Pilotos param seis dias e deixam 30 milhões fora dos cofres da TAP

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Esta pode ser a greve mais cara de sempre para os cofres da TAP segundo a administração. Se atendermos aos dias de paragem e ao facto da greve estar marcada a partir de hoje até dia 31, justamente apanhando o período da Páscoa em que muita gente aproveita para viajar e fazer umas mini-férias. A TAP vai assim perder este valor, bastante importante para a estratégia de recuperação da empresa que assim mais uma vez não vai entrar nos lucros. E o mais curioso é que supostamente se trata de uma greve não desejada pela maioria dos pilotos…

Para o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) a assembleia que decretou a paralisação contou com uma “elevadíssima participação dos associados” que votaram favoravelmente a greve com 70 por cento dos votos expressos” – pode ler-se num comunicado do SPAC. No entanto e segundo uma fonte do próprio sindicato garantiu ao EMIGRANTE/MUNDO PORTUGUÊS não teriam estado sequer cinquenta por cento de associados presentes, na assembleia, pelo que o número de votos que decidiu a greve não representa mais de 45 por cento da classe, ainda segundo a mesma fonte.
A verdade é que os restantes trabalhadores da companhia já chamam de “elite” aos pilotos e acusam-nos de “ganância” e “cegueira social” pela forma como estão dispostos a levar esta greve por diante, tendo promovido inclusivamente na passada semana uma manifestação silenciosa nas instalações da empresa para protestar contra esta greve dos pilotos que reuniu mais de 1000 trabalhadores da companhia.

O e-mail anónimo

Entretanto circulou na TAP, na passada semana, um e-mail anónimo intitulado “Basta de cabeças nas nuvens” onde se criticava ferozmente as greves e reivindicações do SPAC.
Começando por evocar o congelamento de salários na função pública, o e-mail afirma que na TAP os trabalhadores de terra não vêem a tabela salarial revista desde Maio de 2007 porque “foi acordado entre a empresa e os sindicatos um aumento de 1,8%. Todos os sindicatos? Não. Há uma estrutura representativa de um irredutível grupo de ‘elite’ que permanentemente ameaça com greves, realiza greves, e prejudica a empresa e toda a economia nacional”.
O e-mail criticava ainda “o absurdo das reivindicações do SPAC na actual conjuntura” e a “falta de respeito, que raia o insulto, pelos desempregados do País”. Os autores dizem ainda que “os pilotos são essenciais à actividade da companhia”, mas “se voarem aviões vazios de passageiros, sem manutenção, sem combustível, sem planos e autorizações de voo (…) não voam para lado nenhum.”
No final o mesmo e-mail convidava todos os trabalhadores de terra para uma manifestação contra aquilo que consideram ser reivindicações absurdas do pessoal de voo.

Sindicato dos pilotos contra-ataca

Por seu turno os pilotos justificam a realização desta greve por considerarem que a Administração da TAP promoveu inúmeros expedientes com o objectivo de esvaziar o conteúdo do processo negocial.
Cairam especialmente mal as declarações do Presidente da empresa, Engº Fernando Pinto que considerou as greves como “coisa do século passado”, considerando-as uma clara demonstração do estilo de gestão que esta administração da TAP tem vindo a adoptar e são um sinal de desespero pela falta de soluções para os problemas da empresa que ela própria criou, sem no entanto especificarem quais.
O SPAC acusa ainda a administração da TAP de continuar a apropriar-se de uma fracção significativa do valor criado, desrespeitando o contributo e a dignidade profissional dos Pilotos. Por outro lado, as propostas da Administração não convergem minimamente com os objectivos, concessões e legítimas expectativas dos Pilotos.

Greve: Sim ou Não

Agora resta saber se quando este jornal lhe chegar às mãos, os aviões da TAP estarão ou não parados. É que a administração não desiste de tentar negociar uma saída, mas à hora do fecho desta edição já decorrem as negociações para assegurar os “serviços mínimos” que os pilotos terão de prestar à companhia, e até nesta matéria não se estavam a entender, tendo de ser nomeada uma comissão arbitral para resolver a questão. Por outro lado o facto da TAP estar já neste momento a aceitar remarcações para os bilhetes emitidos para os dias da greve, sem qualquer penalização, é um sinal evidente de que nos próximos dias (até dia 31) não vale a pena olhar para o céu para ver aviões da TAP, porque irão estar parados. Fora da greve ficam apenas os voos  de e para a Madeira por uma questão de “solidariedade” para com a ilha.

ORDENADOS DOS PILOTOS DA TAP

A preto quanto ganham actualmente, A vermelho quanto ficariam a ganhar segundo a proposta da administração da companhia. Em baixo percentagem do aumento.
A estes valores somam-se ainda as ajudas de custo, subsídios e complementos elevando a percentagem de aumento total para 8.88% para os comandantes e 8,55% para os pilotos. Não aceitaram.

 Comandante
5.886 |  6.275
6,6%
 1º Piloto
4.475 |  4.675
4,4%
 2º Piloto
3.685 |  4.000
3,4%

José Manuel Duarte
jduarte@mundoportugues.org

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