O Presidente da República apelou hoje à defesa do euro, sem o qual a “sobrevivência do projeto europeu pode estar em causa”, e afirmou que a integração “não é a causa das dificuldades”, mas é a “resposta aos problemas”.
“Se não defendermos o euro, que continua a ser um instrumento decisivo para a Europa enfrentar o mundo global, revigorando, nomeadamente, a União Económica, que tem sido o elo mais fraco da União Europeia, a sobrevivência do projeto europeu pode estar em causa”, afirmou Cavaco Silva na cerimónia da comemoração dos 25 anos da adesão de Portugal e Espanha à então CEE, que teve lugar no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
“O que enfraquece a integração europeia é a falta de sentido estratégico e são as falhas de responsabilidade e de solidariedade, quer dos Estados, quer das instituições europeias”, declarou Cavaco Silva, acrescentando que “pesa uma grande responsabilidade sobre os líderes nacionais e da União Europeia” e, “da sua determinação, do seu sentido estratégico, da sua dedicação ao interesse comum europeu, depende o futuro da construção europeia”.
O Chefe de Estado lembrou que “a integração europeia, ao longo de mais de cinquenta anos, sempre avançou em tempos de crise” e sempre “encontrou resposta às crises a que teve de fazer frente”. “Confio que assim, será, de novo, agora”, afirmou.
Num balanço dos últimos 25 anos, Cavco Silva destacou que “sobressai o contributo para o desenvolvimento económico e social” de Portugal, com “o acesso aos fundos comunitários, as reformas estruturais levadas a cabo, a capacidade de atração de investimento direto estrangeiro, que quintuplicou logo nos primeiros cinco anos da adesão”.
Também a “modernização do quadro legal e administrativo” estiveram, de acordo com o Presidente, “na base” do “bom desempenho da economia portuguesa”. Para Cavaco Silva, houve também um “reforço da voz de Portugal na cena internacional”.
O Presidente começou por sublinhar que a adesão à então CEE – “um marco” na História nacional – “contribuiu para a consolidação da democracia”, tendo os últimos 25 anos um “balanço extremamente positivo”. “Portugal acompanhou o exigente ritmo de aprofundamento da integração, revelando não só vontade política, mas também efetiva capacidade reformista para se adaptar às mudanças”, sustentou.
“Resposta europeia” é “indispensável”
Já o primeiro-ministro defendeu que a “resposta europeia” aos efeitos da crise financeira e económica é “condição indispensável do futuro da integração europeia e do apoio popular necessário ao aprofundamento da União”.
José Sócrates, que falava no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, destacou que “assinalamos estes 25 anos da aventura europeia em Portugal e Espanha com a perfeita consciência dos desafios que se colocam ao projeto europeu”.
Para o chefe de Governo, “os efeitos da crise financeira e económica global, aliados a uma globalização em vários sentidos desregulada, exigem uma reposta europeia, alicerçada na solidariedade e na coesão entre os estados e os povos europeus”.
“Essa resposta é condição indispensável do futuro da integração europeia e do apoio popular necessário ao aprofundamento da União”, defendeu.
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