São cerca de cinco milhões os portugueses que vivem além fronteiras. Somos ao mesmo tempo um país de acolhimento. Estes factos indicam uma significativa baixa nas estatísticas, em relação ao desemprego e um considerável volume de remessas que em décadas anteriores teve um papel fundamental no equilíbrio das contas externas portuguesas, tábua de salvação da nossa economia. As estatísticas referem quase meio milhão de desempregados, e são facilmente esquecidos aqueles que demandaram a Pátria para viver e trabalhar; senão, muito mais desempregados, Portugal registaria.
As famosas remessas dos emigrantes ultrapassam os Fundos Comunitários! Avultadíssimas somas – cerca de seis milhões de euros por dia – entram nos cofres da nação, sem que nada ou muito pouco, seja perceptível na sociedade portuguesa. Boa parte desse capital, investido a nível local, em parceria com as autarquias, provocaria um real crescimento e desenvolvimento regional.
Os emigrantes, é disso que falamos, são, por natureza, exportadores de mão de obra bem paga para a nação portuguesa, consumidores de uma economia alimentar portuguesa no estrangeiro. Estes factos deviam fazer corar alguns, quando ousam «propagandear» os “feitos heróicos” dos portugueses no mundo. Sinal dos tempos e outros constrangimentos, assistimos – e as notícias logo referem – a uma considerável quebra no envio de remessas para Portugal, nos últimos anos.
Tal facto deve-se entre outros, ao investimento feito localmente. Hoje, a grande maioria dos emigrantes tornaram-se donos das suas casas e outros bens, no país de acolhimento. Investir em Portugal deixou de ter o mesmo interesse, que há uns anos atrás. Declaradamente o governo português precisa inverter algumas situações e isso não se faz com palavreado ou acções de campanha eleitoral. É preciso criar incentivos que levem quem emigra, ou quem é residente fora de Portugal a que continue a investir no país.
É necessário da nossa parte que continuemos cada vez mais a preferir produtos alimentares portugueses, a comprar o que vem de Portugal, pois desta forma estamos a ajudar a economia da nossa terra, a empresa local que emprega gente por vezes da nossa família e que desta forma não terá que fazer como nós.
Ao contrário de muitos que nunca emigraram e que compram produtos estrangeiros em Portugal, pois estamos numa economia aberta, devemos ser patriotas e dar primazia ao que nos fazem chegar e que tão boa qualidade tem.
Vai ser preciso redobrar esforços, valorizar, reconhecer, incentivar…
Portugal precisa de todos os seus filhos, e os governos tem que dar a devida atenção aos que residem no país e a cerca de outra metade que está fora!
MANUEL COELHO
Residente e leitor em França
Temos ser ainda mais patriotas
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