A Supercorte, empresa que fabricou as fardas para o Pavilhão Português da Expo Xangai, é especializada na produção de camisas para marcas de topo, que chegam ao mercado a custar milhares de euros.
À fábrica de Paços de Ferreira, chegam pequenas encomendas de marcas de renome, como Givenchy, Paul Smith ou Karl Lagerfeld, que se habituaram a encontrar na empresa portuguesa resposta às exigências de qualidade e de detalhe. Uma das últimas encomendas, de quatro camisas, implicou uma semana a cravejar manualmente centenas de peças metálicas, o que resultou no preço de cada camisa, à saída de fábrica, de cerca de dois mil euros. O director de produção, Rui Costa, disse à Lusa que “as camisas produzidas pela Supercorte têm um preço de comercialização desde 200 euros”, escusando-se a fixar um preço máximo, sendo frequente vê-las vestidas por actores e cantores famosos. A totalidade da produção destina-se aos mercados externos, com a França e Inglaterra a absorver metade da produção, que gera um volume de negócios anual de dois milhões de euros. Escandinávia, Holanda, Itália, Bélgica, Irlanda, Alemanha são o destino da restante produção da empresa, detida por um investidor alemão a residir em Portugal, que emprega 160 trabalhadores sobretudo mulheres. Em declarações à Lusa, Rui Costa avançou que, depois de, em 2009, ter havido uma quebra nas vendas de cerca de 15 por cento, “a maioria dos clientes estão a retomar as encomendas dos anos anteriores”. A produção das fardas para o Pavilhão de Portugal na Expo Xangai – que já arranca e decorre até 31 de Outubro – foi encarada como uma possibilidade de “ganhar notoriedade em termos internacionais”. Rui Costa admite a possibilidade da Supercorte vir a subcontratar à China o fabrico de grandes encomendas, a que hoje a empresa não consegue dar resposta. “Se conseguirmos um parceiro na China que nos produza outro tipo de produtos e de quantidades, permitiria baixar o custo das camisas mais básicas e apostar nas de maior valor acrescentado, porque o caminho da especialização fez com que perdêssemos a capacidade de responder a grandes encomendas”, acrescentou. Desde a criação, na década de 1960, os clientes da Supercorte foram procurados no mercado externo e, segundo Rui Costa, “começam agora a chegar contactos do mercado nacional”. Há dois anos, a empresa foi comprada por um investidor alemão a viver em Portugal, que manteve a estratégia de produzir para marcas, em regime de private label’, e a vocação internacional com incidência na Europa Ocidental.
Pavilhão de Portugal
Registe-se que o Pavilhão de Portugal na Expo 2010 Xangai vai ter uma área de 2 mil metros quadrados e apresenta uma fachada revestida de cortiça, material nacional, reciclável e ecológico. Trata-se de um exemplo de inovação e de boas práticas ambientais que potenciam a imagem de Portugal na maior Exposição Universal alguma vez realizada.
Pavilhão de Portugal
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