Madeira: Obras apagam marcas do temporal

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O restabelecimento da relação institucional entre os Governos central e regional, uma onda de solidariedade sem precedentes e a capacidade de reconstrução dos madeirenses são as marcas do temporal que assolou a Madeira há um mês e poucos dias.

A ilha viveu no dia 20 de Fevereiro, um dos piores momentos da sua história ao ser assolada por uma intempérie que provocou 43 mortos, oito desaparecidos, 120 feridos, 600 desalojados e avultados danos materiais. No dia 20 de Fevereiro, a meio da manhã, depois de uma noite chuvosa, a população foi surpreendida por fortes correntes de lama que inundaram o Funchal, arrastando pedras de grandes dimensões e entulhos que causaram o caos na capital madeirense. Esta situação estendeu-se a outras localidades da ilha, sobretudo na zona oeste, nos concelhos da Ribeira Brava e Ponta do Sol. As fortes torrentes das ribeiras arrastaram tudo o que encontraram pelo caminho, pessoas, carros, casas, estradas, pontes, postos de comunicações e de electricidade e terrenos agrícolas, deixando um vasto rasto de destruição. O Funchal ficou intransitável, as redes de comunicações entraram em colapso e a via rápida que liga as extremidades da ilha foi encerrada.
Começaram a surgir as notícias e imagens que davam conta que a Madeira estava a sofrer uma grande catástrofe natural e o clima de desespero para contactar os parentes e amigos através dos telemóveis que não funcionavam, instalou-se. Derrocadas, populações isoladas, desabamento de casas, viaturas e pessoas arrastadas pelas enxurradas, parques de estacionamento inundados, centenas de desalojados colocados em centros de acolhimento foram informações que passaram a ocupar os noticiários.
Numa demonstração de solidariedade para com os madeirenses, nesse dia, o primeiro ministro deslocou-se à Madeira para observar os estragos e anunciar as primeiras medidas de apoio, marcando uma nova era no relacionamento entre José Sócrates e Alberto João Jardim. O presidente do Governo madeirense disse que precisava dos “machados e enxadas para reconstruir a ilha” e Sócrates garantiu total solidariedade do Estado à região.   Seguiram-se as visitas do Presidente da República, Cavaco Silva, de vários ministros, do comissário europeu para o Desenvolvimento Regional e do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
Depois do primeiro impacto, a reconstrução passou a ser palavra de ordem, uma tarefa que envolveu toda a comunidade para restabelecer a normalidade, incluindo o Exército que transportou para a Madeira uma ponte para acabar com o isolamento da Fajã da Ribeira, na Ribeira Brava, que tem sido reconhecida por todos os que visitam a ilha Três dias depois, alguns comerciantes reabriram os seus negócios e medidas de apoio começaram a ser anunciadas.

400 mil árvores para reflorestação da ilha

O secretário do Ambiente e Recursos Naturais da Madeira, Manuel António, revelou que o Governo Regional acaba de adquirir, nas serras do Funchal, mais 25 parcelas de terreno, de 332 hectares, no valor de 674 mil euros. “Essa posse permitirá o arranque, ainda este ano, dos trabalhos de plantação de mais 400 mil árvores, num investimento de cerca de 4,3 milhões de euros, com apoios Comunitários e do Orçamento Regional e conclusão prevista para 2011”, anunciou o governante, durante a cerimónia de comemoração do Dia Mundial da Floresta e do Dia do Corpo Florestal, nas serras de Câmara de Lobos.
“Com mais esta aquisição, o Governo Regional fica na posse de um total de 1760 Hectares nas serras do Funchal e também de Câmara de Lobos, constituindo o projecto ‘Tampão Verde’, lançado, no ano de 2001″, explicou.
O executivo prepara também a aquisição das áreas florestais estratégicas ainda não florestadas para que se possam florestar rapidamente, nomeadamente nas serras da Ribeira Brava, Ponta do Sol e Câmara de Lobos, onde está prevista a aquisição de cerca 600 hectares de terrenos.

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