As cenas de violência mancharam o que devia ter sido um dia de festa mas quando a bola começou a rolar o Benfica partiu para uma exibição que apesar de menos fulgurante bastou para bater o FC Porto e conquistar a Taça da Liga. No final foi o Benfica que, com muito mérito, levantou a Taça.
Aí está o primeiro troféu do Benfica da era de Jesus.
Num jogo que começou intenso, com um FC Porto a arrancar bem na partida, acabou por ser o Benfica a fazer a festa logo aos dez minutos. Ruben Amorim rematou fraco a uns 30 metros da baliza, todo o estádio pensou que não havia perigo para os azuis-e-brancos, mas Nuno deixa escapar a bola que acaba por balançar as redes portistas. Os adeptos do Porto tinham acabado de assistir a um «frango» de Nuno, que nem queria acreditar no que lhe estava a acontecer.
As bancadas vermelhas explodiam de alegria, mas a tensão subia em campo. O Benfica assumiu o controlo do jogo, fez uma gestão perfeita do esforço e assistiu a um adversário perdido em campo, com os nervos à flora da pele e para quem muitas vezes o objectivo passava por “bater” no adversário em vez de tentar o golo. Os casos mais flagrantes foram os de Bruno Alves e Raúl Meireles, mas a verdade é que toda a equipa mostrou-se intranquila e nervosa. Os “encarnados” chegaram ao intervalo a ganhar por 2-0, com um golaço de Carlos Martins, aos 45 de livre directo. Já o terceiro golo do Benfica foi marcado pelo avançado paraguaio Óscar Cardozo, aos 92 minutos numa recarga à boca da baliza.
A festa explodiu com o apito final de Jorge Sousa que teve um jogo agitado mas tentou resolver sempre as situações sem grande polémica.
Muitos titulares de fora
O portista Silvestre Varela foi o grande ausente dos azuis-e-brancos na partida, depois de fracturar o perónio esquerdo no treino do dia anterior ao do jogo. Varela está também assim impossibilitado de representar Portugal no Mundial de 2010, sonho que alimentava.
O jogador formado no Sporting estava a efectuar uma época de grande nível e o seleccionador luso, Carlos Queiroz, convocou-o para o último particular antes da divulgação da lista dos 23 eleitos para a fase final.
Jesualdo Ferreira viu assim o seu esquema limitado pelas lesões de Mariano e Varela, optando por um esquema em losango no meio-campo, com Fernando e Ruben Micael no meio-campo e Raul Meireles e Bellushi nos laterais, com o argentino a “abrir à direita”.
Já Jorge Jesus deu-se ao luxo de deixar no banco quatro titulares indiscutíveis, Javi Garcia, Ramires, Saviola e Cardozo, explorando o momento alto que a equipa vive em termos de autoconfiança e motivação depois da eliminação do Marselha nos oitavos de final da Liga Europa.
Refira-se que esta foi a primeira edição da Taça Carlsberg que não se decidiu no desempate por grandes penalidades, depois de o Vitória de Setúbal e o Benfica terem derrotado o Sporting desta forma nas finais das épocas de 2007/08 e 2008/09.
Ficha do jogo
BENFICA 3 x 0 FC PORTO
Assistência: 23 430 espectadores
Árbitro: Jorge Sousa (Porto)
Benfica
Quim
Maxi Pereira
Luisão
David Luiz
Fábio Coentrão
Airton
Ruben Amorim
Carlos Martins (Ramires, 67’)
Pablo Aimar (Saviola, 62’)
Di Maria
Alan Kardec (Cardozo, 77’)
Suplentes não utilizados: Moreira, Javi Garcia, Nuno Gomes e Sidnei
FC Porto
Nuno
Miguel Lopes (Fucile, 46’)
Rolando
Bruno Alves
Álvaro Pereira
Fernando
Raul Meireles
Ruben Micael (Valeri, 46’)
Belluschi (Orlando Sá, 71’)
Cristian Rodriguez
Falcão
Suplentes não utilizados: Beto, Guarín, Maicon e Tomás Costa
Marcadores: 1-0, Ruben Amorim, 10 minutos; 2-0, Carlos Martins, 45 minutos; 3-0, Cardozo, 92 minutos.
Acção disciplinar: cartão amarelo para Miguel Lopes (10’), Bellushi (38’), Maxi Pereira (39’), Bruno Alves (46’),
Aimar (46’), Raul Meireles (51’), Fábio Coentrão (85’) e Ramires (89’).
