para tomar decisões e se responsabilizar por elas”, observou Laurentino Dias.
O secretário de Estado recusou comentar se Carlos Queiroz ainda reúne as condições para se manter no cargo de seleccionador, passando “a bola” à Federação e a Gilberto Madail.
“O que espero da FPF e do seu presidente é que estejam à altura das suas responsabilidades e que tomem as decisões que considerem ser as melhores para o futebol português”, advertiu Laurentino Dias.
Depois destas palavras, o seleccionador português de futebol, Carlos Queiroz, respondeu e acusou o Governo de se “imiscuir” no seu processo com a Autoridade Antidopagem de Portugal, referindo-se às declarações do secretário de Laurentino Dias.
“O secretário de Estado comprovou que se imiscuiu no processo, ao concordar e apoiar a decisão da ADoP”, disse Queiroz, justificando que o processo ainda não acabou em Portugal, ao contrário do que afirmou Laurentino Dias.
“No final, quando o recurso tiver terminado no Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), estarei aqui para assumir as minhas responsabilidades. Espero que o secretário de Estado assuma as dele se o TAS for contrário”, afirmou Queiroz aos jornalistas.
O técnico luso acusou Laurentino Dias de intromissão na FPF, ao exigir ao organismo e ao seu presidente “coragem para tomar decisões”.
“Não ficaram dúvidas da sua intervenção directa ou indirecta sobre a gestão autónoma da federação, por todas as considerações que fez sobre a forma como o senhor presidente deve gerir a federação”, lamentou Queiroz.
O documento, assinado pelo presidente do Instituto do Desporto de Portugal, Luís Sardinha, pelo facto de Luís Horta, presidente da ADoP, se ter declarado impedido, conclui que o CD “não enquadrou correctamente o comportamento do seleccionador nacional Carlos Queiroz e, igualmente, não apreciou devidamente a prova produzida”.
Ao contrário da ADoP, o CD, que suspendeu Queiroz por um mês por insultos dirigidos contra a brigada da ADoP, visando Luís Horta, arquivou o processo referente à violação da lei antidopagem, absolvendo o treinador do ilícito disciplinar por obstrução à realização dos controlos.
Reiterando a “especial obrigação” que recai sobre o seleccionador “de não dificultar ou impedir a realização de um controlo de dopagem”, a ADoP contra-ria a deliberação do CD da FPF e sublinha que “o que resulta do processo, de forma clara, é que o arguido perturbou a recolha das amostras”, com o “ambiente hostil em volta da operação de controlo”.
No documento divulgado no sítio oficial da ADoP na Internet a autoridade considera que o “CD da FPF deu como não provado” que Queiroz ou o médico da selecção nacional, Henrique Jones, “tenham em algum momento falado aos médicos da ADoP sobre a necessidade de os jogadores despertarem nesse dia mais tarde”.
“Se lhes tivesse sido pedido para esperar mais um pouco para fazer o controlo, teriam esperado mais um pouco antes de fazer o controlo”, assegurou João Magalhães Marques, médico da ADoP, citado no Acórdão.
Para a ADoP, Queiroz questionou a legitimidade do controlo, recuperando as expressões usadas pelo seleccionador: “Um controlo anti-doping? À selecção nacional? O Dr. Luís Horta quer é visibilidade”, seguindo-se a expressão: “Por que é que estes gajos não vão fazer controlo na c… da mãe do Luís Horta?”.
A ADoP considera ainda “falaciosa e irrelevante” a conclusão do CD da FPF de que, “no futebol, usa-se com frequência o calão”, e contesta ainda a defesa de Queiroz, que justifica a expressão com o “vernáculo” decorrente da “sua cultura e raízes africanas”.
Queiroz, que incorria numa pena mínima de dois anos de suspensão, viu o castigo reduzido para seis meses, beneficiando de cinco factos atenuantes: o de o controlo anti-doping ter sido feito, o de Queiroz nunca ter violado o regime anti-dopagem, ter prestado relevantes serviços ao desporto, o currículo profissional e por “ter sido agraciado, quer pelo Estado Português quer pela FPF, com diversas condecorações”.
Os factos remontam a 16 de maio, dia em que uma brigada da ADoP se dirigiu à Covilhã, ao local de estágio da selecção portuguesa de preparação para o Mundial2010, para efetuar uma operação de controlo antidoping.
Apesar de a pena mínima em que incorria Carlos Queiroz ser de dois anos e de a ADoP ter tido em conside-ração atenuantes, o seleccionador não se conformou e anunciou a intenção de recorrer para o Tribunal Arbitral do Desporto.
A suspensão da ADoP implica que Carlos Queiroz falhe os primeiros quatro jogos de Portugal no Grupo H de apuramento para o Euro2012, nos quais a equipa das quinas será liderada por Agostinho Oliveira.
Entretanto, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto rejeitou em conferência de imprensa que Carlos Queiroz tenha sido suspenso por “justiça governamental”, acusando o seleccionador português de futebol de querer “desviar as atenções do fundamental”.
“Justiça governamental, não. O que há é apenas a aplicação e fiscalização do cumprimento da lei. É uma tentativa sem êxito de procurar desviar as atenções do fundamental”, contestou Laurentino Dias.
O fundamental para o secretário de Estado “é saber se houve ou não perturbação da acção de controlo anti-do-ping”, que Laurentino Dias considerou ter existido.
“Há uma justiça só. Este processo que está aqui em cima (da mesa) respeita de uma ponta à outra ao quadro legal de combate ao doping”, observou o governante, contrariando as denúncias de Carlos Queiroz, que disse estar a ser vítima de justiça governamental, em entrevista à SIC.
Laurentino Dias defendeu que a ADoP, que suspendeu o seleccionador por seis meses, agiu “no uso legítimo dos seus direitos e das suas obrigações”, ao avocar o processo à Federação Portuguesa de Futebol, cujo Conselho de Disciplina tinha suspenso Carlos Queiroz por apenas um mês.
“A decisão foi tomada pela ADoP em total independência. Concordo com ela e acho que se ajusta ao que se encontra nos autos”, assinalou Laurentino Dias, rebatendo o argumento do seleccionador, que se queixou de não ter sido ouvido pela ADoP.
No seguimento deste caso, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto exigiu à Federação Portuguesa de Futebol e ao seu presidente “coragem para tomarem decisões”, pedindo-lhes para não entrarem “em piloto automático”.
“Isto não se faz em piloto automático. É preciso coragem para tomar decisões e se responsabilizar por elas”, observou Laurentino Dias.
O secretário de Estado recusou comentar se Carlos Queiroz ainda reúne as condições para se manter no cargo de seleccionador, passando “a bola” à Federação e a Gilberto Madail.
“O que espero da FPF e do seu presidente é que estejam à altura das suas responsabilidades e que tomem as decisões que considerem ser as melhores para o futebol português”, advertiu Laurentino Dias.
Depois destas palavras, o seleccionador português de futebol, Carlos Queiroz, respondeu e acusou o Governo de se “imiscuir” no seu processo com a Autoridade Antidopagem de Portugal, referindo-se às declarações do secretário de Laurentino Dias.
“O secretário de Estado comprovou que se imiscuiu no processo, ao concordar e apoiar a decisão da ADoP”, disse Queiroz, justificando que o processo ainda não acabou em Portugal, ao contrário do que afirmou Laurentino Dias.
“No final, quando o recurso tiver terminado no Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), estarei aqui para assumir as minhas responsabilidades. Espero que o secretário de Estado assuma as dele se o TAS for contrário”, afirmou Queiroz aos jornalistas.
O técnico luso acusou Laurentino Dias de intromissão na FPF, ao exigir ao organismo e ao seu presidente “coragem para tomar decisões”.
“Não ficaram dúvidas da sua intervenção directa ou indirecta sobre a gestão autónoma da federação, por todas as considerações que fez sobre a forma como o senhor presidente deve gerir a federação”, lamentou Queiroz.