No sábado dia 6 à noite, uma aeronave caiu próximo da localidade de Ciborro, concelho de Montemor-o-Novo, numa herdade junto à pista particular de onde levantou voo. A Polícia Judiciária inspecionou o local do acidente, que está agora a ser alvo de peritagem por elementos do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves, do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Habitação.
De acordo com a GNR, desconhece-se ainda o motivo da queda da aeronave. A aeronave onde seguiam o Capitão de Abril – e coronel reformado da Força Aérea – Costa Martins e o ex-piloto da TAP Sousa Monteiro pertencia ao segundo e era pilotada pelo mesmo quando se despenhou na herdade da Atabueira, junto ao Ciborro, Montemor-o-Novo. O acidente terá ocorrido logo após a descolagem e terá ocorrido devido à falha de potência no motor do pequeno avião Alon Aircoupe A-2A, de 1968, logo após terem descolado da pista particular da herdade do Pinheiro e Cavaleiro, que fica a cerca de 250 metros do local do acidente. Carlos Nogueira, proprietário da pista e da herdade do Pinheiro e Cavaleiro disse que a pista é particular e não é ilegal. “A pista não é improvisada, está alcatroada e tem melhores condições que muitas outras pistas do País e não é uma pista ilegal. Não está é certificada pelo Instituto Nacional da Aviação Civil porque o seu uso é particular e doméstico. Outro dos mortos envolvidos no acidente é José Inácio da Costa Martins, capitão de Abril. Além de Costa Martins, 72 anos e coronel da Força Aérea, o acidente do aparelho provocou ainda a morte a José Alberto Sousa Monteiro, segundo a mesma fonte. Nascido em Messines, Silves, em 1938, Costa Martins participou no comando das forças que tomaram de assalto o Aeroporto da Portela (Lisboa) e o Aeródromo Base nº1 de Lisboa. António Spínola convidou-o, a 31 de Maio de 1974, a desempenhar as funções de membro do Conselho de Estado, tendo mesmo chegado a Ministro do Trabalho nos governos seguintes. O deputado e historiador Fernando Rosas recorda que o militar de Abril Costa Martins morrer sem ter conseguir do Governo a “reabilitação integral” após a Justiça o ter ilibado duma acusação de desvio de dinheiros públicos. “Ele morreu, e posso dizer porque convivi com ele de perto pouco antes desta morte inesperada, seguramente amargurado pelo facto de o Governo nunca ter publicamente assumido a sua reabilitação integral do ponto de vista daquilo que eram as acusações comprovadamente caluniosas e injustas que lhe foram feitas”, afirmou Fernando Rosas, em declarações à Lusa. Foi acusado de ter desviado fundos da campanha que lançou, enquanto ministro do Trabalho, em pleno Processo Revolucionário em Curso, “Um dia de salário para a Nação”.