Cientistas portugueses lideram equipa que está a desenvolver tecidos inovadores

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A indústria europeia do sector têxtil apelou à ajuda de centros tecnológicos e unidades de investigação para
ultrapassar um desafio: desenvolver tecidos inovadores, amigos do ambiente, mais resistentes e confortáveis
do que os tecidos convencionais e mais competitivos. O objectivo é enfrentar a forte concorrência dos países
asiáticos, entre os quais a China. A equipa internacional é liderada por investigadores portugueses.

Em resposta ao problema, investigadores de seis centros tecnológicos de Portugal, Espanha e França reuniram-se em consórcio e avançaram, em Abril de 2009, para o projecto FIBNATEX – Produção e Valorização Técnica de Fibras Naturais para a Indústria Têxtil do Sudoeste Europeu – com o objectivo de desenvolver tecidos 100 por cento de fibras naturais de cânhamo para serem colocados à disposição das empresas do sector do vestuário, especialmente de vestuário técnico.
Liderado pelo CITEVE (Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário), implantado em Vila Nova de Famalicão, a área científica do projecto no que diz respeito à modificação das fibras, é coordenada por Ana Manaia, investigadora do Instituto Pedro Nunes (IPN) e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Em Espanha são parceiros os Centros Tecnológicos LEITAT e ASINTEC e, em França, o GIH – Groupement des Industries de l’Habillement e o ICAM – Institut Catholique d’Arts et Métiers Ecole d’Ingénieurs Département Matériaux.
Os investigadores, que utilizam fibras de cânhamo proveniente do Sul de França, estão optimistas com os primeiros resultados alcançados, “Ultrapassada a grande dificuldade em que consistia a extracção e separação, sem danos, das fibras longas do caule da planta do cânhamo (que pode atingir os quatro metros de altura), conseguimos transformar, com sucesso, essas mesmas fibras, ou seja, retirar o mau odor característico da planta, modificar a cor, aumentar a resistência à temperatura, e introduzir propriedades anti-bacterianas, entre outras variáveis o que é conseguido através da aplicação de revestimentos/filmes finos de diversos materiais”, declara a investigadora Ana Manaia.
Agora, os investigadores preparam-se para iniciar a fase de produção do fio e, posteriormente, “ é necessário optimizar o processo, realizar novos testes e estudos para se conseguir produzir um tecido que obedeça a todas as características estabelecidas pela indústria”. O projecto deverá ser concluído no próximo ano, com a apresentação de uma colecção de vestuário técnico (uniformes para médicos, bombeiros, astronautas e outros) e com a transferência tecnológica para a indústria do vestuário. Questionada sobre as expectativas das empresas, a investigadora do IPN / FCTUC revela que “estão duas mil e quinhentas empresas da Europa à espera dos resultados para implementar o novo tecido no mercado”.

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