A marca hi.global agrupa oito empresas industriais e exportadoras voltadas para o sector da hotelaria foi apresentada, no Pestana Palace Hotel, em Lisboa, na presença do primeiro-ministro, José Sócrates, e do ministro da Economia, Vieira da Silva.
Por iniciativa de oito empresas nacionais produtoras de bens e serviços transaccionáveis, foi apresentado o cluster industrial português para o sector hoteleiro, que no mercado mundial vai operar sob a marca hi.global®. Focado na exportação, visa afirmar a qualidade dos produtos e serviços nacionais para hotelaria à escala global, posicionando Portugal como “fornecedor de soluções premium junto das mais exigentes cadeias internacionais” de hotéis e restaurantes, salienta António Augusto Rocha, presidente da sociedade que dá suporte legal ao projecto, a LineFriends.
A apresentação do cluster foi feita por António Augusto Rocha, presidente da Viriato Móveis e da LineFriends- Hospitality Industry Cluster – a primeira associação deste grupo de empresas, realizada no ano passado e formalizada este ano, com o objectivo de “potenciar sinergias, partilhar recursos, optimizar soluções e acrescentar valor à oferta individual de cada parceiro”.
O mérito empresarial e económico da iniciativa é reconhecido pelas autoridades governamentais portuguesas e traduziu-se nas presenças do primeiro-ministro, José Sócrates, e do ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, José António Vieira da Silva, na cerimónia de apresentação pública do cluster, bem como do secretário de estado do turismo- Benardo Trindade, e do Director do Turismo de Portugal. Trata-se de um projecto agregador de oito empresas privadas de vocação exportadora que desenvolvem negócios complementares entre si e que, no conjunto, empregam em todo o mundo mais de 3.000 pessoas, sendo responsáveis por uma facturação agregada que ultrapassa os 200 milhões de euros.
Estamos a referir-nos à Amorim Revestimentos (revestimentos à base de cortiça), à Cifial (torneiras e acessórios de casa de banho, louça cerâmica sanitária, ferragens, fechaduras e sistemas de controlo de acessos), à Costa Verde (porcelanas), à Lasa (têxteis-lar), à Lusotufo (revestimentos têxteis para decoração), à Molaflex (colchões e complementos), à Recer (pavimentos e revestimentos cerâmicos) e à Viriato (mobiliário e serviços de decoração para hotelaria).
Estas oito empresas associaram-se em 2009 e criaram em Janeiro passado a LineFriends – Hospitality Industry Cluster, que os profissionais hoteleiros passarão a conhecer pela marca hi.global, um dos seus principais activos nesta fase de arranque. O objectivo fundamental da sociedade é oferecer à hotelaria e restauração mundiais “soluções integradas de produtos e serviços em condições competitivas e com relevante incorporação industrial portuguesa”, destaca o seu presidente.
Desta forma, o investimento e o risco de cada parceiro é menor, a rede comercial passa a ser trabalhada numa lógica comum, as estratégias de marketing e de investigação e desenvolvimento incorporam o know how de cada um, visando responder “chave na mão” às necessidades da procura, e o serviço prestado ao cliente final passa a ser uma vantagem competitiva mais tangível.
Fornecedor de fileira turística mundial
A empresa Viriato Móveis, por exemplo, já equipou e decorou alguns dos melhores hotéis das mais caras cadeias hoteleiras do Mundo e anunciou, em Outubro passado, a construção de uma fábrica de móveis em Angola, onde abriu também uma “showhouse” para expandir em África.
O Primeiro-Ministro afirmou que a constituição do cluster industrial português para o sector hoteleiro «hi.global» é um exemplo de parceria entre empresas que deverá ser seguido noutros sectores, de forma a potenciar as exportações de produtos e serviços portugueses. José Sócrates presidiu, em Lisboa, à apresentação deste cluster, que tem como meta posicionar-se como fornecedor de soluções chave-na-mão às mais importantes cadeias internacionais de hotéis. “Para as empresas que o constituem, a riqueza deste cluster vai muito para além do volume de negócios.
Há potenciais ganhos de competitividade a considerar e o factor de diferenciação da concorrência pode aumentar muito. Estou em crer que, individualmente, as oito empresas ganharão em dimensão e inovação, passarão de si próprias uma imagem de grande modernidade, ajustarão o seu posicionamento no mercado internacional e passarão a beneficiar de um certificado de competências muito importante no mundo dos negócios de hoje, que é ser fornecedor premium da fileira turística mundial”, destaca António Augusto Rocha, que preside à Viriato Hotel Concept e é já, há vários anos, um fornecedor de referência internacional neste sector.
O cluster hi.global terá, por isso, um impacto positivo em toda a cadeia de valor das empresas industriais que o integram, quer pelo aumento das exportações quer pela actualização das suas linhas de produção, o que terá reflexos ao nível da manutenção e da criação de emprego. O objectivo é alargar o âmbito e enriquecer a oferta do cluster, para responder às necessidades do sector da hotelaria e restauração em áreas como iluminação, tintas e energias renováveis.
Oito parceiros que facturam 100 milhões de euros
Para tanto, propõe-se dinamizar as redes comerciais das empresas envolvidas no projecto e potenciar as sinergias entre elas, através de uma equipa de gestão e de marketing própria e de uma plataforma electrónica avançada que lhe permita manter uma elevada interactividade com a força de vendas ao seu dispor e com os operadores hoteleiros. Este modelo de negócio inovador, suportado numa plataforma internet colaborativa, contribuirá para uma “melhoria significativa nos processos organizacionais” de cada um dos oito parceiros e para “antecipar respostas e acompanhar as dinâmicas da procura”, realça António Augusto Rocha.
António Freitas
afreitas@mundoportugues.org