PR: Cavaco Silva iniciou o último ano deste mandato

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No dia 9 de Março, Cavaco Silva iniciou no seu último ano de mandato na Presidência da República. Questionado por um jornalista, durante a deslocação a Andorra, sobre os objectivos para este ano, o Presidente disse que pretende “desempenhar, como até aqui”, as suas funções “com dignidade”, colocando toda a sua “experiência e saber na defesa dos interesses de Portugal”. Falta então Cavaco Silva revelar se vai ou não recandidatar-se, sabendo-se que é já uma «tradição» em Belém que um Presidente da República cumpra dois mandatos.

Cavaco Silva foi eleito Presidente da República a 22 de Fevereiro de 2006. Recebeu 50,59 por cento dos votos, tendo deixado Manuel Alegre em segundo lugar. A 9 de Março passado, entrou no último ano do seu mandato, sem revelar se vai ou não candidatar-se a um segundo mandato, sabendo de antemão que, caso avance, voltará a contar com Manuel Alegre como adversário e terá ainda outro «opositor»: Fernando Nobre, o presidente da AMI.
Numa sondagem divulgada no passado dia 14, Cavaco Silva é apontado como o preferido para 57 por cento do eleitorado. O estudo da Universidade Católica sobre «Quem parece poder ser melhor presidente da República?» revela que o Presidente está bem à frente de Manuel Alegre e Fernando Nobre. O actual Chefe de Estado é considerado como aquele que apresenta melhor capacidades para desempenhar o cargo presidencial. Em comparação com o resultado obtido nas Presidenciais de 2006, Cavaco Silva sobe quase sete pontos percentuais. E isto, quando ainda não é candidato.
Enquanto à esquerda apresentaram-se dois candidatos que, para já, não mostram vontade de unir esforços, Cavaco Silva continua a ser apontado como o candidato que voltará a ter o apoio da PSD e do CDS/PP. Não comenta, não desvenda e segue, realizando roteiros presidenciais pelo país e participando em acções como o «Limpar Portugal» do fim-de-semana.
Números que contrapõem os resultados do barómetro Político da Marktest de Fevereiro. No mês que antecedeu o assinalar de quatro anos de mandato, a sondagem dava ao Presidente da República o saldo de imagem mais baixo desde Maio de 2006.De lá para cá, os valores do saldo de imagem de Cavaco Silva, apresentados pelo Barómetro Político Marktest ao longo destes quatro anos de mandato, têm sido amplamente positivos.
O Chefe de Estado nunca apresentou um saldo negativo, sendo o valor mais baixo de 11.8 por cento registado em Março de 2006, o mês da sua eleição. Nos quatro meses seguintes o valor do seu saldo de imagem foi sempre aumentando, atingindo os 42.3 por cento em Julho. Ao longo dos quatro anos em análise, o saldo de imagem mais elevado do Presidente da República foi de 47.4 por cento, em Novembro de 2007. Em Fevereiro de 2010, o saldo de imagem geral de Cavaco Silva foi de 25.4 por cento, segundo a Marktest.
O Presidente da República obteve sempre um saldo de imagem positivo tanto junto dos inquiridos cuja intenção de voto é PS, como dos inquiridos em que a intenção de voto é PSD. Ainda assim, logo após a sua eleição, em Abril de 2006, o seu saldo de imagem junto dos eleitores PS não foi além de 7.6 por cento, apresentando a partir desse mês um sentido ascendente até aos 51.8 por cento em Julho desse ano. Entre os eleitores PS, o saldo de imagem mais elevado foi alcançado em Novembro de 2007 (71.8 por cento). Já nos eleitores cuja intenção de voto é PSD, a evolução do saldo de imagem de Cavaco Silva foi um pouco diferente. Se em Março de 2006 o saldo foi de 37.8 por cento, logo no mês seguinte desceu para 36, vindo a recuperar em Maio (55.8 por cento). Entre os eleitores PSD, o saldo de imagem mais elevado foi alcançado em Setembro de 2006 (85.9 por cento).

Cooperação com altos e baixos

A 9 de Março de 2006, quando tomou posse, Cavaco prometeu uma cooperação leal e total com o governo. Se nos primeiros tempos, a relação com o executivo foi pacífica, em 2008 começaram a surgir os primeiros sinais de desentendimento. O estatuto dos Açores, vetado duas vezes pelo Presidente da República, deu a conhecer o clima de tensão que já se desenhava.
Um afastamento que começou a atingir o auge no Verão de 2009, depois do episódio das denúncias de conspiração entre o Governo e a Presidência da República publicadas num jornal diário. Um assessor de imprensa de Cavaco Silva, Fernando Lima, terá denunciado suspeitas de escutas em Belém por parte do Governo. A polémica acabou com o afastamento de Fernando Lima do cargo, mas o Chefe de Estado decidiu vir a público falar sobre o tema. Numa declaração ao país, em Setembro do ano passado, acusou o PS de o tentar “colar” ao PSD em período de pré-campanha eleitoral. Apontou “declarações graves” de “destacadas personalidades do partido do Governo”, falou em “ultimato”, deixou acusações de “manipulação”.
Semanas depois, alguns dirigentes socialistas levantaram o tema da governabilidade, mas imediatamente o Presidente recusou entrar «em jogos políticos».
A questão das alegadas escutas saiu caro ao Chefe de Estado. Mas mesmo assim, numa sondagem divulgada na sequência do caso, sobre as preferências dos eleitores para o próximo político a ocupar o cargo de Presidente da República, Cavaco Silva conseguia uma vantagem sobre Jorge Sampaio, António Guterres e Manuel Alegre.
Quando inicia o último ano de mandato, falta então Cavaco Silva revelar se vai ou não recandidatar-se, sabendo-se que é já uma «tradição» em Belém que um Presidente da República cumpra dois mandatos.
Para já, o Presidente aponta a defesa dos interesses de Portugal como principal objectivo. “Desempenhar, como até aqui, as minhas funções com dignidade, colocando toda a minha experiência e saber na defesa dos interesses de Portugal, no quadro das competências constitucionais do Presidente da República”, disse Cavaco Silva.
As eleições presidenciais estão marcadas para Janeiro de 2011.
Ana Grácio Pinto
apinto@mundoportugues.org

Afinal, a recandidatura é um tema tabu?

Não foram poucas as vezes em que foi confrontado pelos jornalistas sobre a sua possível recandidatura. Apesar de já lhe ter sido colocada de diversas maneiras, a pergunta, no fundo, é uma só: Cavaco Silva vai recandidatar-se à Presidência da República, ao cargo que ocupa até Março de 2011?
O presidente tem sabido «esquivar-se» às respostas e adiar, assim, uma possível – e provável? _ confirmação. Foi o que fez em Andorra, durante a sua visita ao Principado, onde esteve, entre outros aspectos, para comemorar o seu quarto ano de mandato junto dos portugueses ali residentes.
No dia 6, em declarações aos jornalistas que o acompanharam na deslocação a Barcelona e Andorra, Cavaco Silva foi confrontado com a recandidatura, de três maneiras diferentes. Mais uma vez, não deixou escapar nada que desse a entender que esse é um cenário que esteja a ponderar. “Se eu fosse responder à sua pergunta teria que responder da mesma forma que respondi a outros colegas seus e nessa altura diria «que falta de originalidade tem aquele senhor». Portanto, o melhor é mesmo não responder”, afirmou.
Questionado uma segunda vez, disse que “cumprir a palavra dada é para mim um ponto de honra”, referindo-se à promessa feita durante a campanha eleitoral, de que iria designar um assessor para as Comunidades e comemorar, juntos dos portugueses no estrangeiro, as passagens dos seus aniversários de mandato. “Quanto ao resto, o futuro a Deus pertence”, completou. À terceira questão – em que mês estava a pensar revelar se iria candidatar-se a um segundo mandato – respondeu com contas e afirmou que não dedicou ainda tempo nenhum ao assunto. “Falta tanto tempo, um ano, 12 meses, 369 dias. É realmente muito tempo. Os senhores não acreditam naquilo que digo e por isso não insisto. É assunto em relação ao qual eu não dediquei ainda um minuto da minha ponderação”, concluiu. E mais não disse.
Mas neste fim-de-semana, ao participar na iniciativa «Limpar Portugal», equipado a preceito para ajudar na limpeza do Pinhal do Banzão, em Colares, Sintra, Cavaco Silva foi a imagem de um Presidente em pré-campanha eleitoral. Ainda que diga e repita, que esse é um assunto ao qual não dedicou nenhum minuto…
A.G.P.

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