O Presidente da República, Cavaco Silva, homenageou a fileira do vinho no Baixo Alentejo e disse acreditar que o sector vitivinícola é “bom para a economia”, “turismo” e sobretudo para aumentar o prestígio do país através das exportações…
No encontro dos jovens enólogos, a presidente do Instituto do Vinho e da Vinha, Edite Azenha, afirmou que as estatísticas da exportação dos vinhos portugueses dos primeiro meses de 2010 indicam que o “comportamento está a ser positivo” em relação a 2009. Para aumentar o prestígio dos vinhos portugueses, Edite Azenha apresentou a recentemente criada marca “Vinhos de Portugal” e afirmou que o objetivo é “posicionar os vinhos ao nível internacional através da exclusividade e da distinção”.
“Queremos que esta marca seja agregadora e coloque os valores das castas, das regiões, produtores e enólogos em evidência”, declarou Edite Azenha, acrescentando que a intenção é que a marca seja retido por todos a nível nacional e internacional.
Portugal exporta, anualmente, cerca de 600 milhões de euros em vinho.
País deve aumentar produção de bens
O Presidente da República afirmou-se “nada surpreendido” com a crise que Portugal enfrenta e defendeu que o país deve aumentar a produção de bens e serviços transaccionáveis no exterior para reduzir a necessidade de financiamento externo. Questionado sobre se a crise no país é maior do que se esperava, Cavaco Silva recordou o que tem escrito e dito “há muito tempo” e afirmou não estar “nada surpreendido”. “Como eu tenho dito e escrito há muito tempo, Portugal tem de trabalhar para reduzir as necessidades de financiamento do exterior, porque se não precisar de pedir empréstimos no estrangeiro não tem de se preocupar com as palavras das agências de ‘rating’”, sublinhou o chefe de Estado.
Cavaco Silva defendeu que o país deve “favorecer o aumento da produção de bens e serviços transaccionáveis, em detrimento daqueles que não são transaccionados nos mercados internacionais”, sob pena de não solucionar as dificuldades definitivamente.
“Se não formos por aí, os problemas não se resolvem. Vão e voltam”, sublinhou.
O Presidente da República, por sua vez, manifestou no encerramento da 27ª edição da Ovibeja o seu apoio aos agricultores portugueses. Cavaco referindo que “nunca como hoje o país precisou tanto dos agricultores”, apelando para que os agricultores portugueses contribuam para a resolução dos problemas e dificuldades do sector e alertou para o consumo de produtos nacionais de modo a aumentar as exportações e a diminuir as importações. Cavaco Silva, afirmou-se empenhado em conseguir que Portugal ultrapasse a crise com os menores custos possíveis, principalmente para os trabalhadores, “que não sejam atingidos muito fortemente pelo desemprego”. “A minha preocupação é defender os interesses dos portugueses, os actuais e os futuros, e o meu desempenho está muito, neste momento, em conseguir que Portugal ultrapasse a crise com os menores custos possíveis, principalmente para os trabalhadores, que não sejam atingidos muito fortemente pelo desemprego”, afirmou.
Estas declarações do chefe de Estado foram proferidas durante uma visita à vila raiana de Barrancos (Beja), onde inaugurou um parque empresarial e cine-teatro e conheceu a Barrancarnes, uma empresa produtora de presunto pata negra, um produto com Denominação de Origem Protegida (DOC). Garantindo que o seu trabalho é, actualmente, “o de ajudar à recuperação económica do país e à criação de empregos”, Cavaco Silva manifestou a esperança de que os múltiplos contactos que tem feito de norte a sul do país “incentivem o empreendedorismo para a criação de empregos”. Por outro lado, advertiu, “é preciso que os portugueses estejam conscientes que este é um tempo que exige sentido de responsabilidade de todos”. “Mas, ao mesmo tempo, confiança nas nossas capacidades e eu tenho confiança nas capacidades dos portugueses”, sublinhou.