Mundial 2010: Unidos rumo à vitória final

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A apenas onze dias do início do Mundial, que este ano se realiza pela primeira vez em África, a ansiedade começa a fazer-se sentir.
Portugal só entra em campo no dia 15, frente à selecção da Costa do Marim, num jogo que vai marcar a campanha que a nossa selecção irá fazer. É preciso entrar com o pé direito e Carlos Queiroz está a preparar esse jogo sabendo que pode ditar a sorte de Portugal. Frente à selecção africana de Drogba e companhia, espera-se que Portugal afaste alguns fantasmas que têm assombrado o grupo de Carlos Queiroz. É que o apuramento foi muito complicado e chegou a temer-se que o nome de Portugal não constasse na lista dos 32 países que vão estar na África do Sul.
A selecção lusa teve mesmo que disputar os «play-offs» de apuramento depois de ter ficado em 2º lugar no seu Grupo, atrás da Dinamarca. Os jogadores portugueses mostraram, no entanto, que merecem estar entre os melhores e que sonhar não é impossível.
 A presença na África do Sul será a quinta portuguesa num Mundial e terceira consecutiva, mantendo o pleno de qualificações para fases finais de competições internacionais desde 2000.

Qualificação suada

Com Carlos Queiroz como novo seleccionador, o sorteio da fase de apuramento colocou Portugal num Grupo em que até partia como favorito, apesar da forte concorrência de Dinamarca e Suécia. Mas desde cedo se percebeu que a caminhada lusa ia ser muito complicada e cheia de percalços, apesar da goleada inaugural sobre a fraca selecção de Malta (4-0).
O segundo jogo, em casa com a Dinamarca, acabaria por marcar a qualificação, pois, apesar de ter feito uma das melhores exibições da qualificação, Portugal acabou por perder com os nórdicos, por 3-2.
Seguiram-se três “nulos”, dois com a Suécia, que até poderia ser considerado normal, e um escandaloso com a Albânia em casa, num encontro em que a equipa das “quinas”, apesar de desfalcada, não conseguiu marcar qualquer golo a uma equipa que jogou cerca de 50 minutos com menos um elemento.
Tudo parecia perdido, ainda mais quando no jogo seguinte em Tirana, aos 90 minutos, estava empatada com a Albânia a uma bola, mas um golo salvador de Bruno Alves, em período de descontos, manteve Portugal na corrida.
Seguia-se uma visita a Copenhaga mas uma nova boa exibição lusa não rendeu três pontos (1-1).
Os dois encontros com a Hungria foram então decisivos para as aspirações lusas, tendo a equipa cumprido, de forma pragmática em Budapeste (1-0) e mais espectacular na Luz, em Lisboa (3-0).
E se o azar foi uma constante neste apuramento, finalmente a sorte bateu à porta da selecção lusa e além da vitória sobre os magiares no Estádio da Luz, Portugal beneficiou ainda da derrota da Suécia no terreno da Dinamarca (1-0), o que deixou a equipa das quinas a precisar de apenas uma vitória sobre a frágil Malta para garantir o «play-off», um mal menor depois de tanta aflição. O sorteio colocou pela frente a Bósnia-Herzegovina, um dos melhores ataques da fase de qualificação, selecção que Portugal conseguiu parar na primeira-mão, com um triunfo por 1-0, graças a um golo de Bruno Alves, e em Zenica, voltar a vencer, mantendo-se sem perder fora um jogo de qualificação para um mundial desde 5 de Novembro de 1996, quando foi derrotado em Kiev pela Ucrânia, por 2-1, no apuramento para o Mundial 1998.
Refira-se que nesta fase de renovação da selecção, Carlos Queiroz utilizou 33 jogadores, com o médio Raul Meireles a ser o único jogador que actuou nos 12 encontros de qualificação, enquanto Simão Sabrosa foi o melhor marcador, com quatro golos.

Sonhar alto

“Sonhamos alto, mas não basta sonhar, é preciso trabalhar e sobretudo acreditar. Que temos de nos preparar bem e que podemos competir contra as outras selecções. Respeitamos todas, mas não valorizamos nenhuma acima de nós. Temos a convicção de que podemos ganhar, mas temos de estar bem preparados”. Estas são as palavras de Carlos Queiroz que se mostra ambicioso a dias da fase final do Mundial 2010. “Temos de estar satisfeitos e orgulhosos, pois estamos no meio das 32 melhores equipas do mundo, na maior festa do desporto mundial. Colocámos a nossa selecção lá e agora há que desfrutar e tirar partido dessa presença” acrescentou o seleccionador.
Carlos Queiroz que diga-se é o principal rosto da divisão dos adeptos em relação a esta selecção portuguesa. Apesar de todos desejarem sorte e vibrarem com o seu país, a verdade é que Carlos Queiroz não tem a mesma empatia com o público que Scolari e muitos desconfiam da sua capacidade para liderar o grupo de trabalho português rumo ao título. No entanto, os jogadores são os primeiros a elogiarem Queiroz e mostram estar unidos na caminhada difícil até à final de 11 de Julho. A preparação na Covilhã correu bem com os jogadores a enaltecerem o espírito de grupo que foi sendo construído no seio da nossa selecção.
Refira-se que depois do estágio em terras lusas, durante a competição na África do Sul, Portugal fica sedeado no Valley Lodge, em Magaliesburg –  o “quartel general” luso situa-se mesmo na fronteira com a província do noroeste – onde os jogadores têm todas as condições para que o Mundial corra bem.
Magaliesburg fica a meio caminho entre Joanesburgo e Pretória, duas das mais importantes cidades da África do Sul, e não muito longe de Durban, onde Portugal vai jogar.
Cristiano Ronaldo, o capitão da selecção portuguesa, é a estrela maior de um grupo formado por muitos craques. Deco, Simão, Nani, Ricardo Carvalho ou Liedson são apenas algumas das caras de um Portugal capaz de surpreender e, apesar de não estar no lote dos favoritos, assustar alguns dos habituais nomes quando se fala no título mundial.
E um deles é mesmo adversário de Portugal na 1ª fase da competição. A selecção portuguesa vai defrontar o Brasil no dia 25 de Junho, em Durban, num jogo onde o resultado pode até nem interessar nas contas finais do grupo onde também estão Costa do Marfim e Coreia do Norte. Se a nossa selecção somar duas vitórias frente à Costa do Marfim (15 de Junho) e Coreia do Norte (21 de Junho) no jogo com o Brasil pode nem ser preciso vencer para seguir em frente.
Brasil que é um dos grandes favoritos à vitória final. Com nomes como os de Júlio César, Maicon, Lúcio, Kaká, Robinho ou Luís Fabiano, o Brasil, que tem Dunga como seleccionador, esteve presente em todas as edições (19 com a da África do Sul) e não precisa de grandes apresentações. A par do Brasil, as grandes selecções candidatas são a Espanha (campeã da Europa), e as tradicionais Argentina, Itália, Alemanha e até a Inglaterra.
Portugal surge no segundo rol de candidatos apesar de chegar ao Mundial no 3º lugar do ranking FIFA.

Chuva de estrelas

No primeiro Mundial disputado em terras africanas vão estar presentes sete selecções campeãs do mundo: Brasil (cinco títulos), Itália (quatro), Alemanha (três), Argentina e Uruguai (ambos dois) e França e Inglaterra (os dois com um).
Um dado bastante curioso é o facto de o vencedor ser quase sempre do continente anfitrião – só o Brasil quebrou a “regra”, no Suécia 1958 e na Coreia do Sul/Japão 2002 – dado que ganha especial interesse pelo facto de a competição chegar pela primeira vez a África. Na África do Sul, a Europa vai ter 13 selecções – incluindo a portuguesa – a África seis, a América do Sul cinco, a Ásia quatro, a América do Norte, Central e Caraíbas três e a Oceânia apenas uma.
Vai ser um Mundial cheio de estrelas. Messi da Argentina tem sobre ele a pressão de chegar a África com o título de «melhor do mundo» mas muitos são os nomes que vão dominar estre Mundial. Xavi de Espanha, Wayne Rooney de Inglaterra, Ribéry de França, Drogba da Csota do Marfim, Kaká do Brasil, Eto’o dos Camarões,  Schweinsteiger da Alemanha, Sneijder da Holanda, Pirlo de Itália e, claro, Cristiano Ronaldo de Portugal são apenas alguns dos jogadores que prometem fazer deste Mundial um grande espectáculo.

Portugal também tem uma equipa de arbitragem

De realçar ainda a presença de Olegário Benquerença na lista dos 30 árbitros que vão estar na fase final do Mundial. É também uma vitória para a arbitragem portuguesa que, como se sabe, é muito criticada a nível interno. Olegário vai formar equipa com Bertino Miranda e José Cardinal que são os seus árbitros assistentes.

Ana Rita Almeida
ralmeida@mundoportugues.org

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