José Sócrates participa hoje no Rio de Janeiro, no III Fórum da Aliança das Civilizações. No segundo dia da visita oficial ao Brasil, o primeiro-ministro português participa ainda numa reunião com empresários portugueses interessados em investir naquele país.
Um grupo de responsáveis de duas dezenas de empresas – entre as quais a OGMA, a Cimpor, a Efacec ou a Esporão – manterá uma reunião de trabalho com o primeiro-ministro, tendo como pano de fundo o reforço das relações económicas com o Brasil. A ideia é a de juntar os empresários portugueses a elementos brasileiros responsáveis pela organização dos Jogos Olímpicos e do Campeonato do Mundo de futebol – eventos a decorrer no Brasil a partir de 2014 – para analisar possibilidades de negócio em especial nas áreas da construção, energia e electricidade. Num Brasil com vastos recursos petrolíferos e cada vez maiores necessidades de electricidade, empresas portuguesas da área da energia como a GALP, a EDP e a EFACEC traçaram objectivos ambiciosos para aproveitar as novas oportunidades.
Antes da reunião, porém, José Sócrates participa na sessão de abertura do III Fórum da Aliança das Civilizações – instituição presidida pelo ex-presidente português Jorge Sampaio – no qual fará uma intervenção. Terá também uma reunião com o secretário-geral das Nações Unidas e diversos encontros bilaterais com outros chefes de governo ainda por anunciar. Além de José Sócrates participam também na sessão de abertura chefes de governo como Lula da Silva ou Recep Erdogan (Turquia).
Sócrates defende investimento em Portugal
Durante um encontro com cerca de duas dezenas de empresários brasileiros e portugueses que decorreu ontem na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a maior entidade empresarial do Brasil, o primeiro-ministro de Portugal defendeu uma aproximação entre as grandes empresas portuguesas e brasileiras, no processo de internacionalização económica global.
“A minha ambição é que se aproveite este momento especial para o Brasil, de grande afirmação para sua economia, para estabelecer relações entre a comunidade empresarial portuguesa, ao nível das grandes empresas, com as grandes empresas brasileiras porque elas têm muito a ganhar nessa interacção para se afirmar na economia global”, disse José Sócrates.
O primeiro-ministro discutiu possibilidades de investimentos do Brasil em Portugal, um dos compromissos deixados pelo presidente brasileiro, Lula da Silva, na última Cimeira Luso-Brasileira, no dia 19 de Maio, em Lisboa. “O Brasil está a subir no concerto das nações, na sua importância geoestratégica, mas também está a se afirmar como economia forte”, disse Sócrates, que defendeu ser este o momento da economia brasileira “no seu esforço de internacionalização, perceber que um dos países mais convidativos ao investimento é Portugal”
José Sócrates esteve reunido com representantes da Votorantim e Camargo Corrêa, que recentemente adquiriram participações na Cimpor, Embraer, acionista da OGMA, Alpargatas (calçados), da CSN, controladora da Lusosider, e Cisa Trading. Participaram igualmente representantes da petrolífera estatal brasileira Petrobras, da Vivo, detida pela PT e Telefónica, do grupo Odebrechet, além de empresas portuguesas, como EDP, TAP, CGD, Cimpor e BPN.
O primeiro-ministro iniciou na quinta-feira, uma visita oficial de quatro dias ao Brasil e Venezuela, a pensar no reforço dos investimentos bilaterais.
Em Caracas, onde chegará na madrugada de sábado, Sócrates terá um encontro com o Presidente venezuelano, Hugo Chávez, após o qual serão assinados acordos cujo teor será divulgado apenas no decorrer da viagem. O primeiro-ministro também manterá um encontro com representantes da comunidade portuguesa na Venezuela. Em Caracas não há uma viagem organizada de empresários portugueses, mas “é natural que várias empresas procurem oportunidades de negócio” neste país também nas áreas da energia e electricidade, disse à Lusa fonte do gabinete do primeiro-ministro.