O administrador finanaceiro da TAP Michael Connoly classificou como “um resultado muito positivo” as prejuízos de 3,5 milhões de euros da companhia em 2009, ressalvando que a recuperação face às perdas de 285 milhões em 2008 aconteceram “numa conjuntura péssima” do sector. Porém as vendas de bilhetes no estrangeiro registaram um aumento de 119%…
Considerou ainda que este “não o momento mais acertado” para falar de um aumento de capital na empresa, apesar de reconhecer que a companhia “precisa há muito tempo de uma recapitalização”. “
A empresa precisa há muito tempo de uma recapitalização, o que também precisamos é de ter a sensibilidade do momento – as dificuldades que o ano de 2009 trouxe para o país. A minha análise, é que este não o momento de falar nesse assunto”, explicou Fernando Pinto. “Precisamos de ter um crescimento, ter retorno e ver no momento certo o que será a decisão do accionista”, sublinhou.
Fernando Pinto acrescentou ainda que apesar dos prejuízos consolidados de 3,5 milhões de euros no ano passado, os resultados operacionais da TAP SGPS ascenderam a ganhos de 47,6 milhões de euros em 2009, face a uma quebra de 198 milhões de euros no ano anterior.
“Fica bem claro a mudança drástica nesta empresa. Não há milagre aqui, há muito trabalho”, acrescentou o presidente da companhia. De acordo com a empresa, os proveitos operacionais desceram 11 por cento, dos 2,16 mil milhões de euros em 2008 para os 1,92 mil milhões no ano passado. Ainda assim, explica a TAP, esta descida “foi compensada pela redução no preço do combustível, que representou 294 milhões de euros”.
A TAP acrescenta que ao longo de 2009 reduziu os custos em 201 milhões de euros, “permitindo à TAP, SA alcançar os lucros de 57 milhões”. O resultado operacional, que tinha sido de 156 milhões de euros negativos em 2008, passou a positivo no ano passado, ascendendo a 65 milhões de euros.
Maior exportadora nacional
“Empresa é hoje a maior exportadora nacional”, avançou Fernando Pinto, citando os 1,4 mil milhões em vendas no exterior e ultrapassando a Galp Energia, anunciou o presidente da companhia aérea.
Fernando Pinto, disse que este resultado se deve à “evolução do peso da venda de passagens da TAP” realizada nos últimos anos. “As vendas de bilhetes de avião no mercado português cresceram 47 por cento desde 2000, mas no mercado estrangeiro cresceram 119 por cento desde o mesmo ano” e verificando-se uma “aceleração do crescimento nos últimos anos”, sublinhou.
Além dos ganhos com exportações conquistados pela transportadora nacional, este é um encaixe que se estende à vasta rede de fornecedores portugueses com que a TAP trabalha. Com 7,6 milhões de cafés, mais de 1,3 milhões de cervejas, águas e sumos e perto de 600 mil garrafas de vinho vendidas a bordo dos seus aviões durante um ano – tudo de empresas como a Delta, Compal/Sumol ou Central de Cervejas – “só a TAP assegura mais de 4 milhões de euros de encaixe para os fornecedores nacionais”.
Este valor inclui ainda os gastos da TAP com copos e talheres, louça, papéis ou uniformes, também de fornecedores portugueses.