Título de campeão do Benfica festejado no mundo inteiro

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9 de Maio de 2010 foi provavelmente o dia mais longo do ano para os adeptos do Benfica. Começou bem cedo, arrastou-se por noventa minutos de algum nervosismo, e durou até de manhã com a festa do título. Os festejos do 32º título do Benfica começaram em Lisboa, mas rapidamente se alastraram por todo o país. Fora de Portugal, a frase “Viva o Benfica” foi ouvida um pouco por todo o mundo com a festa dos emigrantes e luso-descendentes encarnados.

A festa foi sendo adiada nas últimas jornadas mas acabou por ser confirmada com a vitória do Benfica sobre o Rio Ave na última jornada do campeonato 2009/10.
Os golos de Oscar Cardozo fizeram estoirar a festa no Estádio da Luz, que se alastrou não só pela cidade de Lisboa, como também pelo país inteiro e pelo mundo, onde milhares de emigrantes benfiquistas festejaram o título de campeão nacional. De facto, os ecos da conquista encarnada chegaram a vários pontos do mundo, em particular aos países africanos de língua oficial portuguesa.
Em Maputo (Moçambique) toda a baixa foi entupida por adeptos encarnados. Em Luanda (Angola) a Baía ficou “vermelha” ao ser inundada por adeptos vestidos a rigor. Em Cabo Verde e em Macau a festa foi feita de madrugada (3 da manhã).
Em Paris (França) a caravana vermelha foi até ao Arco do Triunfo enquanto que o centro de Newark (EUA) foi paralisado com a festa dos portugueses.
Em Caracas (Venezuela) a animação encarnada foi sentida. E até em Dili (Timor-Leste) a festa foi rija.

Lisboa em festa

Depois do apito final no Estádio da Luz as ruas de Lisboa começaram a ficar vestidas de vermelho e branco. Dezenas de milhares de pessoas encheram o centro de Lisboa para festejar o 32.º título de campeão nacional de futebol do Benfica, para ver ao vivo os jogadores “encarnados”, que desfilaram de autocarro pela cidade.
Minutos antes de terminar o encontro da 30.ª e última jornada da Liga frente ao Rio Ave, já a estátua do Marquês de Pombal começava a ser ‘pintada’ de vermelho com cachecóis, bandeiras e camisolas do Benfica.
As ruas do centro da capital, cortadas ao trânsito pela polícia, foram “invadidas” por milhares de adeptos, desde crianças a graúdos, transformando a rotunda do Marquês de Pombal, a Avenida da Liberdade, Restauradores e a Avenida Fontes Pereira de Melo num verdadeiro ‘mar’ vermelho.
Enquanto não chegava o autocarro que trazia os jogadores do Benfica e que saiu do Estádio da Luz cerca das 22 horas, os adeptos foram festejando com os habituais cânticos do clube, e muitos comes e bebes à mistura. Às 23:20, após um desvio ao percurso, o autocarro “encarnado” apareceu vindo da Avenida Joaquim António Aguiar, em vez do Saldanha como estava inicialmente previsto, com os jogadores em festa no topo, com muita música à mistura, para o delírio do banho de multidão.
“Tínhamos toda a vontade de festejar o título, um título bem ganho, conquistado e merecido, e daí alegria das pessoas. Temos de participar nesta festa como o maior orgulho do mundo”, dizia o director desportivo Rui Costa. Lentamente, o autocarro panorâmico, com o treinador Jorge Jesus na frente, foi ‘rompendo’ pela multidão, com os jogadores a acenarem à multidão como verdadeiros heróis, enquanto agitavam bandeiras e cachecóis.
O autocarro continuou Avenida da Liberdade abaixo, passou pelos Restauradores, deu a volta no Rossio e regressou ao Marquês, praticamente três horas depois de ter saído da Luz, quando os adeptos já dispersavam depois de o fogo-de-artifício largado do topo do Parque Eduardo VII ter anunciado o fim da festa.
Mas ainda ficaram muitos adeptos na rua a festejar e de manhã ainda se viam muitos na estátua do Marquês de Pombal.

Madeira e Açores

De norte a sul do país a festa encarnada foi intensa. No Porto, os festejos arrancaram com alguns incidentes entre adeptos do Benfica e do FC Porto, mas depois correram sem problemas por toda a cidade.  Em Ovar ainda o jogo não tinha acabado e os carros já apitavam na rua. Na Figueira da Foz, a Avenida do Brasil foi passagem obrigatória dos adeptos eufóricos enquanto que em Coimbra, junto à Praça da República, a festa juntou-se ao Cortejo da Queima das Fitas. Em Setúbal, as ruas foram animadas pelos eufóricos e ruidosos adeptos encarnados. Em Leiria, centenas de benfiquistas fizeram a festa enquanto em que Faro a animação arrastou-se pela noite dentro.
O título do Benfica foi também festejado na Madeira e nos Açores.
As principais artérias da capital madeirense ficaram inundadas de adeptos encarnados, num festejo duplo que juntou também a qualificação europeia do Marítimo. A Avenida das Comunidades Madeirenses e o Largo do Município foram os locais para onde os adeptos convergiram, mas um pouco por todo o lado as comemorações fizeram-se sentir.
Também em Ponta Delgada a festa se fez sentir que se juntaram às grandiosas festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

NEWARK EM FESTA

Muitas centenas de benfiquistas luso-americanos acorreram para a emblemática «Portugal Avenue», em Newark, paralisando o centro de um dos maiores pólos da comunidade nos Estados Unidos com os festejos da conquista do campeonato nacional. Toda a Rua Ferry (ou Portugal Avenue) esteve praticamente paralisada devido à enorme afluência de carros cobertos de bandeiras ou cachecóis, buzinando incessantemente ou reproduzindo no rádio alguns dos hinos do clube lisboeta, de vidros abertos para o exterior. Foram muitas as camisolas que fizeram lembrar o malogrado Miki Feher. Desfilaram também alguns automóveis com os símbolos do Benfica pintados no capot e com os vidros escritos com a frase: Benfica Campeão 2009-2010.
Perante a festa generalizada alguns norte-americanos chegaram a  perguntar o porquê dos festejos, juntando-se depois à comemoração e tirando fotos.
A rua Ferry tornou-se ponto de confluência para os dois aglomerados de portugueses: a casa do Sport Newark e Benfica, numa ponta, e o Sport Clube Português, noutra, onde havia também alguns portistas a torcer pelo Braga. Num clima de boa disposição a festa acabou por ser do Benfica. “É de cinco em cinco anos, mas sabe ainda melhor”, exclamava um adepto dos encarnados no Sport Clube Português.

Festa em África

Em Moçambique e Angola a euforia da vitória do Benfica foi sentida com milhares de adeptos nas ruas a festejar. Em Maputo, as ruas da baixa ficaram entupidas com muito adeptos a dançar e a cantar. Centenas de carros e bandeiras do Benfica, cachecóis, camisolas e os gritos em coro de “campeões, campeões, nós somos campeões”, tornaram encarnada a baixa da capital de Moçambique.
Em Angola, uma maré de camisolas e bandeiras invadiu a Baia de Luanda. Por entre a euforia de centenas de adeptos algumas frases tornaram-se unânimes quando se tratava de definir o sentimento angolano após a conquista do título: “Foram muitos anos sem ganhar”.
Tal como nas cidades portuguesas, também na capital de Angola as caravanas automóveis se foram formando e, a medida que o tempo passava, poucas eram as artérias do centro da urbe onde as persistentes buzinas não se faziam ouvir.

Paris “vermelho”

O 32.º título do Benfica foi celebrado em Paris como “um bom arranque” para a Casa do Benfica na capital francesa. A festa dos benfiquistas passou depois para uma volta da praxe na Avenida dos Campos Elísios, subindo em caravana até ao Arco do Triunfo.
Em Macau, várias dezenas de adeptos do Benfica juntaram-se de madrugada para ver o jogo e às três da madrugada gritavam «Campeões, campeões, glorioso SLB».

JORGE JESUS
Nunca duvidei que iria ser campeão
«Nunca duvidei que iria ser campeão Antes de começar já acreditava que ia ser, depois de o campeonato começar e agora no final não tive dúvidas nenhumas, porque o Benfica era melhor. Senti que íamos ser campeões no último jogo. Aquilo que venci, no princípio da minha carreira, foi sempre no último jogo. Tinha um feeling que ia ser igual. A confiança era enorme porque a qualidade do grupo também.»

LUÍS FILIPE VIEIRA
Este é um título dos sócios
«Este é um título dos sócios, aliás sem eles nada disto seria possível. Este título é deles. Quando falo dos sócios, queria dizer que a nossa grande meta é chegarmos aos 300 mil sócios. (…) Este título que acabámos de conquistar não foi contra ninguém, foi conquistado com muito mérito e graças aos sacrifícios dos nossos jogadores. Este título deu-nos muito orgulho e obriga-nos a manter uma equipa muito competitiva»

LUISÃO
É possível terminar a carreira no Benfica

«É possível terminar aqui. Eu gostaria muito, já são muitos anos ao serviço do Benfica. (…) Julgo até que este título tem um sabor especial quando comparado com o outro que ganhámos em 2005»

JAVI GARCIA
Não há outros adeptos assim
«Estamos todos de parabéns e temos de dedicar esta conquista aos adeptos, pois adeptos como estes não há no Mundo. Este troféu também é deles»

DI MARÍA
Momentos difíceis
«Houve momentos difíceis, mas graças a Deus estou agora aqui a celebrar o título. Foi duro mas todos me ajudaram muito»

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