O Papa pediu hoje na sua homilia, na cidade do Porto, que os cristãos não se esqueçam de ser testemunhas, sublinhando que “o cristão é, na Igreja e com a Igreja, um missionário de Cristo enviado no mundo”, sem impor, mas propondo, levando a “a razão da esperança” a quem a pede, mesmo a “quem pareça que não”.
A missa nos Aliados, a terceira celebrada por Bento XVI na sua viagem de quatro dias a Portugal, integrou-se na dinâmica da «Missão 2010» que a Diocese do Porto está a viver, deixando o apelo à missão “chamados a servir a humanidade do nosso tempo”.
“Esta é a missão inadiável de cada comunidade eclesial: receber Deus e oferecer ao mundo Cristo ressuscitado, para que todas as situações de definhamento e morte se transformem em ocasiões de crescimento e vida”, sublinhou Bento XVI.
Falando para uma Avenida dos Aliados repleta que não desmobilizou apesar da chuva que se fazia sentir, Bento XVI realçou que as expectativas do mundo e o Evangelho se cruzam na “irrecusável missão” que compete aos cristãos, sem impor, mas propondo sempre.
“Nada impomos, mas sempre propomos, como Pedro nos recomenda numa das suas cartas: «Venerai Cristo Senhor em vossos corações, prontos sempre a responder a quem quer que seja sobre a razão da esperança que há em vós»”, acentuou o Papa, citando a Primeira Carta de São Pedro. Lembrou ainda que actualmente nada pode ser tomado como certo ou seguro e que o campo da missão não se restringe “segundo considerações geográficas”. “Hoje a Igreja é chamada a enfrentar desafios novos e está pronta a dialogar com culturas e religiões diversas”, acrescentou.
A missão é necessária também “nos âmbitos sócio-culturais e sobretudo nos corações que são os principais destinatários da actividade missionária”, concluiu.
Vermelho na missa do Porto
O vermelho domina a Missa que Bento XVI celebra nos Aliados, não só nas vestes dos diáconos, padres e bispos, mas também em todo o altar.
A cor foi escolhida para evocar a memória dos apóstolos no dia em que se assinala a memória de São Matias, que se juntou ao grupo original dos discípulos de Jesus após a morte de Judas.
Inspirado na Sé do Porto, o altar da Missa transpõe a planta da catedral para o espaço da eucaristia: a nave central equivale à Avenida dos Aliados. O fundo do altar é em madeira, aludindo à talha dourada barroca da Sé com um cenário que tem 27 elementos evocativos da Diocese, das 4 regiões pastorais e das 22 vigararias. Tem também uma clarabóia alusiva à cúpula da Sé que permite a entrada de luz e abre a zona do altar para o céu.
A cadeira do presidente da celebração (cátedra) está apoiada numa plataforma constituída por três degraus, em alusão à Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). O altar, de 39 por 12 metros, está instalado na Praça General Humberto Delgado, em frente ao edifício da Câmara Municipal, edifício que serve de sacristia e estrutura de apoio.