É em livros encadernados artesanalmente em pele que Simão Monsanto tira a medida aos pés dos clientes que fazem questão de pagar o conforto de umas botas feitas à medida em pele curtida de forma natural.
Almeirim concelho do distrito de Santarém, terra da lezíria de touros e toureiros, há muitos anos que “inventou” a o seu calçado próprio, a “bota ribatejana” seja ela de trabalho, ou para montar a cavalo. Presentemente estão na moda, estas botas, feitas artesanalmente e muitos procuradas, mas já quase não há sapateiros artesãos que as façam. Na oficina que resiste numa travessa no centro de Almeirim, Simão Monsanto continua a fazer por medida as tradicionais botas ribatejanas, em diversos modelos e diversos tons.
“Fazemos a bota de salto de prateleira (preparada para levar esporas), muito tradicional, muito antiga na região, mas também de salto à espanhola, igualmente muito usada na zona”, disse à agência Lusa, mostrando os diversos tipos de botas expostas em prateleiras na divisão onde atende os clientes. Aí estão desde as “éguas”, uma bota baixa, com elásticos dos lados, “muito antiga, muito tradicional”, às botas de atar à frente ou aos vários tipos de botas para montar, que os cavaleiros e gente ligada aos cavalos lhe continuam a encomendar. Na outra divisão, António Fernandes, sapateiro há mais de 40 anos, cose à mão uma bota, já montada, à sola. “É tudo feito de forma artesanal, tudo feito à mão. Só as partes juntadas são cosidas à máquina pela minha esposa. Mesmo o contraforte fazemos questão de coser à mão, como se fazia há 60, 70 anos”, disse Simão Monsanto à Lusa.
“É uma bota feita com peles curtidas num sistema quase vegetal, sem produtos químicos, num curtimento quase artesanal. São peles de vitela que se dão muito ao pé e ficam sempre bonitas ao longo da vida. Quanto mais velha é mais bonita se torna”, assegurou.
“Fazemos a bota de salto de prateleira (preparada para levar esporas), muito tradicional, muito antiga na região, mas também de salto à espanhola, igualmente muito usada na zona”, disse à agência Lusa, mostrando os diversos tipos de botas expostas em prateleiras na divisão onde atende os clientes. Aí estão desde as “éguas”, uma bota baixa, com elásticos dos lados, “muito antiga, muito tradicional”, às botas de atar à frente ou aos vários tipos de botas para montar, que os cavaleiros e gente ligada aos cavalos lhe continuam a encomendar. Na outra divisão, António Fernandes, sapateiro há mais de 40 anos, cose à mão uma bota, já montada, à sola. “É tudo feito de forma artesanal, tudo feito à mão. Só as partes juntadas são cosidas à máquina pela minha esposa. Mesmo o contraforte fazemos questão de coser à mão, como se fazia há 60, 70 anos”, disse Simão Monsanto à Lusa.
“É uma bota feita com peles curtidas num sistema quase vegetal, sem produtos químicos, num curtimento quase artesanal. São peles de vitela que se dão muito ao pé e ficam sempre bonitas ao longo da vida. Quanto mais velha é mais bonita se torna”, assegurou.
Oito horas de trabalho
Actualmente não é fácil encontrar o tipo de pele com que Simão Monsanto e os que ainda resistem à invasão do produto industrializado (serão mais dois na região) querem trabalhar, havendo apenas “uma ou duas fábricas a curtir para este tipo de trabalho”, disse.
Depois de uma fase, nos anos 1980, em que as botas ribatejanas estiveram na moda, os clientes voltaram a ser as pessoas “ligadas ao campo, ao gado, aos cavalos, como cavaleiros e forcados”, disse, nomeando entre os seus clientes o forcado José Manuel Duarte e o cavaleiro tauromáquico João Moura. Com 60 anos, Simão Monsanto, que aprendeu o ofício, tinha então 12 anos, com Rogério Soares, “muito conhecido na região pelas botas que fazia”, acredita que ainda vai conseguir manter durante mais alguns anos uma actividade que, lamenta, poucos estão a aprender.
“São precisos pelo menos quatro ou cinco anos para aprender e hoje quem começa quer receber logo um salário. Sem apoios é difícil ensinar”, disse. Simão Monsanto nunca “mediu” o tempo que demora a fazer um par de botas, mas calcula que é preciso seguramente um dia.
“É toda feita à mão. Tem que se trabalhar com a sola molhada, que depois tem que enxaguar enquanto se pega noutra peça. Um prega a forma, o outro pode pontear, o outro palmilhar”, disse, referindo a ocupação das três pessoas que emprega, a que se juntam ele próprio, a sua mulher (que une as partes à máquina) e o filho, que se ocupa da participação em feiras e exposições.
Depois de uma fase, nos anos 1980, em que as botas ribatejanas estiveram na moda, os clientes voltaram a ser as pessoas “ligadas ao campo, ao gado, aos cavalos, como cavaleiros e forcados”, disse, nomeando entre os seus clientes o forcado José Manuel Duarte e o cavaleiro tauromáquico João Moura. Com 60 anos, Simão Monsanto, que aprendeu o ofício, tinha então 12 anos, com Rogério Soares, “muito conhecido na região pelas botas que fazia”, acredita que ainda vai conseguir manter durante mais alguns anos uma actividade que, lamenta, poucos estão a aprender.
“São precisos pelo menos quatro ou cinco anos para aprender e hoje quem começa quer receber logo um salário. Sem apoios é difícil ensinar”, disse. Simão Monsanto nunca “mediu” o tempo que demora a fazer um par de botas, mas calcula que é preciso seguramente um dia.
“É toda feita à mão. Tem que se trabalhar com a sola molhada, que depois tem que enxaguar enquanto se pega noutra peça. Um prega a forma, o outro pode pontear, o outro palmilhar”, disse, referindo a ocupação das três pessoas que emprega, a que se juntam ele próprio, a sua mulher (que une as partes à máquina) e o filho, que se ocupa da participação em feiras e exposições.