Vários eurodeputados tiveram que viajar hoje de carro para Lisboa, enquanto outros temem que o encerramento do espaço aéreo belga os obrigue a arranjar programa para o fim-de-semana, tudo por causa da erupção, na quarta feira de manhã, de um vulcão na Islândia.
Os eurodeputados socialistas Edite Estrela, Correia de Campos e Capoulas Santos decidiram viajar de carro para Lisboa, depois de a Bélgica ter decidido manter o espaço aéreo encerrado pelo menos até às 16 horas de hoje (15h de Lisboa).
“Estamos a caminho de carro, os aeroportos estão fechados, os comboios estão esgotados…”, disse Edite Estrela à Lusa, acrescentando que os três tinham compromissos a cumprir em Lisboa.
Saíram de Bruxelas de manhã cedo, prontos para enfrentar uma viagem de 20 horas ao volante de um automóvel. “Ainda não decidimos se fazemos a viagem directa ou se paramos para dormir no caminho”, acrescentou a eurodeputada, sublinhando que o lugar de condutor irá rodar por todos.
Já Carlos Coelho (PSD) espera que o vento mude de direcção e afaste as cinzas vulcânicas dos céus do Norte da Europa. Encarando a situação com humor, considerou que a situação “é a expressão da globalização: um vulcão na Islândia afecta milhares de pessoas em todo o mundo”.
Questionado sobre se já fez planos para o fim-de-semana, Coelho sublinhou ter esperança que as cinzas se afastem e os aviões possam voar. “É aborrecido, mas compreende-se. É melhor ser prudente do que ter aviões a levantar voo e a cair por causa de problemas nas turbinas”, disse.
Na mesma situação estão, pelo menos, os seus colegas de bancada Maria da Graça Carvalho e Nuno Saraiva. Já Diogo Feio (CDS-PP) não acusa qualquer transtorno, dado que tinha já planeado passar o fim-de-semana em Bruxelas.
A Comissão Europeia recordou na quinta-feira que os passageiros afectados pela nuvem de cinzas vulcânicas mantêm os seus direitos, nomeadamente a receber informação da companhia aérea, a escolher entre o reembolso das passagens ou a alterar as datas da viagem e ainda a alojamento e refeições. Dado que as circunstâncias são excepcionais e as perturbações não podem ser imputadas à companhia aérea, não há lugar a qualquer indemnização.