O presidente da República, Cavaco Silva, expressou hoje as suas “mais sentidas condolências” para com as vítimas do temporal que assolou a Madeira, sublinhando a solidariedade do Continente e manifestando a intenção de se deslocar brevemente àquela região.
“Às famílias que foram atingidas pela morte eu quero expressar as mais sentidas condolências, a todos aqueles que perderam os seus bens e os seus haveres eu quero deixar uma palavra de esperança”, afirmou Aníbal Cavaco Silva. “É preciso ajudar todos os atingidos pelos temporais a construir o mundo que foi destruído”, disse, em jeito de apelo.
Numa comunicação no Palácio de Belém, o chefe de Estado adiantou ter recebido um telefonema do rei Juan Carlos de Espanha, que disse que o país vizinho “estava disponível para ajudar em tudo o que fosse necessário”. “O rei de Espanha lembrou-me que tinha estado na ilha não há muito tempo numa visita e disse ter ficado absolutamente chocado com as imagens”, revelou Cavaco, referindo-se à visita que fez com os reis de Espanha em Setembro de 2009.
Questionado sobre uma eventual deslocação à zona afectada pelo temporal, Cavaco Silva respondeu que irá fazê-lo “no momento apropriado”. “Quando falei com o presidente do governo regional perguntei-lhe quando seria adequada a minha deslocação ao arquipélago e ficou combinado que seria depois de enfrentarem localmente toda esta situação e eu penso fazê-lo no momento apropriado e em articulação com as autoridades regionais”, referiu.
O chefe de Estado disse estar “desde manhã a acompanhar com toda a atenção a situação na ilha” e que manteve “contactos telefónicos com o presidente do Governo Regional e com o representante da República na região”.
Cavaco adiantou que, na sequência da conversa que teve com Alberto João Jardim, contactou os chefes militares no sentido de enviar uma equipa de engenharia militar, “que pudesse rapidamente fornecer apoio na construção de pontes” para apoiar as populações e reduzir o isolamento em diversos locais da ilha.
Questionado sobre se irá decretar luto nacional pela tragédia que se vive na Madeira, Cavaco esclareceu que essa iniciativa pertence ao Governo, mas que ainda não conversou com o executivo sobre o tema. “É uma matéria que pode vir a ser ponderada, mas não sei que se neste momento essa é a questão fundamental”, considerou.
Cavaco rejeitou ainda as críticas à forte intervenção urbanística na Madeira, sublinhando que Portugal deve estar “concentrado” na solidariedade para com o povo daquela região autónoma.