O ministro da Administração Interna informou que o temporal que desde a madrugada se abateu sobre a Madeira causou pelo menos 25 mortos, adianta a RTP/Madeira. Informações iniciais avançam que há desaparecidos e vários feridos internados no Hospital Dr. Nélio Mendonça, dois deles politraumatizados.
No Serviço de Urgências do hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, deram entrada até meio da tarde, 63 feridos, dois dos quais em estado grave, afirmou o responsável clínico da instituição.
Em conferência de imprensa Pedro Ramos, o director clínico e o presidente do Serviço de Saúde da Madeira, Miguel Ferreira e Almada Cardoso, fizeram o primeiro balanço da situação no hospital na sequência do temporal que assolou hoje a região que provocou várias vítimas e desaparecidos.
Estes responsáveis garantiram que existe um plano de resposta hospital para emergências externas com vítimas que abrange diversos níveis que “foram todos activados”. “Temos neste momento 63 pessoas que deram entrada no serviço de Urgências com os mais variadíssimos problemas e que obrigou o Hospital a activar todos os níveis de resposta à catástrofe”, disse Pedro Ramos.
Destes casos, “apenas duas situações merecem a atenção do bloco operatório, da especialidade de ortopedia e que estão em condições de serem submetidas à intervenção cirúrgica de que necessitam”.
Quanto aos feridos, o director clínico adiantou que “alguns casos são de hipotermia, pessoas que ficaram soterradas ou foram arrastadas nas enxurradas, pequenas feridas, a maior parte são situações de baixo risco que só vão ficar até domingo por questão de segurança e é difícil regressarem aos seus lares”.
Miguel Ferreira garantiu que neste momento “a situação está toda controlada, as equipas de intervenção do Bloco e várias especialidades, todos os colegas responderam ao apelo do virem para o Hospital e estão de prevenção”. Referiu que também as equipas de enfermagem estão super-reforçadas e o pessoal de todos os sectores deram um “apoio excepcional para uma eventualidade de socorro”.
Mencionou que as difíceis comunicações com os outros pontos da ilha levaram o Serviço de Saúde a equacionar, “se houver dificuldades de acesso ao hospital, abrir noutras zonas ou centros de saúde um posto”. O pessoal do heliporto do Hospital do Funchal também está de prevenção.
Os prejuízos causados pelo temporal são para já, incalculáveis, devido às dezenas de carros arrastados, inúmeras inundações em casas, lojas e grandes edifícios públicos, estradas e infra-estruturas destruídas. A ilha da Madeira está totalmente isolada do exterior.
Segundo o presidente da Câmara do Funchal, Miguel Albuquerque, as situações mais graves têm ocorrido nas zonas altas do concelho do Funchal, com inúmeros desmoronamentos, e, também, no concelho da Ribeira Brava, onde a autarquia apelou à população para que evacue a baixa da vila. “A situação é crítica em todo o concelho do Funchal”, disse o autarca, adiantando que “todos os bombeiros, membros da protecção civil e pessoal da câmara estão na rua a tentar dar abrigo às pessoas afectadas e afastá-las das zonas de perigo”.
Nesta altura, o grande perigo é a subida da maré na Madeira, que coloca ainda mais em risco as zonas ribeirinhas das zonas mais atingidas.
O território da Madeira está em alerta vermelho, o máximo da escala de quatro e que corresponde a uma situação de risco extremo, devido às previsões de chuva forte em especial durante a tarde, com condições favoráveis à ocorrência de trovoadas. O vento também será forte a muito forte com rajadas que poderão atingir dos 120 quilómetros nas zonas montanhosas.