O novo espaço do acervo Berardo, intitulado Aliança Underground Museum, foi inaugurado em Sangalhos, Anadia, reunindo sete colecções de arte nos túneis das Caves Aliança, onde repousam vinhos há mais de 70 anos…
O novo espaço do acervo Berardo, intitulado Aliança Underground Museum, inaugurado, reúne sete coleções do espólio do empresário em cerca de quilómetro e meio de túneis das caves Aliança onde repousam vinhos há mais de 70 anos.
O comendador Joe Berardo defendeu , durante a inauguração do Aliança Underground Museum, em Sangalhos, Anadia, o reforço da aposta nacional na Cultura, argumentando que, no nosso país, não devem existir limites numa intervenção dessa natureza. “Portugal não deve ter limites para apostar na cultura. Espero que os políticos transformem o nosso país num centro cultural mundial”, disse Joe Berardo.
Perante o secretário de Estado da Agricultura e Pescas, Luís Vieira, que presidiu à sessão, Joe Berardo classificou de “fundamental” a aposta na cultura, aludindo ao exemplo francês. “O senhor secretário de Estado, quando vai a França, vai em trabalho, não vai por causa das francesas. Deve ir por causa da Cultura, vai ver os museus”, brincou. “O futuro do nosso país depende de melhorarmos a cultura, é a melhor maneira de atrairmos gente com dinheiro”, disse.
Intervindo na sessão, perante várias centenas de convidados, Luís Vieira sublinhou o “casamento feliz entre o vinho e a cultura”, reportando ao novo espaço museológico e o acervo “fantástico” ali reunido por Joe Berardo.
O quarto espaço museológico do espólio do comendador Berardo no País, que se junta ao Museu Colecção Berardo (CCB), Sintra Museu de Arte Moderna e Museu Monte Palace (Madeira), alberga obras de arte africana, azulejaria, cerâmica, minerais e fósseis.
Já o logótipo do Aliança Undergroud Museum remete para a imagem de marca do metropolitano de Londres – o círculo vermelho atravessado por uma faixa azul com o termo Underground – comparando-o aos 7500 metros quadrados dos túneis subterrâneos das Caves Aliança onde o museu está instalado. “Somos caves e temos o símbolo do Metro de Londres. Para ficarmos no mapa mundial era o metro de Londres pôr-nos em tribunal”, desafiou Joe Berardo. Disse que tal cenário, a verificar-se, seria “boa publicidade”. Eduardo Medeiro, administrador da Aliança Vinhos de Portugal, realça a “dimensão surpreendente” do espaço, frisando que “arte e vinho casam muito bem um com o outro”.
“Ao virar de uma esquina o visitante pode dar de caras com um par de barricas ou com uma obra de arte de que não estava à espera. Produz um efeito surpresa nas pessoas”, declarou.
O quarto espaço museológico do espólio do comendador Joe Berardo no País, que se junta ao Museu Colecção Berardo (CCB), Sintra Museu de Arte Moderna e Museu Monte Palace (Madeira), alberga obras de arte africana, azulejaria, cerâmica, minerais e fósseis.
Segundo uma nota do Aliança Underground Museum, o conjunto de fósseis que vai ficar exposto é um “extraordinário património paleontológico com mais de 20 milhões de anos”, que inclui fósseis de rinocerontes, conchas, plantas ou peixes, entre outros, à qual estão associadas “largas dezenas” de madeiras petrificadas provenientes da Argentina.
Por seu turno, na colecção arqueológica, o museu apresenta um conjunto de figuras em terracota com cerca de 1500 anos, provenientes da antiga cultura Bura-Asinda-Sika, do Níger, África. No espaço dedicado à Arte Etnográfica Africana encontram-se estátuas, máscaras, armas, artigos de joalharia e utensílios do quotidiano.
O continente africano está ainda representado pela Escultura Contemporânea do Zimbabué, um acervo de esculturas em pedra que reúne obras modernistas da comunidade de escultores de Tengenenge, com origem nos inícios da década de 60 do século passado.
Outra ala da exposição remete para a Cerâmica das Caldas da Rainha, concretamente para peças “raras e originais dos chamados período arcaico ao pós-bordaliano”, que inclui cerâmica tradicional do século XX produzida por Rafael Bordalo Pinheiro e Manuel Cipriano Gomes.
Outra colecção, a de Azulejos, propõe diversos exemplares, produzidos entre o século XVIII e a actualidade, na sua grande maioria de origem portuguesa e francesa, enquanto a colecção de minerais é composta por várias centenas de amostras – ametistas, calcites, moscovites, variedades de quartzo ou turmalinas – provenientes, em grande maioria, do Brasil.
O logótipo do Aliança Undergroud Museum remete para a imagem de marca do metropolitano de Londres – o círculo vermelho atravessado por uma faixa azul com o termo Underground – comparando-o aos 7.500 metros quadrados dos túneis subterrâneos das Caves Aliança onde o museu está instalado.