O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, e o chefe das Forças Armadas, Zamora Induta, foram feitos reféns por militares hoje de manhã na capital guineense, noticiou a Agência Lusa. Carlos Gomes Júnior já terá, entretanto, sido reconduzido ao seu gabinete
Entretanto, há uma hora atrás, o secretário Estado das Comunidades Portuguesas, informou que os portugueses residentes naquele país estão bem e não há registos de incidentes. “Todos os portugueses estão bem”, disse António Braga à Agência Lusa, acrescentando que está a “acompanhar a situação”.
Na mesma altura, a Lusa informava que primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, já tinha sido reconduzido por militares para o seu gabinete no Palácio do Governo, e estava reunido com oficiais superiores na presença de alguns membros do Governo. Em frente à sede do Governo, começam a juntar-se centenas de pessoas que dirigem palavras de solidariedade para com o chefe de Governo e palavras de repúdio aos militares. “Não queremos mais golpes de estado”, é uma das palavras de ordem, refere ainda a Lusa, citando fontes governamentais.
Primeiro-ministro ameaçado
Há minutos, durante uma conferência de imprensa, o vice-chefe das Forças Armadas, António Indjai, ameaçou matar o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, caso a população que se encontra reunida em defesa do chefe do executivo não abandone as ruas.
“Digam à população para abandonar as ruas, que voltem para as suas casas, senão vou matar Cadogo [Carlos Gomes Júnior]”, disse em crioulo António Indjai, trajado com farda de gala, durante uma conferência de imprensa terminada há poucos minutos no quartel general em Bissau.
Durante a conferência de imprensa, dirigida pelo ex-chefe da Armada, Bubo Na Tchuto, foi confirmada a detenção do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Zamora Induta.
O Presidente guineense, Malam Bacai Sanhá, encontra-se no seu gabinete na Presidência e não foi envolvido nas movimentações militares desta manhã em Bissau, acrescenta a Lusa.
Residem oficialmente na Guiné-Bissau 2.208 portugueses, estando a maioria concentrada em Bissau.